Ultimamente a minha vontade de escrever no blog é pouca. Francamente, estou um bocado cansado de ventilar as minhas opiniões em direcção a um vasto mar que não quer ouvir.
Assim sendo, a minha solução tem sido ignorar, praticamente tudo, o que passa nas notícias e tudo o que vejo em caixas de comentários e outros blogues e facebooks etc.
O meu fastio para com as pessoas vai muito para além de manifestarem opiniões estúpidas hoje em dia. Não sou muito bom a decorar citações mas diria que "as pessoas não têm direito a ter opinião, têm direito a ter opinião informada, porque ninguém tem direito a ser ignorante". Não sei se a citação seria exactamente assim e também não me lembro quem é que a fez, mas eu revejo-me completamente nesse ponto de vista.
Mas, como disse, não é a ignorância das pessoas que me incomoda mais nestes dias. O que me incomoda é a hipocrisia da liberdade que as pessoas defendem hoje em dia.
A liberdade que te permite exprimir uma opinião, desde que a mesma seja conivente com a opinião da maioria. Maioria essa comprovadamente ignorante.
Há uns tempos, houve uma celeuma qualquer por causa de um problema num comboio. O tipo que tinha um cão e que não tinha bilhete para o animal. Aparte da verdadeira "verdade" do assunto, isto é, aparte de sabermos se o revisor e a polícia tinham razão ou se o tipo é que tinha razão, importa ressaltar o seguinte:
No vídeo do YouTube ler a secção dos comentários era penoso porque maior parte das pessoas limitava-se a dizer banalidades e a bater no ceguinho. Mas é preciso observar todos os comentários escondidos por reportes de spam ou por demasiados votos negativos. Esses comentários eram os comentários contrários à opinião da maioria. E enquanto a questão dos votos negativos até compreendo, a questão do spam é simplesmente a tentativa estúpida de esconder aquilo que não nos interessa. É uma forma de desvalorizar a outra opinião sem que tenhamos uma resposta para mesma. E é um grande exemplo de como a versão de liberdade da maior parte das pessoas está deturpada.
E repito, mais uma vez, que a questão não é quem tem razão, mas sim, porque é que as pessoas acham que podem definir nos seus próprios termos a liberdade que a tão fundos pulmões proclamam.
Em Portugal (e se calhar noutros sítios também, mas esta é que é a minha realidade) só se pode ser pelo rebanho, de contrário não percebemos nada e não sabemos o que estamos a dizer.
Podemos aclamar a coragem do povo português em se manifestar, mas não podemos falar de algumas imagens em que se viam os cafés cheios de gente a beber a sua cerveja, porque afinal queixam-se que não há dinheiro, mas podem pôr a tão importante manifestação em espera, para poderem saciar a sua sede, não com água, mas com finos e tremoços.
É irónico, hilariante e triste. Tudo ao mesmo tempo, mas é uma verdade dos portugueses. Nunca nos conseguimos pôr noutro ponto de vista. Apenas o nosso. Um português que ganhe 2000€ não abdicaria sem problemas de 50€ do seu salário nem que isso curasse a fome no mundo. A luta continua, pena que não lutem contra aquilo que devem.
Assim sendo, a minha solução tem sido ignorar, praticamente tudo, o que passa nas notícias e tudo o que vejo em caixas de comentários e outros blogues e facebooks etc.
O meu fastio para com as pessoas vai muito para além de manifestarem opiniões estúpidas hoje em dia. Não sou muito bom a decorar citações mas diria que "as pessoas não têm direito a ter opinião, têm direito a ter opinião informada, porque ninguém tem direito a ser ignorante". Não sei se a citação seria exactamente assim e também não me lembro quem é que a fez, mas eu revejo-me completamente nesse ponto de vista.
Mas, como disse, não é a ignorância das pessoas que me incomoda mais nestes dias. O que me incomoda é a hipocrisia da liberdade que as pessoas defendem hoje em dia.
A liberdade que te permite exprimir uma opinião, desde que a mesma seja conivente com a opinião da maioria. Maioria essa comprovadamente ignorante.
Há uns tempos, houve uma celeuma qualquer por causa de um problema num comboio. O tipo que tinha um cão e que não tinha bilhete para o animal. Aparte da verdadeira "verdade" do assunto, isto é, aparte de sabermos se o revisor e a polícia tinham razão ou se o tipo é que tinha razão, importa ressaltar o seguinte:
No vídeo do YouTube ler a secção dos comentários era penoso porque maior parte das pessoas limitava-se a dizer banalidades e a bater no ceguinho. Mas é preciso observar todos os comentários escondidos por reportes de spam ou por demasiados votos negativos. Esses comentários eram os comentários contrários à opinião da maioria. E enquanto a questão dos votos negativos até compreendo, a questão do spam é simplesmente a tentativa estúpida de esconder aquilo que não nos interessa. É uma forma de desvalorizar a outra opinião sem que tenhamos uma resposta para mesma. E é um grande exemplo de como a versão de liberdade da maior parte das pessoas está deturpada.
E repito, mais uma vez, que a questão não é quem tem razão, mas sim, porque é que as pessoas acham que podem definir nos seus próprios termos a liberdade que a tão fundos pulmões proclamam.
Em Portugal (e se calhar noutros sítios também, mas esta é que é a minha realidade) só se pode ser pelo rebanho, de contrário não percebemos nada e não sabemos o que estamos a dizer.
Podemos aclamar a coragem do povo português em se manifestar, mas não podemos falar de algumas imagens em que se viam os cafés cheios de gente a beber a sua cerveja, porque afinal queixam-se que não há dinheiro, mas podem pôr a tão importante manifestação em espera, para poderem saciar a sua sede, não com água, mas com finos e tremoços.
É irónico, hilariante e triste. Tudo ao mesmo tempo, mas é uma verdade dos portugueses. Nunca nos conseguimos pôr noutro ponto de vista. Apenas o nosso. Um português que ganhe 2000€ não abdicaria sem problemas de 50€ do seu salário nem que isso curasse a fome no mundo. A luta continua, pena que não lutem contra aquilo que devem.