dEUS é escrito com D pequeno porque eles não pretendem ser deuses.dEUS é escrito com D pequeno porque é fixe.
dEUS é escrito com D pequeno porque sobressai na impressão.
dEUS é escrito com D pequeno porque o tecnico de impressão esqueceu-se do Caps Lock ligado quando escreveu o nome.
dEUS é escrito com D pequeno para que fiquemos todos a pensar porquê com D pequeno.
Versão oficial de Tom Barman diz que foi só para parecer melhor pois ele não gostava da forma normal de escrever Deus. A maneira de se pronunciar em inglês é como Play Us.
Pois então. dEUS foram formados em 1991 por Tom Barman e Stef Kamil Carlens semanas depois de terem tocados juntos numa jam session em Antuérpia.
A primeira formação consistia nos seguintes elementos que atingiriam a Final da Humo Rock Rally na Bélgica. Tom Barman (vocal e guitarra), Stef Kamil Carlens (vocal e baixo), Klaas Janzoons (violino), Oliver Defossez Deajean (harmónica), Mark Mayers (guitarra) e Mark Willems (bateria). Ficaram em nono na competição e fizeram uma pequena tour em Espanha.
No regresso a Antuérpia Mark Willems e Mark Meyers saíram e entraram Julles de Borgher (que era o condutor da carrinha de material dos dEUS) e Rudy Trouvé pintor e guitarrista bem mais experiente que os outros membros da banda. Assim esta formação partilhava influências por bandas como Captain Beefheart, Tom Waits e influências do Jazz como John Coltrane e apresentavam o seu show de uma forma totalmente livre e quase que improvisada acentando num estilo que abrangia desde prog rock a folk, jazz e punk. Na Bélgica abriram para várias bandas. Gravaram as suas primeiras demos que acentavam numa música ziguezagueante e irregular atravessando imensos estilos. Ainda em 1992 Peter Vermeersch (X-Legged Sally) e Pierre Vervloesem produziram o EP lançado em nome individual chamado Zea. Uma publicação muito rara entre fans portugueses que contava com três faixas. Zea, Great American Nude e Right as rain. Este Ep apenas foi lançado em 1993.
No fim do ano assinaram pela editora BANG e foram pra estúdio gravar o seu primeiro album lançado em Fevereiro de 1994. As actuações em Glastonbury e na abertura de um concerto da banda Girls Agains Boys chamaram a atenção da Columbia e da Island sendo que no final de Junho assinaram pela Island em Julho foi lançado internacionalmente o primeiro single. A caótica e brilhante Suds & Soda.
Seguiram-se vários concertos pela Europa em que nunca tocavam a mesma música duas vezes da mesma maneira e os shows incluiríam até artistas circenses em palco numa encenação caótica e nem sempre bem sucedida. Em Outubro de 94 foi lançado na Europa o disco Worst Case Scenario por mão da Island. O disco foi aclamado pela crítica recebendo até nomeação para os prémios MTV. O disco é uma mescla de estilos misturados com muita loucura e e um caos tremendo tornando cada musica mais imprevisível que a outra.
Uma extensiva tour por 17 países se seguiu sem Julles de Borgher nos primeiros 4 meses devido a uma fractura do tornozelo. Didier Fontaine, baterista de sessão, substitui-o. Nessa altura sai também o bootleg Hard Nights Daze. Gravado na capital inglesa em 15 de Março de 1995. Os outros singles foram a enigmatica Via, e a cinematografica e tensa Hotellounge (be the death of me). Refira-se que este bootleg não é oficial.
Junho de 1995 é lançado My sister = My Clock. Um trabalho quase surreal que consiste numa faixa de 25 minutos em que vêm 13 esboços de projectos de todos os membros da banda. Só disponivel por encomenda postal. Este lançamento marca também a saida de Rudy Trouvé que saiu para se concentrar nos seus imensos projectos.Foi susbsituído em Agosto pelo escocês Craig Ward que tocava com Tom Barman e Carlens na banda tENERIFE e já havia participado em algumas músicas dos dEUS.
A banda pára de dar concertos para se concentrar na gravação do seu segundo disco In a Bar Under The Sea. Escrito depois de Pukkelpops e Lowlands, Barman compôs 7 músicas, Ward 1 e Klaas uma também.
Porduzido por Eric Drew Feldman dos Captain Beefheart, este disco teve a sua primeira audição em Theme From Turnpike.
Baseada num riff de Charlie Mingus (Far wells, Mil valley) os dEUS adicionaram camada sobre camada de instrumentos, com uma voz sombria e distorcida a culminar num climax quase industrial. O video desta música abriu para o filme Trainspoting por toda a Europa e consistia em Seymour Cassel a caminhar pelas ruas de Paris com Sam Louwick, dançarino, a fazer figuras quase esquizofrénicas no percurso. Este video foi filmado como abertura de um filme inexistente. Refira-se também que este videoclip foi exibido em toda a Europa antes do filme "Trainspotting". Em Agosto de 1996 lançaram a "poppy" Little Arithemtics que só não teve mais sucesso comercial muito provavelmente por causa do caos que se instala no final da música.
Stef Kamil Carlens deixa a banda logo a seguir para se concentrar na sua banda Beatband, mais tarde Moondog Jr. e actualmente Zita Swoon. (versão não-oficial é de que terá deixado os dEUS depois de um desentendimento entre a namorada dele e Tom Barman). Para substituir veio o não tão original, mas não menos virtuoso Danny Mommens que também tocava nos tENERIFE. Perto do fim do ano é lançado Roses como single.
Uma música bastante calma com uma aceleração chocante de dois segundos que é o interruptor que liga o caos paranóico que evolui daí até ao fim.
No Reino Unido abriram shows de Placebo e nos EUA abriram para os Morphine e os Blur tendo tocado no South by Sothwest em Austin, concerto que lhes valeu excelentes críticas.
O último single deste disco foi Fell off the floor, men! que é uma musica que consiste numa mistura de rock e rap com harmonizações e batidas complexas. No final de 1997 Tom Barman e Craig Ward deram vários concertos acústicos na Bélgica terminando assim o periodo In a Bar under the sea.
Ainda neste disco está aquela que é considerada pelos fans a melhor música de sempre dos dEUS. O épico Gimme the heat.
Também neste disco está aquela que é considerada a pior música de sempre dos dEUS. A realmente esquisita Shocking Lack Thereof, a única música apenas escrita pelo violinista Klaas Janzoons.
Grande parte do ano de 1998 foi passado em Ronda, Espanha.
dEUS com a produção de David Botrill lançaram o disco mais regular da banda mas não menos brilhante.
The Ideal Crash é um disco que alterna entre a sombra e a luz onde aparece aquela que é para mim a pérola mais brilhante dos dEUS. Magic Hour.
O primeiro single, Instant street, uma música muito fácil de se gostar, bastante alegre e de uma simplicidade aparente apaixonante que se esborracha num final extasiante e caótico. Foi lançada em Fevereiro de 1999.
Este é também o primeiro disco sem a participação de Carlens e Trouve. É um disco que revela mais em cada audição e considerado por alguns uma obra prima do pop-rock. Não tem uma música má.
Uma extensiva tour com mais de 100 concertos se seguiu. Os concertos desta altura eram muito bons sendo uma das melhores bandas ao vivo da Europa e também uma banda estabelecida como uma das melhores bandas alternativas numa altura em que dominavam os Radiohead. Alguns críticos musicais belgas consideram que se os dEUS fossem Ingleses ou Norte Americanos teriam facilmente atingido o estatuto de bandas como os Radiohead ou R.E.M. cujo vocalista Michael Stipe é um admirador confessos dos dEUS.
Sister dew uma música sobre um homem que assassinou a sua namorada e que passa por três estados de espírito diferentes foi o segundo single. O terceiro e último single foi The ideal crash que consiste num carrossel de som assinalando uma pequena incursão electrónica da banda.
Cerca de 800.000 discos vendidos e o fim da década marcam o fim do glorioso ciclo dos dEUS. 5 anos de interregno se seguiram onde Barman aproveitou para realizar a sua primeira longa metragem "Any way the wind blows". Em 2004 a banda lança No more loud music e No more video, um cd e um dvd respectivamente com os maiores sucessos da banda. A nova música Nothing really ends figura no disco mas foi lançado em single também para que os fans não tivessem de comprar um cd por causa de uma música.
A banda reúne-se mas o ego de Barman e o ego de Julles de Borgher chocam numa absurda discussão sobre quem era o dono da banda (não oficial). De Borgher deixa a formação e é substituído por Stephen Misseghers ex soulwax. No fim da participação nos dEUS De Borgher diz que o momento mais alto da carreira dele foi quando no fim de um concerto o baterista de Radiohead, Phil Selway, o abordou e disse que dEUS era uma das suas bandas de eleição.
A banda começa a ensaiar para o novo disco num período conturbado onde o enorme ego de Barman terá levado à saida de Craig Ward e Danny Mommens. Craig Ward argumentou não querer mais fazer tournees extensas pois queria dedicar-se à família. Curiosamente poucos meses depois Carig Ward lança dois discos com Mauro Pawlowski e Rudy Trouvé, The Love Substitutes e um disco experimental intitulado "Pawlowski/Trouvé/Ward". Danny Mommens juntamente com a sua esposa formam os Vive La Fete e Danny sai dos dEUS para se dedicar exlusivamente ao projecto.
Assim Barman para terminar as gravações chama Alan Gevaert, baixista belga com pouco currículo e o improvável Mauro Pawlowski. Improvável porque esperava-se que Tim Vanhamel fosse o escolhido pois havia feito a tour do Ideal Crash com os dEUS e é considerado o mais talentoso guitarrista rock da Bélgica. Mauro Pawlowski que tocou com Tim Vanhamel nos Evil Superstars é também considerado uma lenda na Bélgica dada a sua extraordinária capacidade de lançar material novo sendo que consta que já tocou com 432 bandas diferentes, para além dos Evil Superstars e Mitsoobishi jackson. Os trabalhos deste homem vão desde música para teatro de marionetas até composições para musicais.
Pocket Revolution sai em 2005 e é um disco totalmente sombrio. Bad timing é o primeiro de três singles pessimamente escolhidos. Bad timing é uma excelente música mas peca por ter SETE minutos, embora a sua composição seja extraordinária dada a forma como se adiciona camada sobre camada para atingir o topo.
7 day 7 weeks sucede. Uma música banal demais para a banda em questão, isto quando no disco se encontram músicas como Nightshopping, Cold sun of circumstance, Sun Ra e If you don't get what you want e até a prórpria Pocket Revolution.
Por fim What we talk about (When we talk about love) é uma música sofrivel no disco mas bastante interessante ao vivo.
Barman durante a tour e depois de um concerto em Lille decide acabar com os dEUS no fim da tournée. No show seguinte em Paris volta atrás na decisão após ter experienciado (segundo ele) um dos melhores concertos de sempre da banda.
Uma tour com 150 concertos em 4 continentes serviu de acentação para a formação actual que partiu para a composição de um novo disco.
O fim desta tour foi no evento 0110 organizado por Tom Barman e consistia num festival de 1 dia em Antuerpia, Bruxelas, Charleroi e Gent com várias bandas belgas numa manifestação a favor da tolerância e contra o racismo. Do qual falaremos mais noutro post.
Após o final da tournée os dEUS entraram de imediato em estúdio, Tom Barman, contagiado pela velocidade com Mauro Pawlowski lança material em projectos diferentes, esperou apenas um ano para lançar um novo disco. A tour acaba em 2006 e nos finais de 2007 o album está quase pronto.
Durante a produção deste album os dEUS conseguiram também concretizar o projecto de criar o seu próprio estúdio ao qual chamaram Vantage Point.
Este estúdio localiza-se numa propriedade do violinista Klaas Janzoons e podem ser vistas algumas partes do mesmo no espectacular website que a banda criou com vistas panorâmicas do estúdio e das suas divisões. O disco que saiu chamou-se também Vantage Point.
A qualidade deste disco é boa mas não compete com as pérolas Ideal Crash, Worst Case Scenario ou In a Bar Under The Sea. É um disco obviamente diferente numa vertente mais light. É um disco bastante mais fácil de ouvir que os primeiros e até mesmo que o antecessor Pocket Revolution. Os destaques deste album vão para o single Slow, uma música bastante sinistra com cantos gregorianos lá pelo meio e que conta com a participação de Karin Dreijer Anderson dos Knife.
O outro single foi Architect, uma música para pôr toda a gente a dançar. Simples mas viciante. Favorite Game foi o útlimo single e é uma música de rock bastante bem feita e conjugada com um lirismo um pouco ácido.
Das restantes citamos Oh Your God, psicadelismo e velocidade numa música exfusiante, Eternal Woman, a qual ganhou prémios para melhor videoclip em vários festivais de cinema. Lá no meio do disco aparece uma música fenomenal, Is a Robot. Excelente música desde a letra à sonoridade um pouco ácida e agridoce. Depois há Smokers Reflect, Vanishing of Maria Schneider, When She Comes Down que são músicas bastante aceitáveis. A última música chama-se Popular Culture, uma música bastantes furos abaixo do nivel da banda, mas bem, a gente perdoa.
Os concertos desta fase são de excelente qualidade, a banda firme e segura começa com setlists onde essencialmente figuram músicas dos dois últimos albuns de originais deixando os três primeiros albuns desprezados, essencialmente The Ideal Crash cuja única música presente nos concertos era a inevitável Instant Street. Fez-se notar descontentamento entre alguns fans dos dEUS e a banda na sua tour de outono introduziu jóias mais antigas como Little Arithmetics, Let's see who goes down first, Everybody's Weird, Magdalena, Morticiachair e até a mítica Gimme the Heat. Durante o Outono a banda também tocou uma música nova chamada, Dark Sets In. Neste momento os dEUS são uma banda afirmada no cenário europeu e são das melhores bandas europeias ao vivo. A mistura da exuberância de Tom Barman, com a postura e calma de Klaas Janzoons e a ausência permanente em que Mauro Pawlowski parece viver fazem desta banda um exemplo de mistura de ideias. Sempre com muita humildade e respeito pelos fans.
Uma banda simples e que os verdadeiros fans têm dificuldade em partilhar pois é tão especial que dá vontade de guardar só para nós.Agora a banda está em processo de criação e gravação do próximo disco, ainda não se sabe absolutamente nada do novo disco nem sequer uma data aproximada de publicação. Apenas que será em 2010, dado que até então Mauro Pawlowski vai estar ocupado com a companhia de teatro a Ultima Vez de Wim Wandekeybus.
Entretanto e comemorando os 15 anos da edição do primeiro disco da banda os dEUS reeditaram Worst Case Scenario com o disco original remasterizado, um cd de b-sides e um dvd com um documentário chamado "Time is the state of my jeans" e algumas performances ao vivo da época.