Na última semana eu e a Efémera vimos dois filmes, dos quais esperavamos serem dois filmes que documentassem dois momentos da história mundial.
O primeio que vimos foi "A Queda - Hitler e o Terceiro Reich". Este filme documenta os útlimos dias de Hitler no bunker em Berlim. É um filme extremamente bem feito e que revela vários pormenores interessantes das últimas horas vividas no epicentro da actividade nazi. Proveniente de um testemunho de Traudl Junge, secretária de Hitler, é um filme essencial para se perceber as monstruosidades impostas por Hitler. Não se espere deste filme uma descrição da ascenção do regime nazi. Apenas trata da queda e do fim de todas as personagens principais intervenientes de um capitulo lamentavel da história mundial.
Um filme alemão com uma qualidade de imagem excelente, planos bem executados e bastante realistas. Cenários extremamente bem conseguidos e um guarda roupa que apesar de não ser exuberante cumpriu todos os propósitos requeridos para a realização de um filme da época. Destacar o guarda roupa de Eva Brawn que dispunha dos vestidinhos rurais alemães, característica registada pela secretária e amante de Hitler em várias filmagens feitas por ela própria (Há um documentário bastante interessante feito a partir das filmagens de Eva Brawn em Berghof, base de Hitler nos Alpes intitulado "A vida privada de Hitler". Filme a recomendar e que prova que não é só na América que se conseguem fazer grandes produções.
O segundo filme foi "Marie Antoinette" realizado por Soffia Coppola. Primeira metade do filme é de excelente qualidade. Documenta bastante bem a passagem de Marie Antoinette de Áustria para França e os costumes da época em relação à mulher que se tornaria a "Delfina" de França por casamento com o "Delfim" D. Luis que viria a ser Luis XVI. O filme reflecte o drama da rainha por não conseguir gerar um filho de Luis XVI. A corte não via com bons olhos esse impasse na criação de um Delfim herdeiro do trono de França. Aqui é onde o filme sofre uma transformação bastante discutivel. De uma banda sonora clássica e perfeitamente adequada ao ambiente passamos para uma banda sonora baseada em música contemporânea independente figurando bandas como New Order ou Strokes. Nada a apontar à qualidade das bandas em questão que está mais que comprovada mas em relação ao filme revela-se totalmente desadequado e influencia sobremaneira a vivência que se tem do filme tornando-o quase infantil e adolescente. De apontar também o total alheamento do guião aos acontecimentos que se passavam em França e que levaram ao desfecho do filme onde apenas se vê o rei e rainha dentro de uma carruagem a sair de Versalhes, sem sequer se entender se eles fogem ou se são levados à força. Muito menos mostra o julgamento e dacapitação da rainha. Final ambiguo e relativamente incompreensivel para entender o final da personagem principal, pelo menos para quem não conhece a história.
É uma pena. Condições maravilhosas para a rodagem de um excelente filme histórico. Guarda roupa espectacular e cenários edílicos no Palácio de Versalhes gentilmente cedido pelo governo francês para a rodagem do filme. Contudo estas duas grandes qualidades do filme são anuladas pelo guião pouco revelador e pela banda sonora lamentavel.
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