25 de Setembro de 1980

Eu sei que já é dia 27. Atrasei-me.

Ainda assim quis prestar homenagem ao grande homem que morreu no dia 25 de Setembro de 1980.

John Henry Bonham foi baterista dos Led Zeppelin. Na minha opinião o maior baterista de sempre.

Ainda está para aparecer alguém com a simplicidade dele, que tenha tanto "power" como ele. Apesar de tocar numa bateria relativamente simples em termos de composição e apesar de ser tímido, de não gostar de estar muito tempo longe de casa e de ser bastante modesto, este homem tocava bateria com uma força e capacidade fora do normal.

Não é por acaso que a música do nosso blog é a "When the levee breaks" retirada do Led Zeppelin IV. Apesar de ser uma batida relativamente simples, a potêncuia de John Bonham torna toda a música um esplendor do rock incomparável.
É curioso que muitos bateristas tenham tentado replicar a entrada poderosa de "When the levee breaks" e todos eles não tenham sequer chegado perto da potência da original
.
Como acontece com Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones, sem John Bonham os Led Zeppelin nunca teriam existido.

Algo que ilustra bem aquilo que é John Bonham é a forma como ele apareceu nos Led Zeppelin. Jimmy Page procurava um baterista para a banda quando Plant lhe disse que tinha um amigo que tocava baterias. A intensão de Jimmy Page era ter um baterista com 'power'. Depois de ter visto Bonham, Jimmy Page afirmou que nunca tinha imaginado algo tão poderoso.
John Bonham era tão brutal que em muitos concertos a bateria não precisava sequer de microfone para ser ouvida em perfeitas condições nos recintos.
John Bonham recriou o efeito do pedal de bombo duplo, com um pedal normal. O que é bastante espectacular e ainda não vi mais ninguém a conseguir fazê-lo.

Há muitos baterista virtuosos hoje em dia e sempre houveram. Mas ninguém consegue misturar a força e virtuosismo tão bem como John Bonham.

John Bonham morreu no dia 25 de Setembro de 1980 afogado no seu próprio vómito após um dia em que bebeu excessivamente, na continuação de um problema que já o tinha feito desmaiar em palco durante um concerto. O alcoolismo.

É nestes momentos que penso que as coisas não estão certas. Uma lenda morrer de uma maneira tão aleatória. Aleatória ao ponto da sua posição de sono ser virada para cima e não para o lado, dado que se estivesse de lado (tal como se faz com os bebés) não afogaria.

Presto-lhe homenagem 31 anos volvidos do aniversário da sua morte.

John Henry Bonham.
Bonzo's Montreux


A depressão é a festa

Neste fim de semana tive de trabalhar numa festa, daquelas festas que não gosto e em que as pessoas se vestem especialmente para a ocasião como se de um casamento se tratasse. Misturas de djs recheadas de clichês etc etc.

Apesar de ser tudo, na minha opinião, bastante deprimente, as pessoas divertem-se muito, sabe-se lá porquê. Vi pessoas em êxtase e a dizer "Oh, isto está fabulástico" e uma afluente excessiva de seres ao mesmo lugar, tendo em conta que não se passou nada que não se tenha passado em um milhão de festas pelo país fora na mesma noite.

Chegando ao título do post, fiquei com a sensação de que as pessoas se deixam inebriar demasiado por estes momentos de convívio (?) social e ficam deliciadas e completamente atrapalhadas de tanta espectacularidade (eu sei, é estúpido, mas as pessoas são assim). E fico a pensar, se estas pessoas ficam tão maravilhadas com uma merda de uma festa inútil que nunca mais ninguém na sociedade se vai lembrar e que eventualmente desaperacerá perdida nas páginas do Face(vaca)book, é muito natural que fiquem extremamente deprimidas com a vida miserável que levam no dia seguinte em que acordam sóbrios para mais um dia de inutilidade.

São pessoas que só lêem merda. Ouvem merda. Pensam merda e jorram merda por todos os poros e orifícios "on a daily basis".

Há uma pessoa que admiro especialmente que diz bastantes vezes "Not get too high, not get too low" isto realtivamente ao estado psicológico. E é verdade e aplica-se a tudo.

Devemos ser centrados e fasear as nossas emoções. Isto é, há coisas que eventualmente podem ser espectaculares. Por exemplo, se eu pudesse abrir o meu frigorífico e entrar e quando saísse estivesse em los Angeles e fosse 25 de Junho 1972 e eu pudesse ir ver o concerto dos Led Zeppelin no LA Forum, certamente iria delirar e seria um momento alto da minha vida. Ou quando fui ver as minhas bandas favoritas. Isso foram ocasiões memoráveis. Ou quando conheci a minha Cerejinha e comecei a namorar com ela. Andei a planar centímetros acima do chão durante semanas. Foi um momento único.

Agora ir a uma festa, onde estão imensas pessoas para ver djs relativamente desconhecidos a põr música que passa em qualquer discoteca... É que nem sequer era o David Guetta (que por muito merdoso que possa ser, sempre é mais conhecido e era natural que o viessem ver, porque como eu disse as pessoas só ouvem merda e quanto a isso não há nada a fazer).

E depois a euforia à volta de uma coisa que acabou em bebedeira e sem forma de voltar a casa para algumas pessoas. É isso que vão contar aos vossos netos?

Neto: Avô conta-me uma estória.
Avô: Um dia fui a uma festa que se chamava...Hmm... Bem não interessa. Estava lá muita gente conhecida...Hmm...E havia muitas luzes e uns Djs muito bons que eram...Hmm...Não me lembro e então no fim tropecei e entornei o copo. (gargalhada)
Neto: (corta os pulsos)

E depois da euforia sobre uma coisa insignificante é natural (dada a desregulação de emoções que para ali vai) que quando se deparam com a vida do dia-a-dia fiquem deprimidos, porque não sabem relativizar as coisas. Ou é tudo muito espectacular ou é tudo horrível. Ou então vêem-se ao espelho e é tudo uma merda (não resisti).

Anyway, escrever isto e ouvir When the levee breaks ao mesmo tempo é um bocado desconcertante, por isso peço desculpa se o texto não fizer lá muito sentido.

Mas deixo aqui um vídeo sobre relativização das coisas.

Profecias

Um post mais pequeno.

Imaginem que eu tenho um papel e um isqueiro. E que digo que, consequentemente, vou ter um incêndio.

Tenham cuidado. Porque este é o tipo de argumentos de desconfiar.

Se papel é A e o isqueiro é Z e só tivermos em conta os dois então teremos um incêndio.

Contudo eu estou-vos a omitir todo o alfabeto de factos e elementos a considerar entre A e Z.

Por exemplo, o papel pode estar a muita distância do isqueiro. O isqueiro não se acende sozinho. Pode estar a chover. Pode o isqueiro estar sem gás. Pode o papel estar molhado. Pode o isqueiro não ter pedra. Etc.

É preciso ter cuidado quando lêem coisas na internet. Nem tudo é verdade e devemos questionar sempre o que nos aparece, porque muitas vezes aparece-nos com factos obliterados ou omitidos o que turva a visão real das coisas.

E sobretudo, não acreditem em profetas que usam este tipo de argumentação. Porque os profetas de hoje em dia são personagens relativamente perigosas porque aparecem como heróis e que nos levam a sítios sem saída e sem resposta.

É só isto por hoje, porque acho que há demasiada a gente a vender gato por lebre e a espalhar coisas que não fazem lá muito sentido be vistas as coisas.

Back and forth and back again...

Olá.

Já há muito tempo que não vinha cá escrever nada. Na verdade desde que publicamos a entrevista com o mui nobre Mauro Pawlowski, achamos por bem não publicar nada para que pudesse ser dado o devido destaque a algo de que muito nos orgulhamos.

Como devem saber Mauro Pawlowski é um dos nossos artistas favoritos e foi com muito agrado que tivemos a honra de o entrevistar. Principalmente porque nunca pensamos que seria possível que acontecesse. Mas graças a uma tentativa aleatória lá conseguimos a entrevista em questão.

De qualquer das maneiras entretanto passou-se o verão e as férias e agora está tudo a trabalhar que é para ver o que é bom. As férias correram bem, apenas o senão de terem acabado, o que na minha humilde opinião é uma parvoíce porque não deviam de acabar muito obviamente.

Actualmente o blog tem um leitor de música na qual está a ser reproduzida a música Constant Now dos dEUS, que vem no disco que sai agora no fim de Setembro. Eu sei que se calhar é chato entrar e ouvir sempre a mesma coisa, mas bem, dá-me jeito pelo menos até ao disco sair porque assim sempre que quero venho aqui e ouço, o que é fixe. Quando o disco sair mudaremos as coisas para que não reproduza automaticamente e provavelmente também mudaremos a música em questão. Se não gostarem podem sempre comentar mas aviso já que não vale de nada. Eu gosto da música e dá-me mesmo jeito vir aqui e ouvir.

Bem, de resto não há muito mais para já. Tenho visto o melhor programa de comédia da actualidade, que para quem não sabe chama-se Telejornal, no qual me tenho deleitado com as medidas do governo de Pedro Passos Coelho, que afinal também anda de PEC em PEC a saltitar, excepto que ele não lhe chama PEC, o que faz toda a diferença porque aí passa a ser totalmente diferente e muito melhor. Agora que penso acho é que as pessoas estavam fartas de ouvir PEC e votaram num partido que faz o mesmo, mas com outros nomes.

Até o Carlos Abreu Amorim deve andar sem sono. Só de participar num governo (ou partido) em que tem de compactuar com tudo aquilo que vai contra o que o senhor escrevia nas colunas da revista Notícias não deve parar de dar com a cabeça na parede. Pelo menos era o que eu faria. Sei lá, acho que tenho uma consciência (eu sei, palavra cara não é? Aposto que nenhum de vocês sabe o que isso é!)

Mas bem, para finalizar com um bocado de nonsense (só mais um bocadinho) aqui fica um vídeo daquele grupo que é só o maior de sempre em termos de comédia.

Só para dizer que Michael Palin é um excelente actor. Provavelmente o melhro, na minha opinião.