Os EUA são um exemplo sintomático daquilo que é ter sucesso. Há americanos bem sucedidos em todas as áreas, em todo o mundo. São um país estável e dominador. Etc e tal...
O facto é que ser americano, muitas vezes, acarreta uma vasta estupidez, nada comum de um país super desenvolvido.
Tome-se o exemplo dos tiroteios e massacres constantes que acontecem em solo norte-americano. O comum mortal membro do povo, é a maior vítima destes acontecimentos que derivam de uma política completamente medieval de posse de arma. No entanto são os mesmos que, maior parte das vezes, defendem com unhas e dentes esse direito de possuir uma arma para se defenderem. Ignorando que uma arma que serve para defender também serve para atacar e que é uma questão de tempo até uma arma cair nas mãos erradas de alguém que, supostamente, quer defender-se e acaba, na realidade, a atacar pessoas indiscriminadamente.
Mas para além de argumentarem que a posse de armas é boa para se defenderem ainda defendem um outro argumento que é, na minha opinião, sintomático da "pobreza" norte-americana.
Tenhamos então em atenção o seguinte excerto de uma reportagem acerca da opinião do Brad Pitt acerca de armas.
“America is a country founded on guns. It’s in our DNA. It’s very strange but I feel better having a gun. I really do. I don’t feel safe, I don’t feel the house is completely safe, if I don’t have one hidden somewhere. That’s my thinking, right or wrong.
“I got my first BB (air) gun when I was in nursery school. I got my first shotgun by first grade. I had shot a handgun by third grade and I grew up in a pretty sane environment. I was in the U.K. when the shootings happened and I did hear the discussion about gun control start again, and as far as I know it petered out as it always does.
“It’s just something with us. To turn around and ask us to give up our guns… I don’t know, we’re too afraid that we’re going to give up ours and the bad guys are still going to get theirs. It’s just in our thinking. I’m telling you, we don’t know America without guns.”
Todo o argumento de Brad Pitt baseia-se na primeira frase. America is a country founded on guns. O grande conhecimento histórico de Brad Pitt assim o apoia.
Quem não se lembra das Guerras Mundiais que se desenvolviam dentro de cozinhas com Aliados a atirarem tachos e panelas contra os alemães?
Quem desconhece a Batalha de Aljubarrota em que para definir o vencedor desenvolveu-se um mortal jogo de sueca na casa da padeira que eventualmente fartou-se do barulho?
Quem desconhece o violento período Edo e da queda do shogunato japonês que se decidiu através de um intenso jogo de mikado?
Júlio César, o maior comandante militar de sempre, que venceu todas as batalhas através dos seus dotes culinários?
Tudo isto obviamente acabou quando os ingleses descobriram a piada mais mortífera do mundo, como muito bem documentado pelos Monty Python.
Brad Pitt argumentou e destrui o seu próprio argumento, facto fantástico (um aparte para dizer que isto acontece cada vez mais). Todos os países do mundo (senão todos, a grande maioria) são baseados em processos bélicos. É daí que vem a sua fundação. Não há nenhuma país, pelo menos países que vêm antes do Séc XX, que tenha sido fundado de bom agrado. O facto de Pitt afirmar tal coisa só revela ignorância e pré-formatação e, o pior, é que isto não acontece só com ele. Acontece com a vasta maioria dos americanos.
Obviamente, ele gaba-se de que quando andava na escola já tinha uma arma. Fixolas, não é?
E é assim a vida nos EUA. Nunca se preocupam com as coisas até que elas acontecem e, depois, quando acontecem "ai meu Deus Jesus Cristo".
O furacão Sandy é o pleno exemplo disso. Não desejo mal aos EUA, bem pelo contrário, mas sempre que há um furacão há desgraça. Casas construídas em madeira a flutuar e simplesmente a desaparecer é assunto comum nestas alturas. É o drama e toda a gente tem de apoiar os EUA que coitados têm poucos recursos.
O problema grave, pior do que todos os furacões do mundo, é que os americanos continuam a construir e a permitir a construção de casas de madeira (apenas a título de exemplo), porque enfim, fica mais barato. Contudo aquando do terramoto de 2011 no Japão, lembro-me de ler que os EUA criticaram a falta de preparação (???) do Japão, apenas por causa de Fukushima. Falam os EUA que têm centrais nucleares (cerca de metade) com mais de 30 anos em actividade e sem qualquer prova que esteja em condições para continuar a trabalhar, contudo as suas licenças de 40 anos estão a ser prolongadas por mais 20. Relembrem-me lá quem é que estava mal preparado... Já o Japão sofreu o quinto mais poderoso terramoto da história, seguido de um Tsunami e os EUA antes de tudo, acham que o Japão estava mal preparado.
Resumindo, daqui a uns tempos vem nova época de furacões e nova época de desastres e casas desaparecidas e mortos por todo o lado. E os americanos vão voltar a queixar-se da sua sorte.
O que, para mim, é chocante, é que os assuntos permanentes na agenda dos EUA nada têm a ver com a sua vida interna. Se lermos jornais americanos os temas sempre presentes são a guerra (fora dos EUA), acontecimentos de política externa e desporto. Quando devia ser ao contrário. Aqui em Portugal as pessoas borrifam-se completamente para o que se passa no estrangeiro, porque o que é mais importante é a nossa vida. Já os americanos estão constantemente à procura de coisas no estrangeiro, as quais possam criticar e falar de si próprios numa doutrina de auto engrandecimento.
Basta ler este artigo em que o autor começa por se sentir incomodado pela data escolhida para o anúncio da descoberta do Bosão de Higgs (sim, porque toda a gente sabe e festeja o dia da independência dos EUA) e acaba a realçar as universidades de onde vêm alguns cientistas que trabalham no acelerador de partículas que está... na Europa.
Enfim, é caso para dizer que americanos vão americanar. É pena porque é de facto um país excepcional e com coisas muito boas, mas que parece estar preso na sua lengalenga, hoje mais ou menos actual, daqui a uns anos, quem sabe, poderá ser completamente datada e inválida.
O facto é que ser americano, muitas vezes, acarreta uma vasta estupidez, nada comum de um país super desenvolvido.
Tome-se o exemplo dos tiroteios e massacres constantes que acontecem em solo norte-americano. O comum mortal membro do povo, é a maior vítima destes acontecimentos que derivam de uma política completamente medieval de posse de arma. No entanto são os mesmos que, maior parte das vezes, defendem com unhas e dentes esse direito de possuir uma arma para se defenderem. Ignorando que uma arma que serve para defender também serve para atacar e que é uma questão de tempo até uma arma cair nas mãos erradas de alguém que, supostamente, quer defender-se e acaba, na realidade, a atacar pessoas indiscriminadamente.
Mas para além de argumentarem que a posse de armas é boa para se defenderem ainda defendem um outro argumento que é, na minha opinião, sintomático da "pobreza" norte-americana.
Tenhamos então em atenção o seguinte excerto de uma reportagem acerca da opinião do Brad Pitt acerca de armas.
“America is a country founded on guns. It’s in our DNA. It’s very strange but I feel better having a gun. I really do. I don’t feel safe, I don’t feel the house is completely safe, if I don’t have one hidden somewhere. That’s my thinking, right or wrong.
“I got my first BB (air) gun when I was in nursery school. I got my first shotgun by first grade. I had shot a handgun by third grade and I grew up in a pretty sane environment. I was in the U.K. when the shootings happened and I did hear the discussion about gun control start again, and as far as I know it petered out as it always does.
“It’s just something with us. To turn around and ask us to give up our guns… I don’t know, we’re too afraid that we’re going to give up ours and the bad guys are still going to get theirs. It’s just in our thinking. I’m telling you, we don’t know America without guns.”
Todo o argumento de Brad Pitt baseia-se na primeira frase. America is a country founded on guns. O grande conhecimento histórico de Brad Pitt assim o apoia.
Quem não se lembra das Guerras Mundiais que se desenvolviam dentro de cozinhas com Aliados a atirarem tachos e panelas contra os alemães?
Quem desconhece a Batalha de Aljubarrota em que para definir o vencedor desenvolveu-se um mortal jogo de sueca na casa da padeira que eventualmente fartou-se do barulho?
Quem desconhece o violento período Edo e da queda do shogunato japonês que se decidiu através de um intenso jogo de mikado?
Júlio César, o maior comandante militar de sempre, que venceu todas as batalhas através dos seus dotes culinários?
Tudo isto obviamente acabou quando os ingleses descobriram a piada mais mortífera do mundo, como muito bem documentado pelos Monty Python.
Brad Pitt argumentou e destrui o seu próprio argumento, facto fantástico (um aparte para dizer que isto acontece cada vez mais). Todos os países do mundo (senão todos, a grande maioria) são baseados em processos bélicos. É daí que vem a sua fundação. Não há nenhuma país, pelo menos países que vêm antes do Séc XX, que tenha sido fundado de bom agrado. O facto de Pitt afirmar tal coisa só revela ignorância e pré-formatação e, o pior, é que isto não acontece só com ele. Acontece com a vasta maioria dos americanos.
Obviamente, ele gaba-se de que quando andava na escola já tinha uma arma. Fixolas, não é?
E é assim a vida nos EUA. Nunca se preocupam com as coisas até que elas acontecem e, depois, quando acontecem "ai meu Deus Jesus Cristo".
O furacão Sandy é o pleno exemplo disso. Não desejo mal aos EUA, bem pelo contrário, mas sempre que há um furacão há desgraça. Casas construídas em madeira a flutuar e simplesmente a desaparecer é assunto comum nestas alturas. É o drama e toda a gente tem de apoiar os EUA que coitados têm poucos recursos.
O problema grave, pior do que todos os furacões do mundo, é que os americanos continuam a construir e a permitir a construção de casas de madeira (apenas a título de exemplo), porque enfim, fica mais barato. Contudo aquando do terramoto de 2011 no Japão, lembro-me de ler que os EUA criticaram a falta de preparação (???) do Japão, apenas por causa de Fukushima. Falam os EUA que têm centrais nucleares (cerca de metade) com mais de 30 anos em actividade e sem qualquer prova que esteja em condições para continuar a trabalhar, contudo as suas licenças de 40 anos estão a ser prolongadas por mais 20. Relembrem-me lá quem é que estava mal preparado... Já o Japão sofreu o quinto mais poderoso terramoto da história, seguido de um Tsunami e os EUA antes de tudo, acham que o Japão estava mal preparado.
Resumindo, daqui a uns tempos vem nova época de furacões e nova época de desastres e casas desaparecidas e mortos por todo o lado. E os americanos vão voltar a queixar-se da sua sorte.
O que, para mim, é chocante, é que os assuntos permanentes na agenda dos EUA nada têm a ver com a sua vida interna. Se lermos jornais americanos os temas sempre presentes são a guerra (fora dos EUA), acontecimentos de política externa e desporto. Quando devia ser ao contrário. Aqui em Portugal as pessoas borrifam-se completamente para o que se passa no estrangeiro, porque o que é mais importante é a nossa vida. Já os americanos estão constantemente à procura de coisas no estrangeiro, as quais possam criticar e falar de si próprios numa doutrina de auto engrandecimento.
Basta ler este artigo em que o autor começa por se sentir incomodado pela data escolhida para o anúncio da descoberta do Bosão de Higgs (sim, porque toda a gente sabe e festeja o dia da independência dos EUA) e acaba a realçar as universidades de onde vêm alguns cientistas que trabalham no acelerador de partículas que está... na Europa.
Enfim, é caso para dizer que americanos vão americanar. É pena porque é de facto um país excepcional e com coisas muito boas, mas que parece estar preso na sua lengalenga, hoje mais ou menos actual, daqui a uns anos, quem sabe, poderá ser completamente datada e inválida.
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