Muitas vezes, sou acusado de não ser muito sociável e não me esforçar para manter amizades vivas.
Venho então contar uma história, muito recente, para elucidar a minha posição em relação à acusação.
Em tempos tive um colega de trabalho com quem me dei bastante, bem. Falávamos bastante nas nossas trocas de turno e até nos encontrámos uma vez fora do trabalho para tomar um café, coisa que raramente faço porque, normalmente, não gosto de grandes intimidades com colegas de trabalho.
Mas bem, com este colega senti que me dava bem e que poderia ser honesto em muitas das minhas opiniões controversas. Por exemplo, a minha teoria segundo a qual as pessoas só gostam de leite por pressão social.
De qualquer das maneira, a primeira coisa que me incomodou um pouco, foi este colega ter deixado o trabalho de forma extremamente repentina e sem aviso, deixando os colegas de secção em posição delicada. Pessoalmente, tive de adiar as minhas férias para fazer face à saída repentina. Mas o que me incomodou mais ainda foi o facto de não ter tido a simples atitude de mandar um sms ou falar pessoalmente e deixar-me a par da situação, em vez de me deixar ser surpreendido com a saída e consequentes consequências (por assim dizer).
Eu tinha emprestado um livro a este colega (vejam lá a confiança que eu não tinha). Um livro, que como todos os que são do Júlio Verne, é-me muito querido.
Após algum tempo da sua saída do meu trabalho contactei-o para marcarmos um café. Não vou dizer que não tinha interesse em reaver o livro, mas a verdade é que também gostaria de falar com ele e saber o que ele andava a fazer etc. Marcou-se um dia que foi desmarcado em cima da hora.
Após mais umas semanas largas, voltei a contactar, mas desta vez não havia possibilidade. Entre estas vezes não recebi nenhum contacto de volta.
Após mais umas semanas, contactei novamente, e desta vez ficou marcado novamente mas com um ponto de interrogação porque não sei o quê e ele poderia não ter tempo de ir ter comigo embora viesse até à minha cidade. Disse ok, e que se ele não pudesse vir ter comigo e quisesse entregar o livro que o deixasse no trabalho do meu pai que era fácil de chegar. Assim foi, o encontro foi cancelado e o livro entregue no meu pai.
Deixei passar mais de um ano e até hoje nem uma mensagem me chegou. Portanto ainda bem que pelo menos o livro voltou às minhas mãos.
E voltando à acusação inicial, eu não me esforço para manter amigos. Mas a verdade é que neste caso, por duas vezes tentei marcar algo e o problema para mim não é que tenha havido impossibilidade, mas sim que não tenha havido vontade. Porque se houvesse vontade tinham havido outros contactos e poderíamos ter arranjado uma situação qualquer em que fosse possível encontrar-nos e conversar e etc, aquilo que amigos fazem.
Posto isto, eu é que me devo esforçar, ou os outros não têm de se esforçar também? Que mais deveria fazer. Ir de joelhos até casa dele para que ele viesse tomar um café comigo. Nem pensar.
Para mim, amizade é recíproca e, neste caso, não fosse pelo livro ao fim da segunda tentativa deixava de tentar, porque obviamente para mim não funciona de todo ser só eu a ligar e tentar marcar coisas. Se me derem a entenderem que não estão interessados, eu não interessado estou, porque, francamente, algo melhor do que ficar em casa com a cara metade a ver os gatinhos fazerem parvoíces?
Venho então contar uma história, muito recente, para elucidar a minha posição em relação à acusação.
Em tempos tive um colega de trabalho com quem me dei bastante, bem. Falávamos bastante nas nossas trocas de turno e até nos encontrámos uma vez fora do trabalho para tomar um café, coisa que raramente faço porque, normalmente, não gosto de grandes intimidades com colegas de trabalho.
Mas bem, com este colega senti que me dava bem e que poderia ser honesto em muitas das minhas opiniões controversas. Por exemplo, a minha teoria segundo a qual as pessoas só gostam de leite por pressão social.
De qualquer das maneira, a primeira coisa que me incomodou um pouco, foi este colega ter deixado o trabalho de forma extremamente repentina e sem aviso, deixando os colegas de secção em posição delicada. Pessoalmente, tive de adiar as minhas férias para fazer face à saída repentina. Mas o que me incomodou mais ainda foi o facto de não ter tido a simples atitude de mandar um sms ou falar pessoalmente e deixar-me a par da situação, em vez de me deixar ser surpreendido com a saída e consequentes consequências (por assim dizer).
Eu tinha emprestado um livro a este colega (vejam lá a confiança que eu não tinha). Um livro, que como todos os que são do Júlio Verne, é-me muito querido.
Após algum tempo da sua saída do meu trabalho contactei-o para marcarmos um café. Não vou dizer que não tinha interesse em reaver o livro, mas a verdade é que também gostaria de falar com ele e saber o que ele andava a fazer etc. Marcou-se um dia que foi desmarcado em cima da hora.
Após mais umas semanas largas, voltei a contactar, mas desta vez não havia possibilidade. Entre estas vezes não recebi nenhum contacto de volta.
Após mais umas semanas, contactei novamente, e desta vez ficou marcado novamente mas com um ponto de interrogação porque não sei o quê e ele poderia não ter tempo de ir ter comigo embora viesse até à minha cidade. Disse ok, e que se ele não pudesse vir ter comigo e quisesse entregar o livro que o deixasse no trabalho do meu pai que era fácil de chegar. Assim foi, o encontro foi cancelado e o livro entregue no meu pai.
Deixei passar mais de um ano e até hoje nem uma mensagem me chegou. Portanto ainda bem que pelo menos o livro voltou às minhas mãos.
E voltando à acusação inicial, eu não me esforço para manter amigos. Mas a verdade é que neste caso, por duas vezes tentei marcar algo e o problema para mim não é que tenha havido impossibilidade, mas sim que não tenha havido vontade. Porque se houvesse vontade tinham havido outros contactos e poderíamos ter arranjado uma situação qualquer em que fosse possível encontrar-nos e conversar e etc, aquilo que amigos fazem.
Posto isto, eu é que me devo esforçar, ou os outros não têm de se esforçar também? Que mais deveria fazer. Ir de joelhos até casa dele para que ele viesse tomar um café comigo. Nem pensar.
Para mim, amizade é recíproca e, neste caso, não fosse pelo livro ao fim da segunda tentativa deixava de tentar, porque obviamente para mim não funciona de todo ser só eu a ligar e tentar marcar coisas. Se me derem a entenderem que não estão interessados, eu não interessado estou, porque, francamente, algo melhor do que ficar em casa com a cara metade a ver os gatinhos fazerem parvoíces?