1ª parte - Exageros

Estava a ver perfis de facebook, com o meu perfil falso,  de pessoas que conheço mas que não quero que sejam minhas amigas, nem as quero perto de mim pois a falta de capacidade de pensar é demasiada e pode ser contagiosa.

Anyway, estava a ver um perfil de uma tipa que acabou agora o mestrado, bem, não vou revelar que mestrado é, porque não interessa, mas foi finalizado por via de estágio e não tese/projecto. Em termos de valor, penso que fazer um projecto ou tese será sempre mais desafiante e exigente. Mas há palermas que fazem projectos, isso no fundo não quer dizer nada.
De qualquer das formas, a onda de parabéns porque acabou o mestrado era quase um tsunami. Eu tenho uma notícia para as pessoas, e eu sei que é difícil de imaginar o que vou dizer a seguir, mas é a verdade.

Um mestrado (ou doutoramento ou até pós-douturamento) não significa nada. Principalmente na área das humanidades. E não digo que não significa nada em termos de CV. Digo que não significa nada em termos de intelectualidade.

Quando era mais novo, aliás, a minha primeira entrevista de emprego, tinha dezoito anos e quando cheguei lá estava lá uma tipa que tinha um mestrado e eu pensei "uau, um mestrado...". Para mim, era como se essa rapariga reluzisse, que mente obrigatoriamente brilhante que ali estava. Mas isso é uma concepção errada. Qualquer idiota apalermado pode tirar um mestrado ou doutoramento. Basta que se aplique o suficiente no necessário.

Portanto, mestres e doutores e familiares, desçam lá dos vossos cavalinhos, porque vós continuais a ser, na maior parte, ignorantes idiotas, com pouco para oferecer ao mundo. Eu, com o meu curso de nível III, encontro poucos que mereçam qualquer tipo de reconhecimento intelectual. E ide p'ro real caralho se achais que eu sou arrogante. Whatever!

2ª parte - Porque Portugal está mal.

Prova A

Esta mestre, é uma pessoa que, testemunhei eu e vou passar a acusações claras, numa conferência com alguém de muito interesse para a área dela (e que eu fui ver por interesse próprio pois não tem interesse nenhum para a minha área) passou a conferência no facebook.
Esta mestre agora que concluiu o mestrado diz que vai ter mais tempo para socializar... Muito bem, certamente estava a pesquisar material relevante para o seu mestrado... no facebook.
Esta mestre, aquando da entrevista para o estágio, foi-lhe perguntado o que achava de certa pessoa. Note-se que esta mestre concordava com quase tudo o que essa pessoa dizia, mas na entrevista e, certamente, lembrando-se de dissidentes no discurso deu esta brilhante resposta.
"Houve quem não gostasse muito!"
O que o entrevistador adorou porque ele próprio não gostava. Este entrevistador, obviamente outro idiota, não percebeu que tinha sido enganado por outra idiota.
E isto é, basicamente, o porquê de Portugal ser o país medíocre que é.

Em Portugal as pessoas não formam opiniões. Esperam pela missa de Domingo do Cardeal Marcelo Rebelo de Sousa que lhes vai dizer o que e como é que devem opinar durante a semana. Depois esperam pelo Cónego Miguel Sousa Tavares. Depois há alguns que vêem aqueles debates absolutamente patéticos que passam no absolutamente patético Canal Q e o, também, absolutamente patético Governo Sombra e que acham que estão a ter a luz do verdadeiro pensamento livre quando no fundo são mais uns palermas a serem amestrados, todos para pensarem o mesmo por palavras diferentes, mas igualmente incipientes, sem conteúdo e sem ideias novas. É sempre o mesmo.

E depois há ainda aqueles que não querem assumir o seu próprio pensamento e colam-se a opiniões alheias de pessoas "iguais". E há ainda aqueles que em lugar de posição poderiam mudar as coisas, mas, como vêm do mesmo tipo de criação, são outras ovelhas que pensam e agem como todas as outras pessoas.

Prova B

Onde eu trabalho, há cerca de um ano, veio trabalhar uma miúda que tinha acabado de completar o seu cursinho (mais uma que as pessoas apenas dão crédito porque "ó meu deus" tirou uma licenciatura). Para ela vir trabalhar outro trabalhador foi dispensado. Que se fique desde já a saber que o dispensado era melhor que a contratada, mas bem, pormenores.

Esta trabalhadora veio para o mesmo posto que eu. E, basicamente, dos sete a desempenhar a mesma função, em turno continuo e em funções que exigem que todos trabalhem bem para que se trabalhe de forma fluida, esta era das piores. Daquelas que mais vale nem ensinar certas coisas e sermos nós, os outros que conseguimos fazer as coisas direitas, a resolver as coisas e a prever os desastres.

Esta trabalhadora, num dia de muito trabalho, teve ajuda de dois colegas que estavam de folga mas que vieram para a ajudar, porque obviamente era inconcebível que ela conseguisse dar conta do recado. Acompanhada por duas pessoas que fizeram o sacrifício para estar com ela a ajudar, a certo ponto, ela, vira-se e diz, após receber uma chamada: "Bem, esperem só um bocadinho que vou ali beber uma cerveja". Sim senhora, belíssima profissional.

De qualquer das formas, e borrada atrás de borrada, meses mais tarde o que acontece? O natural, num país normal e numa empresa normal, seria que esta pessoa fosse substituída. Certo? ERRADO! Esta pessoa foi promovida para um cargo directivo.
E o que faz esta pessoa no seu posto directivo? Pergunta tudo. "O que farias na minha situação?" "Como achas que devo proceder?" "Achas que faça assim? Fica bem?"

Pergunta tudo. E basicamente a cadeia de decisões está igual, mas a capacidade de trabalho e decisão está no escalão mais baixo, que está sobre alçada de uma pessoa incompetente que nem o trabalho mais abaixo na cadeia sabia fazer direito.

Esta pessoa, que para além de incompetente é altamente ignorante, é alguém que não anda a fazer nada neste mundo. Por um acaso qualquer aconteceu-lhe uma série de coisas e agora está acima dos outros a tomar decisões estúpidas.

Esta situação é algo que eu quero que seja visto, tal como a primeira, como algo que nada tem a ver com factores externos. Não tem a ver com o governo. Não tem a ver com os corruptos políticos. Não tem a ver com a crise internacional. Não tem a ver com impostos. Não tem a ver com nada.
Tem apenas a ver com estupidez pura e dura. E depois queixam-se que as empresas faliram. Com gestões destas... As pessoas que têm poder hoje em dia não passam de pessoas que provavelmente na escola eram considerados os nabos. Os estúpidos. E agora têm poder, mas não deixam de ser estúpidos.

Há solução para isto? Não, nem por isso. No outro dia li que para um rio se livrar de uma contaminação de chumbo naturalmente poderia demorar mais de cem anos. Para a humanidade se livrar desta ignorância extrema e repugnante, tem obrigatoriamente, de demorar muito mais.

Há pessoas boas, e talvez por essas pessoas boas valha a pena dizer a verdade como a vemos. Talvez por essas pessoas ainda haja alguma esperança e certamente há muitas pessoas boas.
O problema é que enquanto os estúpidos são extremamente estúpidos, os inteligentes nem sempre são extremamente inteligentes, sendo que há vários níveis de intelectualidade e só alguns, poucos, lá chegam e assim sendo, há um desequilíbrio difícil de ultrapassar.