Estava eu muito bem a acabar de jantar quando ao olhar para o prato reparei num pedaço de osso de frango assado. Pensei como a vida é efémera, como estamos restringidos à nossa medíocre condição humana e o quão absurdo é o mundo em geral. Por momentos quase filosofei um pouco, mas ao ver que o pacote de ketchup dizia 477g em vez dos habituais 500g, abstraí-me dos meus pensamentos profundos e voltei à realidade. Tudo isto para dizer que quando estava à mesa, ouvi a televisão por trás de mim constatar o óbvio: os Homens da Luta foram eliminados CAPTAIN OBVIOUS! Na verdade, nunca percebi como é que alguém alguma vez acreditou que eles poderiam chegar à final. Não é que o resto do festival em si seja muito melhor, porque é um evento mais que falhado hoje em dia.
Mas voltando à vaca fria, dizem os senhores jornalistas que andaram na rua a perguntar aos portugueses o que pensam dos idiotas em questão. E aqui prendo-me com um problema, os depoimentos que se seguiram ou são uma amostra realista de que os portugueses são das pessoas com menos critério que existem à face da terra, ou os senhores jornalistas dão a habitual continuidade à mediocridade das suas reportagens mostrando apenas aqueles que disseram bem. Porque entre umas sete (talvez, não estava a olhar para o ecrã mas a ouvir) mais ou menos, apenas uma disse que era normal terem perdido, porque não são bons (não foram as palavras exactas). O vídeo ainda não está disponibilizado para poder dar as frases concretas, mas assim que o conseguir, ponho aqui o link.
Continuando, a maioria das pessoas dizia que a música era gira (!?), que a ideia deles era boa -só não percebo é como é que chegou lá sendo o Festival da Eurovisão um evento que proíbe músicas com teor político- para chamar a atenção e mostrar o estado do país. Também diziam que era um retrato fiel do país, e neste ponto foi quando pensei que estas pessoas não devem viver todas cá, só pode, porque eu não vejo quer a nível estético quem anda como eles, nem a nível de significado, porque para fazer um retrato fiel do país ou destas gerações que andam nas bocas dos meios de comunicação ultimamente, só seria fiel se tivessem levado roupa daquelas marcas fashion que por sinal são bem caras, se levassem ipads, iphones, telemóveis andróides (ou smartphones, seja o que for), portáteis, gadgets inúteis, sapatos dos mais caros, etc etc etc. Poderia ir por aí a lista. E agora toda a gente me diz "Ah não é assim, de todo!" Pois bem, eu acho que é assim, porque estando plenamente consciente que com grande parte das pessoas não se aplica, com uma outra maioria posso dizer que, vendo o que se passa quer na vida real à minha volta, quer pela blogosfera portuguesa, as pessoas são do mais consumista que há. São as marcas de roupa que toda a gente parece ter e que eu não entendo como é possível dar 30€ por uma tshirt de algodão, sapatos a começar nos 80€ para cima, são vernizes de 25€ o frasco, óculos de sol, relógios, tudo de marcas sonantes, e depois são as tecnologias de iphones, ipads e afins, que chegaram inclusivamente a esgotar no dia em que chegaram (tendo em conta que alguns custavam mais que um salário mínimo), e não vejo, pelo menos nas cidades que frequento, os restaurantes com menos gente, ou bares vazios nem nada semelhante. Também não vejo os estudantes gastarem menos dinheiro em jantares de curso, trajes, bebedeiras ou até porcarias do enterro em que se pode ver os músicos que por lá passam de graça em inúmeras ocasiões. Se bem que "não têm dinheiro para os manuais". E podia continuar.
Não posso dizer que sou imune. Também compro livros (e demais). Também vou a concertos e também já comprei sapatos. A única diferença é que, não recebendo nem um ordenado nem uma mesada, tenho de poupar dinheiro para tudo e então não me queixo que a vida está má, depois de receber um salário e estalá-lo sabe-se lá em quê.
Quem diz que Homens da Luta é um retrato de país, não tem um espelho em casa. As pessoas dizem que não têm dinheiro e que não podem ter uma casa, eu não sei desde quando é que se pensa que se pode ter uma casa e continuar a ir ao cinema e comprar roupa todos os meses e tudo mais quando o ordenado não é avultado. Mas que dá para viver dá, não dá é para gastar em coisas que não sejam estritamente necessárias. Temos um país onde vivemos bem e onde se consome e, infelizmente, onde também ninguém pensa antes de se queixar e dizer que eles fazem um bom retrato.
E quem diz que aquela música é boa, só pode ser um inculto a nível musical. Independentemente dos gostos, aquilo não é nada, santa paciência. Alguma vez aquilo é "bom". Enfim.
Nota: é apenas a minha humilde opinião. Também sei que há outras realidades (eu vivo numa). Mas a maior parte de quem vejo queixar-se é assim.
Mas voltando à vaca fria, dizem os senhores jornalistas que andaram na rua a perguntar aos portugueses o que pensam dos idiotas em questão. E aqui prendo-me com um problema, os depoimentos que se seguiram ou são uma amostra realista de que os portugueses são das pessoas com menos critério que existem à face da terra, ou os senhores jornalistas dão a habitual continuidade à mediocridade das suas reportagens mostrando apenas aqueles que disseram bem. Porque entre umas sete (talvez, não estava a olhar para o ecrã mas a ouvir) mais ou menos, apenas uma disse que era normal terem perdido, porque não são bons (não foram as palavras exactas). O vídeo ainda não está disponibilizado para poder dar as frases concretas, mas assim que o conseguir, ponho aqui o link.
Continuando, a maioria das pessoas dizia que a música era gira (!?), que a ideia deles era boa -só não percebo é como é que chegou lá sendo o Festival da Eurovisão um evento que proíbe músicas com teor político- para chamar a atenção e mostrar o estado do país. Também diziam que era um retrato fiel do país, e neste ponto foi quando pensei que estas pessoas não devem viver todas cá, só pode, porque eu não vejo quer a nível estético quem anda como eles, nem a nível de significado, porque para fazer um retrato fiel do país ou destas gerações que andam nas bocas dos meios de comunicação ultimamente, só seria fiel se tivessem levado roupa daquelas marcas fashion que por sinal são bem caras, se levassem ipads, iphones, telemóveis andróides (ou smartphones, seja o que for), portáteis, gadgets inúteis, sapatos dos mais caros, etc etc etc. Poderia ir por aí a lista. E agora toda a gente me diz "Ah não é assim, de todo!" Pois bem, eu acho que é assim, porque estando plenamente consciente que com grande parte das pessoas não se aplica, com uma outra maioria posso dizer que, vendo o que se passa quer na vida real à minha volta, quer pela blogosfera portuguesa, as pessoas são do mais consumista que há. São as marcas de roupa que toda a gente parece ter e que eu não entendo como é possível dar 30€ por uma tshirt de algodão, sapatos a começar nos 80€ para cima, são vernizes de 25€ o frasco, óculos de sol, relógios, tudo de marcas sonantes, e depois são as tecnologias de iphones, ipads e afins, que chegaram inclusivamente a esgotar no dia em que chegaram (tendo em conta que alguns custavam mais que um salário mínimo), e não vejo, pelo menos nas cidades que frequento, os restaurantes com menos gente, ou bares vazios nem nada semelhante. Também não vejo os estudantes gastarem menos dinheiro em jantares de curso, trajes, bebedeiras ou até porcarias do enterro em que se pode ver os músicos que por lá passam de graça em inúmeras ocasiões. Se bem que "não têm dinheiro para os manuais". E podia continuar.
Não posso dizer que sou imune. Também compro livros (e demais). Também vou a concertos e também já comprei sapatos. A única diferença é que, não recebendo nem um ordenado nem uma mesada, tenho de poupar dinheiro para tudo e então não me queixo que a vida está má, depois de receber um salário e estalá-lo sabe-se lá em quê.
Quem diz que Homens da Luta é um retrato de país, não tem um espelho em casa. As pessoas dizem que não têm dinheiro e que não podem ter uma casa, eu não sei desde quando é que se pensa que se pode ter uma casa e continuar a ir ao cinema e comprar roupa todos os meses e tudo mais quando o ordenado não é avultado. Mas que dá para viver dá, não dá é para gastar em coisas que não sejam estritamente necessárias. Temos um país onde vivemos bem e onde se consome e, infelizmente, onde também ninguém pensa antes de se queixar e dizer que eles fazem um bom retrato.
E quem diz que aquela música é boa, só pode ser um inculto a nível musical. Independentemente dos gostos, aquilo não é nada, santa paciência. Alguma vez aquilo é "bom". Enfim.
Nota: é apenas a minha humilde opinião. Também sei que há outras realidades (eu vivo numa). Mas a maior parte de quem vejo queixar-se é assim.
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