Às vezes recordo-me do tempo em que andava na escola e todos nós que tocávamos um instrumento sonhávamos em ter uma banda.
Tenho vários amigos de altura que entretanto estiveram envolvidos em bandas e projectos, mais ou menos interessantes e conheço um mar de gente que teve bandas ou ainda tem.
Sempre que penso nisso deparo-me com a questão existencial.
Olhando para mim próprio que toco guitarra e já tive uma banda, sempre encarei a minha banda, que consistia em mim e um amigo meu a tocar guitarra, como um projecto pessoal para dominar o mundo.
Estava a brincar.
Para mim, fazer música foi sempre uma diversão. Sempre me diverti simplesmente por fazer parte daquele processo, que a mim me fascina bastante, que é o processo criativo. O facto de a música ser minha e de eu poder fazer aquilo que bem me apetece é algo de bastante engraçado, ou melhor, interessante.
A minha banda chegou a dar um concerto, que, apesar de ter corrido mal, foi divertido para mim, precisamente pelo divertimento de estar ali em palco e, apesar de ninguém estar a ligar patavina, eu podia, se me apetecesse, dar um berro e por muito que as pessoas não gostassem eu já o tinha dado e não podia voltar atrás.
Resumidamente, nunca olhei para a música que fazia na altura e que faço ainda agora como um projecto de sucesso que me iria trazer uma vida melhor. Obviamente se eu dissesse que nunca sonhei com isso, estaria a mentir, mas tal como isso nunca esteve perto de acontecer, eu nunca estive perto de acreditar nisso. Aproveitava e aproveito o tempo em que estou a fazer música para me divertir e desfrutar do prazer de ver as peças a encaixarem-se como um pequeno puzzle, só que neste caso são as minhas peças e o meu puzzle, tudo feito por mim e ao meu gosto. E na realidade estou-me nas tintas para se as pessoas gostam ou não.
Contudo e sempre que me recordo desses tempos de escola e pós escola, recordo-me de amigos meus e pessoas que conheço de forma mais ou menos distante, levarem as suas bandas a sério como raio. E recordo-me de pensar precisamente a mesma coisa. É assim tão necessário o sucesso para a realização pessoal? Obviamente que é, mas no caso da banda, é realista a maior parte das pessoas pensarem que vão ter sucesso?
Eu muito sinceramente acho que não. Por vários factores. Primeiro é preciso ter muita qualidade, para chegar a algum lado, ou então é preciso ser uma maria-vai-com-as-outras e fazer o que tudo o resto faz e participar em meia dúzia de festas e concursos de bandas e esperar que um desses caça-talentos que anda à procura de mais do mesmo, nos descubra.
Em segundo lugar, estamos em Portugal e basta ver os nomes que aparecem na cena musical dos últimos anos para perceber que não é lá grande coisa e que para sermos iguais temos de ser medíocres. Portugal não é um país que aceite muito uma certa complexidade musical. A coisa mais complexa que eventualmente tem sucesso é o Pedro Abrunhosa e só por aí já está tudo dito. Obviamente que em Portugal há coisas mais bem feitas e mais trabalhadas, mas a verdade é que não é isso que tem sucesso.
Daí que sempre me fez confusão ouvir certas frases do género "Estou ansioso por viver só da música" entre outros soundbites, que para mim são um pouco perturbantes, no que toca a prioridades na vida.
Portanto chega-se a um beco sem saída que é dizer fuck the world e fazemos o que nos apetece. Ou então viver hipócritamente contente com o facto de sermos medíocres e como os outros. Na primeira hipótese hipotecamos quase automaticamente qualquer esperança de sucesso. Na segunda hipótese há uma infima possibilidade de ter sucesso, mas bem, é-se uma grade merda.
Eu escolho a opção fuck the world. Ao menos se não tiver sucesso posso olhar para aquilo que fiz e não me arrepender porque fiz o que quis. Posso até olhar para certas coisas que escrevi e achar ridiculo, o que é normal, mas no fundo na altura deu-me prazer e isso é que fica.
Contudo basta ir ao myspace ver as bandas desconhecidas que há por lá e é tudo sempre o mesmo ram-ram. Tudo não, mas a grande maioria não passam de bandas que só adicionam "friends" e comentam na esperança de serem comentados a seguir e promoverem-se uns aos outros.
Tenho vários amigos de altura que entretanto estiveram envolvidos em bandas e projectos, mais ou menos interessantes e conheço um mar de gente que teve bandas ou ainda tem.
Sempre que penso nisso deparo-me com a questão existencial.
Olhando para mim próprio que toco guitarra e já tive uma banda, sempre encarei a minha banda, que consistia em mim e um amigo meu a tocar guitarra, como um projecto pessoal para dominar o mundo.
Estava a brincar.
Para mim, fazer música foi sempre uma diversão. Sempre me diverti simplesmente por fazer parte daquele processo, que a mim me fascina bastante, que é o processo criativo. O facto de a música ser minha e de eu poder fazer aquilo que bem me apetece é algo de bastante engraçado, ou melhor, interessante.
A minha banda chegou a dar um concerto, que, apesar de ter corrido mal, foi divertido para mim, precisamente pelo divertimento de estar ali em palco e, apesar de ninguém estar a ligar patavina, eu podia, se me apetecesse, dar um berro e por muito que as pessoas não gostassem eu já o tinha dado e não podia voltar atrás.
Resumidamente, nunca olhei para a música que fazia na altura e que faço ainda agora como um projecto de sucesso que me iria trazer uma vida melhor. Obviamente se eu dissesse que nunca sonhei com isso, estaria a mentir, mas tal como isso nunca esteve perto de acontecer, eu nunca estive perto de acreditar nisso. Aproveitava e aproveito o tempo em que estou a fazer música para me divertir e desfrutar do prazer de ver as peças a encaixarem-se como um pequeno puzzle, só que neste caso são as minhas peças e o meu puzzle, tudo feito por mim e ao meu gosto. E na realidade estou-me nas tintas para se as pessoas gostam ou não.
Contudo e sempre que me recordo desses tempos de escola e pós escola, recordo-me de amigos meus e pessoas que conheço de forma mais ou menos distante, levarem as suas bandas a sério como raio. E recordo-me de pensar precisamente a mesma coisa. É assim tão necessário o sucesso para a realização pessoal? Obviamente que é, mas no caso da banda, é realista a maior parte das pessoas pensarem que vão ter sucesso?
Eu muito sinceramente acho que não. Por vários factores. Primeiro é preciso ter muita qualidade, para chegar a algum lado, ou então é preciso ser uma maria-vai-com-as-outras e fazer o que tudo o resto faz e participar em meia dúzia de festas e concursos de bandas e esperar que um desses caça-talentos que anda à procura de mais do mesmo, nos descubra.
Em segundo lugar, estamos em Portugal e basta ver os nomes que aparecem na cena musical dos últimos anos para perceber que não é lá grande coisa e que para sermos iguais temos de ser medíocres. Portugal não é um país que aceite muito uma certa complexidade musical. A coisa mais complexa que eventualmente tem sucesso é o Pedro Abrunhosa e só por aí já está tudo dito. Obviamente que em Portugal há coisas mais bem feitas e mais trabalhadas, mas a verdade é que não é isso que tem sucesso.
Daí que sempre me fez confusão ouvir certas frases do género "Estou ansioso por viver só da música" entre outros soundbites, que para mim são um pouco perturbantes, no que toca a prioridades na vida.
Portanto chega-se a um beco sem saída que é dizer fuck the world e fazemos o que nos apetece. Ou então viver hipócritamente contente com o facto de sermos medíocres e como os outros. Na primeira hipótese hipotecamos quase automaticamente qualquer esperança de sucesso. Na segunda hipótese há uma infima possibilidade de ter sucesso, mas bem, é-se uma grade merda.
Eu escolho a opção fuck the world. Ao menos se não tiver sucesso posso olhar para aquilo que fiz e não me arrepender porque fiz o que quis. Posso até olhar para certas coisas que escrevi e achar ridiculo, o que é normal, mas no fundo na altura deu-me prazer e isso é que fica.
Contudo basta ir ao myspace ver as bandas desconhecidas que há por lá e é tudo sempre o mesmo ram-ram. Tudo não, mas a grande maioria não passam de bandas que só adicionam "friends" e comentam na esperança de serem comentados a seguir e promoverem-se uns aos outros.
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