Muitos, que tenham lido os dois posts anteriores, estarão a imaginar, "mas o que tem uma coisa a ver com a outra?" É uma pergunta legítima. Passamos de um vídeo "feel good" para um cenário dantesco de morte e vingança.
Mas este cenário dantesco aconteceu num local onde as pessoas pouco mais têm do que a ligação à natureza. Onde as pessoas apenas podem sair de casa para procurar diversão. Onde não há computadores como cá. Onde não há telemóveis como cá. E em que é que isso melhora a vida deles?
Se equacionarmos o vídeo anteriormente referido, deveriam ser mais as vantagens do que as desvantagens. A oportunidade de brincar no meio da floresta. Sem carros a passar constantemente, sem casa para incomodar. Não é isto que é bom?
Contudo, com isto vêm outras questões. O isolamento. A inacessibilidade à educação. A inacessibilidade à tecnologia. A inacessibilidade a certos confortos, etc.
A verdade é que tudo tem os seus prós e os seus contras. E é uma condição irreversível da condição humana, achar que a nossa situação e o que nós fazemos era melhor do que o que outros fazem agora. É fácil eu pegar numa criança e deixá-la dizer que joga duas ou três ou quatro horas por dia e retratá-la como um viciado, obcecado que não sai de casa para nada porque fica em casa a jogar. Mas há jogos e jogos. Há jogos incipientes e há jogos que são marcantes nas vidas das pessoas, não só pela experiência mas também, como pela mensagem. Pensemos em jogos como um filme, até porque muitos têm argumentos que nada ficam a dever em relação a argumentos de grandes filmes. Não é essa influência positiva?
O facto de as crianças hoje viverem de forma diferente dos seus antepassados não é nada que mereça reflectir. É o que é. E daqui a vinte anos será diferente. E somos melhores ou piores por isso? Claro que não. Só mentes distorcidas é que perdem tempo a reflectir profundamente sobre tal disparate. O meu pai aos 10 anos já trabalhava. Devíamos voltar a esse tempo? Não. Tal como o meu pai agora aprendeu a mexer basicamente num computador e agora quando chego a casa ele, volta e meia, está lá a mexer e a passar o seu tempo no youtube a encontrar as raridades que ele quer ver e ouvir.
As coisas más que acontecem raramente vêm de um comportamento estilizado. Vêm sim de incidentes. O árbitro do jogo tinha perdido a mãe num atropelamento que ele nunca conseguira assimilar e entender e no jogo tudo isso foi despoletado. Enquanto atado ao poste perguntaram-lhe "Porque fizeste isto" e ele respondeu "Para vingar a morte da minha mãe". Não faz sentido para nós que vemos de fora e podemos raciocinar com a calma do nosso sofá. Mas são sempre pequenos incidentes.
Agora há pouco houveram três mortos por causa de um cão. Há uns anos lembro-me de uma história em que na auto estrada um rapaz apitou a um carro à sua frente porque o mesmo ia a fazer muito fumo. O condutor desse carro perseguiu o rapaz até casa e matou-o a tiro à porta de casa. Qual é a explicação para isto?
Nenhuma. Há-de existir algo por onde se pegue, mas nunca será o suficiente para ser explicado ou aceite apesar da situação.
Finalizando. Não há qualquer correlação entre o modo de vida das pessoas de hoje ou de antigamente, e a forma como elas serão melhores ou piores no futuro. É uma conversa inócua. Esvaziada de interesse e que nada contribui para o nosso avanço. E se por um lado tolero ouvir os meus pais ou familiares e conhecidos mais velhos a dizer "no meu tempo é que era", porque a nostalgia existe em todos, nunca aceitarei estas teorias de bolso, que para nada servem a não ser para empatar a nossa evolução.
Mas este cenário dantesco aconteceu num local onde as pessoas pouco mais têm do que a ligação à natureza. Onde as pessoas apenas podem sair de casa para procurar diversão. Onde não há computadores como cá. Onde não há telemóveis como cá. E em que é que isso melhora a vida deles?
Se equacionarmos o vídeo anteriormente referido, deveriam ser mais as vantagens do que as desvantagens. A oportunidade de brincar no meio da floresta. Sem carros a passar constantemente, sem casa para incomodar. Não é isto que é bom?
Contudo, com isto vêm outras questões. O isolamento. A inacessibilidade à educação. A inacessibilidade à tecnologia. A inacessibilidade a certos confortos, etc.
A verdade é que tudo tem os seus prós e os seus contras. E é uma condição irreversível da condição humana, achar que a nossa situação e o que nós fazemos era melhor do que o que outros fazem agora. É fácil eu pegar numa criança e deixá-la dizer que joga duas ou três ou quatro horas por dia e retratá-la como um viciado, obcecado que não sai de casa para nada porque fica em casa a jogar. Mas há jogos e jogos. Há jogos incipientes e há jogos que são marcantes nas vidas das pessoas, não só pela experiência mas também, como pela mensagem. Pensemos em jogos como um filme, até porque muitos têm argumentos que nada ficam a dever em relação a argumentos de grandes filmes. Não é essa influência positiva?
O facto de as crianças hoje viverem de forma diferente dos seus antepassados não é nada que mereça reflectir. É o que é. E daqui a vinte anos será diferente. E somos melhores ou piores por isso? Claro que não. Só mentes distorcidas é que perdem tempo a reflectir profundamente sobre tal disparate. O meu pai aos 10 anos já trabalhava. Devíamos voltar a esse tempo? Não. Tal como o meu pai agora aprendeu a mexer basicamente num computador e agora quando chego a casa ele, volta e meia, está lá a mexer e a passar o seu tempo no youtube a encontrar as raridades que ele quer ver e ouvir.
As coisas más que acontecem raramente vêm de um comportamento estilizado. Vêm sim de incidentes. O árbitro do jogo tinha perdido a mãe num atropelamento que ele nunca conseguira assimilar e entender e no jogo tudo isso foi despoletado. Enquanto atado ao poste perguntaram-lhe "Porque fizeste isto" e ele respondeu "Para vingar a morte da minha mãe". Não faz sentido para nós que vemos de fora e podemos raciocinar com a calma do nosso sofá. Mas são sempre pequenos incidentes.
Agora há pouco houveram três mortos por causa de um cão. Há uns anos lembro-me de uma história em que na auto estrada um rapaz apitou a um carro à sua frente porque o mesmo ia a fazer muito fumo. O condutor desse carro perseguiu o rapaz até casa e matou-o a tiro à porta de casa. Qual é a explicação para isto?
Nenhuma. Há-de existir algo por onde se pegue, mas nunca será o suficiente para ser explicado ou aceite apesar da situação.
Finalizando. Não há qualquer correlação entre o modo de vida das pessoas de hoje ou de antigamente, e a forma como elas serão melhores ou piores no futuro. É uma conversa inócua. Esvaziada de interesse e que nada contribui para o nosso avanço. E se por um lado tolero ouvir os meus pais ou familiares e conhecidos mais velhos a dizer "no meu tempo é que era", porque a nostalgia existe em todos, nunca aceitarei estas teorias de bolso, que para nada servem a não ser para empatar a nossa evolução.