O Presidente Marcelo

Quando Marcelo Rebelo de Sousa se candidatou à presidência, eu fui dos que fiz campanha contra. Na verdade porque Marcelo defendeu coisas que deixou cair após ser presidente.

Quando MRS se candidatou dizia que estava tudo bem na Europa e que lutar por uma mudança seria ficar como a Grécia e, esse argumento foi o que mais me irritou, em par com um certo sentimento, que continuo a ter, que ele esteve a planear a presidência há muito tempo.

Após a eleição, MRS é diferente. De imediato reconheceu que a UE tem problemas que devem ser resolvidos e tornou-se um presidente próximo das lutas do povo, sem virar a cara e sem sacudir responsabilidades.

Defendeu também um cenário de estabilidade institucional, para desalento do PSD e PP, que estavam à espera de ter um aliado incondicional na busca de dinamitar a "geringonça". Isto, porém, é confundido com apoio, e devemos recordar que MRS é um social democrata e vai ser sempre, com alguma naturalidade, por isso, aguardemos os próximos episódios.

Acima de tudo o maior mérito de MRS é mostrar que é possível ser um presidente com intervenção, mas sem criar instabilidade institucional. O que, a meu ver, era óbvio, mas espero que assim se quebre o tabu de que os presidentes devem estar em silêncio e serem apenas uma figura de estado sem qualquer relevância. O papel do presidente é importante e deve ser vincado a cada intervenção e o presidente deve ter, não uma opinião, mas uma agenda para cada um dos assuntos importantes e deve agir de acordo, e é isso que MRS, tem feito.

Até ver, bem. Espero que continue assim.

Democratização da opinião positiva

Ultimamente tenho tido dificuldades em escrever posts aqui, porque tenho dificuldades em começar os posts.

Assim sendo vou directo ao assunto e vai da forma que calhar.

Já estou farto do ambiente" artsie fartsie" que se vive em Portugal e, julgo, que em grande parte da Europa. Somos todos artistas e somos todos flocos de neve especiais, porque pegamos numa guitarra e decidimos tocar e ter uma banda. Esperamos, automaticamente ter reconhecimento e zero críticas negativas. Temos de receber apoio incondicional e apelar ao respeito pelas diferenças.

Se bem que, o problema maior vem em consequência.

Este tipo de atitude, em que estamos constantemente a insistir no respeito pela diferença centra-se, muitas vezes, no facto de ao não sermos especiais querermos ter respeito na mesma.


Isto é, editamos algo, uma música, por exemplo, e, porque o fizemos e gostamos do que fizemos, toda a gente tem de gostar e ninguém pode dizer o contrário. Porque se disser, é um hater.
Mas se dissermos bem, está tudo ok. O mundo continua a girar, ainda que eu nem sequer tenha ouvido realmente a música, interessa é que a opinião seja positiva.

O problema aqui é a democratização da opinião positiva. Se adorares cegamente está tudo bem, mas se criticares com propósito és um hater, porque supostamente estás a ingerir-te na susceptibilidade artística do indivíduo que criou a música. E isso não é permitido. É não gostar por não gostar. E uma posição deste género rapidamente tornará a pessoa num rejeitado da sociedade sem espaço em qualquer fórum ou colectividade.

Este ambiente pós-modernista já está a ficar com barba e a cheirar mal. Um ambiente em que a única coisa que se pode defender com convicção é o respeito pela diferença. Só que se perde o respeito ao direito de lutar contra algo com veemência, porque isso não respeita a diferença.

Se alguém estiver a dizer algo com que eu não concorde eu não posso exaltar-me na defesa do meu ponto. tenho de ser democrático e dar tempo de antena ao ponto oposto. E depois esperar pela minha vez para falar. Não se pode ser apaixonado. Não se pode ser fervoroso sobre nada. Não, isso é demasiado agressivo e não devemos ser tão intensos. Porque no fundo, o que se defende hoje em dia é um ambiente sem verdades objectivas. Porque tudo é subjectivo e então eu não posso chegar e dizer que algo está errado. Não, tenho antes de dizer que respeito esse algo, mas que discordo educadamente. E isto é uma verdadeira palhaçada. Foi por acaso assim que se fez o 25 de Abril? (ou qualquer outra revolução ou mudança para o efeito, o que não quer dizer que eu ache que seja necessário, neste momento, uma grande revolução).

E assim vivemos, neste clima de paz podre em que ressentimentos surgem e crescem enquanto nós acreditamos que está tudo bem, porque ninguém nos contraria e ninguém nos esfrega a verdade na cara, porque, afinal, não há uma verdade. Há muitas verdades diferentes.

Esta questão da verdade objectiva ou subjectiva é muito importante. Porque é impossível unir quem quer que seja em prol de uma causa, se afinal todas as causas são subjectivas. Isso quer dizer que se eu quiser lutar contra o capitalismo, tenho de o fazer por minha conta e risco, porque para outras pessoas, subjectivamente, poderá estar tudo bem, apesar de incontáveis análises e algum bom senso dizerem o contrário.

Depois chegamos a este ponto em que o associativismo é apenas um passatempo. Organizamos concertos, e umas noites de piadolas e está tudo bem. De vez em quando podemos ouvir uns artistas a falar, sobre sabe-se lá o quê, e vamos para casa artisticamente enriquecidos, supostamente.

O associativismo deixou de servir um propósito maior. Um propósito em que se melhorava a vida das pessoas. Agora é uma cagança para meia dúzia de palhaços se poderem gabar de organizarem algo. E uma plataforma para uma clique reservada poder dizer que faz parte de algo, que no fundo, não é nada, porque nada traz à realidade das pessoas. Apenas as ideias do costume, respeitar as diferenças e ir votar se quisermos mudança, e irmos beber uns copos à sexta e sábado à noite enquanto o nosso braço dá uma volta ao mundo para dar uma palmadinha nas nossas próprias costas.

Este tipo de mentalidade só está a entorpecer a população e as suas mentes. Estamos cada vez  mais alienados a esta falsa ideia de liberdade e felicidade enquanto tudo à nossa volta está a mudar a uma velocidade incrível. E, no entanto, continuamos a preferir passar tempo a massajar os nossos próprios egos, fingindo que está tudo bem e não há nada a mudar.

Este é talvez um dos maiores perigos da sociedade actual e há que fazer algo para o contrariar!

Feuer und Wasser

Ao longo da vida conhecemos os mais variados tipos de pessoas. Normalmente agrupamos estas pessoas por fases. As pessoas que conhecemos na escola, na primária, no ciclo e no secundário (e na universidade para aqueles que lá andaram). Depois as pessoas deste e daquele trabalho. Hoje refiro-me às pessoas que conheci na escola. Do 1º ao 9º ano.

Isto porque nas minhas navegações pelo mundo cibernético encontrei uma foto de um jantar de reunião dos meus colegas de 9º ano, que em parte já eram desde o 1º e fiquei a pensar nisso.

Fiquei a pensar, primariamente, na questão de se falar nos comentários dos faltosos e que esperemos que estejam cá para o ano. Bem sei que não sou um faltoso, porque, basicamente, para este tipo de reuniões, nem se pode sequer dizer que eu faça parte daquele grupo, mas a verdade é que vivemos todos num raio de dois quilómetros. Se houvesse assim tanta ansiedade de reunir toda (TODA) a gente, ninguém teria dificuldades em encontrar-me.
Mas como disse antes, não me posso considerar um faltoso, porque para faltar é necessário ser chamado a algo. Neste caso ser convidado, convites esses que foram 0,0. Portanto um faltoso é aquele que se quer que esteja presente mas que falta. Não o meu caso. E porquê? Será porque uma vez chamei putas e cabras às minhas colegas? Não. Esse tipo de insultos são insultos que, mais tarde ou mais cedo são proferidos e não querem bem dizer o que querem dizer. São expressões quase niilistas atiradas num momento concreto de frustração amplificada pelos inícios da puberdade. Portanto, não pode ser essa a razão.
Será porque eu rejeitei o contacto? Antes de mais, eu nunca fui a pessoa mais extrovertida, pelo contrário. Mas também nunca fui mal educado. Se tivesse de falar com alguém nunca seria mal educado. Nesse tempo, só me dava especialmente bem com uma pessoa, de resto era tudo um bocado indiferente, e com essa pessoa que me dava bem fiz questão de lhe dar o meu número de telemóvel e de pedir o dele, que me foi recusado porque, supostamente, o telemóvel era da irmã. Ok. Adicionalmente 2002 foi quando começou a era de toda a gente ter o número de toda a gente e eu ainda tenho o mesmo número, por muito incrível que isso seja.
Mas bem, este meu colega tinha o meu número e em 14 anos recebi zero contactos.
Em 2002 saídos do 9º ano cada um seguiu o seu caminho, sendo que o da maior parte coincidiu num caminho semelhante ingressando todos na mesma escola secundária. Eu, desejoso de me afastar do marasmo que aquele ambiente se tinha tornado fui para uma escola diametralmente oposta a nível geográfico. Uma escola profissional. Para meu desencanto 3 das minhas colegas estavam nessa mesma escola. Felizmente estávamos em turmas diferentes. No primeiro dia que vi essas colegas lá dei-lhes bom dia. Nunca me cumprimentaram nos três anos subsequentes. Mas okay, estávamos em turmas diferentes, as pessoas afastam-se.
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Houve um dia em que, por volta das dez da noite ou qualquer coisa do género, fui à varanda de minha casa porque a minha cadela, Kita, não parava de ladrar. Quando abri a porta deparei-me com os meus colegas de 9º ano, quase todos, na varanda da minha vizinha, que era também uma das minhas colegas e que vivia paredes meias com a minha casa. A varanda apenas separada por uma grade facilmente transponível. Basicamente, as causas de tanto ladrar eram precisamente os meus colegas. Estavam a atiçar a Kita, que, diga-se, era uma cadela pequenina e que estava, nesse dia, presa à casota. Mandei calar a cadela, para não dizer que fui à varanda e não fiz nada e disse algumas palavras de circunstância, certamente. Não me lembro bem. E voltei para dentro. E possivelmente questionei-me porque ninguém me teria convidado. Mas mais uma vez, não me lembro.
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Uma vez num Lidl encontrei o colega com quem me dava melhor e cumprimentei-o de forma bastante entusiasmada. Aquele entusiasmo que estamos a forçar por esconder, mas que na verdade jorra de nós de qualquer das formas. A recepção da parte dele foi tudo menos calorosa e roçou quase no evasivo. E na altura senti isso de imediato, mas mais uma vez considerei que fosse parte do facto de as pessoas se desligarem quando estão afastadas.
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No Natal de 2003 recebi um postal de uma colega minha, uma colega com a qual nunca falei muito mas com a qual sempre fui cordeal. O postal surpreendeu-me, mas por outro lado considerei-o um bocado foleiro, se bem que fiquei grato pela atenção. Hoje em dia acho-o mil vezes mais foleiro.
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A colega que era minha vizinha mudou-se, se bem que dentro da mesma rua, outra que vivia na mesma rua mudou-se após o pai se ter tentado suicidar saltando do primeiro andar para cima de um carro (na melhor das hipóteses a queda foi de dois metros). Outra ainda vive no mesmo sítio após andar a dizer a toda a gente que trabalhava no aeroporto e num instituto politécnico apenas para se vir a saber que sempre trabalhou numa confecção têxtil. E por aí fora. Toda a gente continua no mesmo sítio. O colega com quem me dava bem talvez fosse aquele que mais circulou tendo trabalhado na Holanda, acho eu. Mas tudo isto é por "ouvi dizer". Isso e o Facebook. Eu não tenho perfil mas uso um falso, só para ver e satisfazer o ladou voyeur que há em mim.
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Voltando à fotografia. O que é que eu vi na fotografia? Para mim foi como ver um "still shot" de uma época acerca da qual eu não tenho muitas recordações. Já passaram 14 anos e eu lembro-me de poucas coisas concretas. Lembro-me de um dia em que um colega meu atirou uma colher e meteu-a no bolso do casaco de uma pessoa a uns bons 30 metros. Lembro-me de um colega meu que decidiu masturbar-se na aula e de outro gostava de se masturbar e ejacular nos balneários após as aulas de educação física. Será que é disso que eles falam nos jantares? Que posso eu dizer acerca desse período. Não foi o período mais feliz da minha vida. E também não foi infeliz, se bem que na altura assim o parecesse. Foi o que foi e é um capítulo da minha vida acerca da qual não tenho grandes questões. Quando estudei psicologia eram descritas dois tipos de carícias. Carícias externas, aquelas que recebemos de terceiros, sejam físicas ou não. E carícias internas. Eu sou uma pessoa que recorro várias vezes a carícias internas. São as carícias que damos a nós próprios através de lembranças positivas ou negativas. Digamos que eu nunca recorro a memórias dessa altura e, na verdade, após ver esta foto algumas dessas memórias reapareceram mas a época continua a ser um pouco um vazio.
Mas porque é que a foto é um "still shot", quase que uma arte de natureza morta? Trata-se de uma foto num restaurante à volta da mesa. E estão todos agrupados no mesmo tipo de grupos que costumavam estar antigamente. Tudo com um aspecto tão "adulto" que me questionei se temos todos 29 anos. Telemóveis em cima da mesa, vinho e whiskey. Eu hoje em dia, salvo raras excepções, só bebo água e, por isso, quase que me sinto revolucionário ao pé destas pessoas.
São 12 pessoas de uma turma de 20. Das doze, nove vivem num raio de 2 km da minha casa.
Um dos comentários "Grupo fantástico! Recordar é viver! Estamos juntos!" Um claro caso de memória selectiva. 
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Questiono-me porque é que fico, por vezes, tão parado a observar este tipo de fotos. Fotos de grupos dos quais fiz parte e que se reúnem, como grupos, mas nas quais não estou. 
Penso se terei algum tipo de ressentimento ou de ciúmes por não estar presente. Será que me sinto desvalorizado por não ser sequer convidado? E a resposta é não, não porque eu não queira admitir, mas porque não há nada que me desagrade mais do que saber que alguém anda à minha procura. Lembro-me de um certo dia, os colegas do 12º terem ido a minha casa perguntar por mim. Quando cheguei a casa a minha mãe informou-me disso e a mim só me apeteceu desatar as pontapés às cadeiras da sala de jantar. Porque raios andavam à minha procura e porque raios me queriam obrigar a ter de lhes dizer que não? 
E não porquê? Pela muito simples razão de que se não me consideraram no tempo em que estivemos forçosamente juntos, porque haviam agora de me considerar? Para mim não há aquela coisa de "ah, na altura não falavam para ti mas no fundo gostavam de ti". Ou há respeito e amizade sempre ou não há nunca. Não venham agora convidar-me só massajarem o ego com mais um jantar que no fundo não significa nada a não ser uma saída de casa, tal como outras centenas. 
Quando olho para acontecimentos em que me encontrei com as pessoas dessa época, como os que descrevi acima, por um lado considero que é apenas uma questão do afastamento. As pessoas desligam-se e perdem aquilo, pouco, que tinha em comum, mas, em boa verdade, não acredito nisso. Posso dizer que da escola, do 1º ao 12º só mantenho contacto com três pessoas, precisamente pessoas que conheci no secundário. E seguimos todos caminhos dramaticamente diferentes. Mas ainda há contacto. Às vezes mais às vezes menos, mas a verdade é que sempre que estou com eles sinto a mesma amizade que sentia há 11 anos atrás. O que era comum nunca deixou de ser comum, e então porque haveria isso de ser mentira no caso de todas as outras pessoas? Porque é que no caso dos colegas de 9º ano essas coisa em comum desapareceram? Talvez porque nunca existiram e pela mesma razão que me faz ter poucas lembranças desse período. 
Tento-me imaginar num jantar destes e tudo aquilo que me ocorre é eu sentir-me afastado e à espera do momento em que eu posso ser verdadeiramente eu. E isso será sempre num momento em que eu confrontarei alguém acerca de algo e entrar em debate. Sempre foi assim que me comportei, mas na verdade, que tenho eu para lhes dizer? Para além de falar de futebol e animais eu não tenho muito mais assunto comum para falar. E se nem me lembro de assim tantas coisas da altura é certo que eu vou estar à espera da oportunidade para contrariar alguém. Porque é assim que eu funciono quando numa posição de desconforto.

Portanto no fundo o que eu sinto é um pouco de revolta. Porque para estas pessoas o grupo são só elas. Não interessam os outros quantos que existiram. Isso não faz parte do grupo. Então não associem o reencontro a uma época mas sim ao facto de gostarem uns dos outros, senão é apenas uma desculpa para saírem de casa. Parte da minha revolta é também só aos 16/17 anos ter podido ser eu próprio e começar o processo de solidificação da minha personalidade. Nunca o pude começar mais cedo por causa de colegas como os que eu tinha, em que quer eu quisesse quer não tinha de me manter a uma distância de segurança em termos de personalidade. Não demasiado perto porque seria insuportável para mim nem muito longe para não ser completamente ostracizado. 

Ainda bem que não sou convidado. Ainda bem que não tenho de ir para lá ser politicamente correcto até perder a cabeça, por assim dizer. E ainda bem que não tenho de dizer que não.

No fundo, tal como a pequena divisória entre as varandas da minha casa e da minha vizinha era facilmente transponível a mesma nunca seria transposta por uma questão territorial. Da mesma forma, a distância geográfica insignificante entre eu e o resto é pequena, mas na verdade o distanciamento pessoal é demasiado grande para alguém sequer se atrever a tocar na minha campainha ou a ligar para o meu telefone. Porque podemos estar mais ou menos no mesmo sítio, mas a verdade é que mentalmente e espiritualmente estamos em sítios demasiado diferentes. E esse fosso ninguém pode pode ligar.





Feuer und Wasser kommt nie zusammen
Kann man nicht binden sind nicht verwandt

Evolução

É engraçado pensar nas evoluções que se dão em diferentes pessoas. No meu caso é também um ponto frequente de reflexão.

Quando olho para a vida dos meus pares (amigos e pessoas que são mais ou menos da minha idade e que conheço minimamente) reparo numa tendência quase unânime. Quando éramos jovens havia uma série de pontos coincidentes entre a maior parte dos meus pares dos quais apontarei apenas dois pontos, nomeadamente, convicções políticas e música.

Maior parte deles era politicamente de esquerda (legalização de marijuana, legalização do aborto, igualdade, etc., etc.) ouviam música bastante "forte" (Placebo, Rage Against the Machine, Led Zeppelin, Black Sabbath). Bandas com sonoridades fortes e por vezes com mensagens "anti-establishment". Havia um sentimento alargado de "Fuck the rules" ou "Fuck the police", revolução etc.

Por minha parte eu era a antítese disto. Apesar de talvez vir do ambiente socialmente mais desfavorecido (não pobre, mas com menos benefícios) eu era um centrista orgulhoso. Forte defensor da União Europeia e das democracias europeias no limite de me alistar na Juventude Socialista. Pois bem, politicamente as minhas visões eram extremamente moderadas.

Musicalmente ouvia pop-rock, Bon Jovi, U2, Coldplay, a certa altura etc. O total oposto dos meus pares.

Contudo, o tempo passa e as pessoas mudam. E é curioso como.

Os meus pares, hoje em dia, já não querem revolução. Agora querem é "estabilidade". Agora são centristas que nem um governo de esquerda aceitam (ou aceitam mas com muitas dores). Agora quando há um ataque em França já põem a bandeira de França no seu Facebook. Já não são preocupados pela desconfiança dos nossos governantes. São aquilo a que muita gente chama de acomodados. Não quer dizer que estejam acomodados à sua vida profissional, mas sim acomodados à sua situação social e política sem qualquer desejo de saber o que se passa e de contrariar e apontar o que dantes achavam errado.

Musicalmente os seus gostos são um distante exemplo do que eram antes. Muitos já estão naquela fase da vida em que acham música brasileira (do género Tom Jobim etc.) interessante. Longe dos gritos de agressão da juventude. Nada tenho contra a música brasileira, atenção, é apenas um exemplo.

Agora eu sinto que caminho num sentido oposto. Hoje em dia os meus ideais políticos andam nos limiares da anarquia e das suas variadas opções. Desprezo a "superioridade" da sociedade ocidental e da nossa concepção de excepcionalismo na qual a nossa sociedade é que é evoluída e perfeita e para além de qualquer reparo. Uma explicação para a minha mudança tem a ver com acesso à informação. Claro que se só seguimos as notícias na TV nos anos 2000 é fácil ficar com a percepção que eu tinha das coisas. Adicionalmente é fácil ser-se revoltado, como os meus pares, porque basicamente fumar charros era proibido então aliam-se à facção que defende a legalização disso.

Musicalmente agora sou eu que oiço Black Sabbath, Led Zeppelin, Rage Against the Machine etc. Hoje sou eu que me junto aos gritos da revolta. Hoje sou eu que quase avalio o que gosto mais pelas convicções do que pela música propriamente dita.

Curioso não é, como a evolução segue em direcções opostas?

É curioso...

De facto um dado revelador:

"Nesta série de ataques à faca – pelo menos seis, só entre sexta e sábado –, um dado revelador. A polícia israelita deteve na sexta-feira um homem judeu que apunhalou, com uma faca e uma chave de fendas, quatro árabes (três palestinianos e um beduíno). Este homem, porém, foi detido sem ferimentos aparentes, ao contrário dos atacantes palestinianos, que nos últimos dias foram quase todos atingidos a tiro e quase sempre de forma fatal."

In "O Público"
http://www.publico.pt/mundo/noticia/policia-israelita-mata-quatro-palestinianos-ao-decimo-dia-de-violencia-1710783

Não que haja dúvidas do uso de força excessivo por parte de Israel contra os Palestinianos, mas é sempre bom realçar.


Força Marcelo

Fora de brincadeiras. Para mostrar toda a minha falta de apoio à candidatura do Marcelo Rebelo de Sousa criei a mais perfeita campanha eleitoral. Uma simples imagem.


Procura-se cardeal para dar a missa de Domingo à noite. Será que os portugueses vão deixar de ter opinião, agora que o Marcelo vai ser presidente?

Quando virem refugiados entre aspas, podem começar a sair

Por estes dias vive-se na Europa uma crise relativamente aos refugiados que chegam até nós.

O que me leva a escrever é este vídeo.
Podem ver o mesmo vídeo com legendas em português aqui.

Neste vídeo é feita uma exposição acerca dos refugiados, indicando que os mesmos não são refugiados, mas sim apenas pessoas à procura de uma vida melhor e que virão perturbar a Europa secular, pois não estão habituados aos nossos costumes e forma de estar.

Antes de me dedicar ao vídeo quero dizer que eu próprio fico um pouco apreensivo. É claro que é sempre uma alteração grande ter de receber um grande fluxo de pessoas que vêm com a mente formada e, certamente, terão dificuldades de integração em alguns casos. É natural. Faz parte da condição humana temer que as suas vidas venham a ser, de alguma forma, afectadas. Eu compreendo isso.
Contudo, é indigno deixar que pessoas morram ao largo da Europa e é indigno tratar essas pessoas como temos visto nos últimos dias, como se de animais se tratasse.

Mas, naturalmente, não há só estas preocupações. Há depois as preocupações nacionalistas que conjuram os mais incríveis argumentos e que não creio que se devam deixar passar. Se lerem os comentários, principalmente o das legendas em português, dos quais destaco um que diz que tudo no vídeo está baseado em factos!

Vamos então ao vídeo.

Começa com "European citizens have spent the last two years voting to reject the failed policies of multiculturalism and mass immigration" continuando depois com um absurdo em que se argumenta que os partidos de esquerda estão dispostos a receber estes refugiados/migrantes porque os mesmos irão votar nos partidos de esquerda no futuro.
Para começar, enquanto esta frase é proferida está acompanhada de uma imagem deste artigo no The Telegraph
O que vem na notícia em nada corrobora a ideia de que nos últimos dois anos se tenha andado a votar contra a imigração em massa. Na verdade a notícia refere-se a uma sondagem que nada tem de oficial ou vinculativa. Aliás, no próprio artigo é colocada em causa a credibilidade da mesma.
Em segundo lugar, é preciso entender a especulação que é dizer que, por terem sido acolhidos, vão votar em partidos de esquerda. Isto não é um facto.

Depois mostra um artigo do Sydney Herald a reportar que muitos paquistaneses estão a deitar fora as suas identificações para se fazerem passar por sírios. Neste caso, cabe à UE tomar medidas para certificar que quem vem está a vir de facto de zonas em que há guerra e risco para a vida humana, sendo assim de facto refugiados. Não quer isto dizer que não se devam aceitar migrantes em busca de uma vida melhor, mas estes devem ser sujeitos a outro controlo, que, acredito, será feito.
Tendo em conta que, segundo as últimas notícias, a Europa irá receber 120 000 refugiados, é bom que, de facto, sejam controlados os que ficam para garantir que quem fica é quem mais precisa. Sendo que falamos de um total de refugiados que, segundo a UNHCR, provem de um número que entre refugiados e pessoas que foram desalojadas ascende a 11 milhões de pessoas (http://www.unhcr.org/pages/49e486a76.html). Obviamente isto não quer dizer que vêm aí onze milhões de pessoas mas quer dizer que é preciso certificar que os 120 000 que vão entrar são refugiados legítimos.

Prossegue com um tweet a dizer que um determinado rapaz que aparece numa foto é africano. Contudo, é preciso ter em conta que entre refugiados e desalojados há 2 milhões de pessoas na Somália e 416 mil da Eritreia. Mais uma vez, é certo que é necessário verificar a legitimidade dos pedidos, mas isso não certifica uma caça às bruxas deste género.

Depois vem a melhor parte. No vídeo diz-se que os sírios não querem ficar em países pacíficos que não lhes atiram dinheiro. Bem, por isso é que é necessário que a Europa se entenda em relação aos refugiados e como é que vão ser distribuídos pela União Europeia. Dessa forma não caberá ao refugiado ficar onde quer mas ficar no sítio que lhe oferecerem.

A melhor parte vem de facto nesta frase "Muitos dos refugiados nem sequer parecem refugiados, de todo. São na maioria homens em idade activa, bem alimentados, não emaciados, não esfomeados. Não estão vestidos com farrapos. Muitos deles até trazem consigo o último modelo do iPhone."
Se não fosse sério dava para rir. Aqui está a primeira pessoa que olha para ti e diz-te se tens fome ou não. Aliás, até diz que estás bem alimentado, sendo que isso deve significar que levas uma dieta saudável. Se calhar. E o bolo em cima da cereja, o último modelo do iPhone.
A foto é esta https://twitter.com/PrisonPlanet/status/640599812317052929/photo/1?ref_src=twsrc^tfw
Há alguém que me consiga garantir que se trata do último modelo do iPhone? É mesmo um iPhone? Não é um Wiko? Este tipo de argumentos é ridículo.

A seguir vem a pergunta. Como é que isto faz lembrar os judeus a fugir do regime Nazi? Não faz. Por isso é que se deve entender que sendo Nova Iorque uma cidade com uma pesada influência de judeus, e sendo o artigo citado no New York Times, contendo testemunhos de judeus a dizer como aquilo os relembrava de Auschwitz, temos de entender o contexto do artigo. Porque para além desse artigo, pouco mais há a não ser spin-offs deste artigo que comparem esta crise de refugiados com a crise de refugiados da 2ª Grande Guerra.

Fala-se então de como é incrível como a Arábia Saudita, o Qatar, Oman, Emirados Árabes Unidose  Koweit, não tenham recebido refugiados. Bem, vamos fazer a pergunta de outra forma. O que diferencia a Europa destes países? Supostamente seria a consciência social, igualdade, fraternidade, etc.

Mas já que se fala disto vamos falar de números. Diz o nosso interlocutor (que se chama Paul Joseph Watson) que a Alemanha sozinha recebe 800 mil refugiados. Esse número fala-se por aí, mas factualmente a Alemanha tinha no final de 2014 cerca de 400 mil refugiados (http://www.unhcr.org/pages/49e48e5f6.html#). Se a UE estabelece que vai receber 120 mil refugiados que serão redistribuidos, é difícil que a Alemanha chegue a esse número. Portanto, não é factual que a Alemanha receba 800 mil. O vice chanceler Sigmar Gabriel disse que a Alemanha poderia receber 500 mil por ano durante vários anos, mas nunca foi dito que ia efectivamente receber esse número.

Mas vamos a outros números mais interessantes. De acordo com a UN Refugee Agency quais são os números de refugiados sírios? No final de 2014 entre refugiados e desalojados o número ascende a 11 milhões (http://www.unhcr.org/pages/49e486a76.html).
E onde estão esses refugiados? 132 mil no Egipto. 249 mil no Iraque. 629 mil na Jordânia. 1 milhão e 100 mil no Líbano. 1 milhão 900 mil na Turquia. Total de 4 milhões de refugiados.  (http://data.unhcr.org/syrianrefugees/regional.php)
E agora pergunto, a Europa "borra-se" por 120 mil refugiados?

Nesta exposição, fala-se também de que o Estado Islâmico ameaçou enviar 500 mil migrantes para a Europa para infiltrar milhares de terroristas na Europa. Mas vejamos a notícia, da qual ele mostra parte.

"Transcripts of telephone intercepts published in Italy claim to provide evidence that ISIS is threatening to send 500,000 migrants simultaneously out to sea in hundreds of boats in a 'psychological weapon' against Europe if there is military intervention against them in Libya."






As transcriçoes escutas publicadas em Itália mas que só um jornal diz ter visto, afirmam ter provas que o EI está a ameaçar etc.

Não creio que seja sério estar já a assustar as pessoas. É claro que no meio de tudo vai haver sempre ovelhas negras. Isso, contudo, continua a não ser razão suficiente para trocar a vida das pessoas que têm morrido ao fazer a travessia pela segurança.
Mais ainda, o Estado Islâmico tem adoptado a estratégia de fighting at the source, privilegiando a guerra nos lugares que lhes interessam ao invés de realizar ataques terroristas, ao estilo da Al-Qaeda, em países estrangeiros. Não quer dizer que não venha a acontecer, mas não me parece muito provável. Vindo da Al-Qaeda faria mais sentido.

Finalmente, vem a questão da diversidade e como estamos a aceitar a entrada de pessoas que são contra a diversidade. Eu creio que este argumento apenas dá força à necessidade de redistribuir os refugiados por vários países. Depositá-los em campos de refugiados nada irá fazer para inserir estas pessoas. Cabe, mais uma vez, à Europa definir estratégias para integração destas pessoas.
Noto, contudo, o sensacionalismo de mostrar homens a segurar uma tarja a dizer "Behead those who insult Islam!". Rotular as pessoas de nada serve. Como mostrar um tipo com uma t-shirt a dizer "Fear for your wife". Já vi piores por cá, deveriam ser essas pessoas expatriadas?
E adoro a frase "They have no concept of western liberal democracy!"

No final o vídeo fala como ninguém aborda a origem desta crise de refugiados. Contudo, se a Europa é retratada como vítima durante todo o vídeo, aqui não é tratada como criminosa como merecia ser pela sua colaboração na deposição de regimes que caindo (ou resistindo como no caso da Síria) provocaram o caos que agora origina este fluxo de pessoas. Como é que é? Western liberal democracy?

Mas bem, quero só finalizar dizendo que nacionalistas vão ser sempre nacionalistas. E acho curioso como se tem de recorrer a estes argumentos manhosos para defender uma ideia sem parecer Neo-Nazi. Simplesmente digam que são nacionalistas. Que acham que o país onde se nasceu é vinculativo do país onde se tem de crescer e que ninguém deve entrar nesse país, pois só merece viver lá quem lá nasceu.

Quanto aos refugiados, são só pessoas. Humanos, como nós. É fácil condená-los mas ninguém quer estar na pele deles. A minha opinião é que se apoie quem precisa e quem não precisa deve ser encaminhado de volta para o seu país. Mas independentemente do destino final, é preciso assegurar, incondicionalmente, a dignidade dessas pessoas.

Um dia no Planeta naMEC (Bonus)

Sobras.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/je-suis-charlie-1681501
"Não se pode matar a Charlie Hebdo. Não se pode matar a valente e hilariante revista que goza com tudo e com todos desde os tempos em que se chamava Hara-Kiri. Muitos poderosos tentaram censurar os satíricos da Charlie Hebdo. Nunca conseguiram. Nunca conseguirão."
Excepto quando Siné fez um cartoon a gozar com os judeus e foi para a rua. Isso é que foi uma gargalhada!

"O que se pode matar é a liberdade de expressão. Ou reforçá-la: foi o que fizeram os estúpidos assassinos que reagiram a desenhos satíricos massacrando os autores com metralhadoras. Desencadeou-se imediatamente uma onda de solidariedade francesa e internacional para reafirmar a liberdade de expressão."
Uma ditadura militar mata mil egípcios. O Charlie Hebdo goza com os egípcios mortos na sua capa 1099. Alguém se importou que uma ditadura fuzilasse mil pessoas que, por serem contra a ditadura, morreram? Não, porque é engraçado (supostamente) tal como seria engraçado, então, um cartoon com o Charb com o Charlie Hebdo na mão a dizer "Le Charlie Hebdo cést de la merde, ça n'arrête pas de balles"

"Mostraram-se quando foi o caso de Salman Rushdie e mostrar-se-ão outra vez dentro em breve. Quem será o primeiro idiota entre nós a dizer que a culpa foi dos assassinados da Charlie Hebdo? Tem todo o direito de dizê-lo. É isso a liberdade de expressão. Ser-se estúpido também é um direito. Até os assassinos o têm."

MEC antecipa logo a opinião contrária e põe um filtro no seu leitor. Se não és Charlie és contra Charlie e achas que os jornalistas morreram bem! Só um ignorante para ver as coisas desta forma e para ter o atrevimento de, no meio de tanta liberdade de expressão, condenar desde já aquela que os outros potencialmente vão usufruir. Porque, não se esqueçam, vão ser estúpidos .

MEC nunca vai entender opiniões diferentes da dele, porque ele é a preto e branco. E o preto nunca entende o branco (as cores, atenção), e vice-versa. Mete na cabeça uma coisa e depois nunca muda. Não interessa quantas pessoas exponham factos que apontem para outra direcção de pensamento.

Eu também já fui assim e era mais fácil. Viver toldado pelas concordâncias é mais fácil, porque quando toda a gente está junta é fácil ter uma opinião, mas se estamos juntos só em algumas coisas já somos postos de parte e MEC como tem de cultivar a legião não pode fazer isso. E não só não pode como não quer porque está impossibilitado de arranjar espaço no feijão para acomodar ideias diferentes e conflitos dentro da sua cabeça. Não se rebela, não se importa que o passem na caixa de supermercado, não se importa que o mecânico não lhe diga o preço certo... Enfim, a felicidade é dos ignorantes. Isso será sempre verdade e acho que MEC, e os seus ávidos leitores, são das pessoas mais felizes que se poderão encontrar nesta vida.

Um dia no Planeta naMEC (versão para maiores de 18)

Miguel Esteves Cardoso. O colosso entre os colossos. Aquele pelo qual, todos os dias, pessoas rastejam para ler a sua crónica (posso levar o Público de ontem para ler a crónica do MEC? Claro, é um favor que me fazes). Após o primeiro post que é sobre a, por assim dizer, incompetência deste colosso para escrever crónicas, dedico-me agora a um ponto em concreto cuja opinião de MEC é me particularmente repulsiva.

(Leiam os originais nos endereços que aqui deixo, porque isto é tão mau que nem sequer quero conspurcar o meu blog.)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/escolher-israel-1666913
Vamos começar pelo fim, pode ser? "O resto é cobardia, aldrabice, desprezo e estupidez." (liberdade de linguagem reconhecida)

Vamos agora enquadrar. MEC escreve isto na fase em que Israel estava a executar a Operação Protective Edge (OPE).
MEC começa por dizer que Israel é condenado por se defender dos ataques dos foguetes do Hamas. Mas vamos recapitular a história.
Ao fim de dois anos de tréguas, cumpridas na plenitude por parte do Hamas, o Hamas decide aderir a um governo de unidade com a Fatah concordando com todos os pontos requeridos pela Autoridade Palestiniana para a resolução do conflito, significando isto que aceitam o Two State Solution dentro das linhas da resolução 242 das Nações Unidas.
Três jovens israelitas desaparecem e são mortos por militantes dissidentes do Hamas (embora a confirmação da teoria só viesse bem mais tarde) e Israel decidiu culpar de imediato o Hamas e começou as suas próprias investigações. (Embora muitos apontem este como o momento que despoleta o início do conflito, alguns, incluindo o notório historiador do Médio Oriente Ilan Pappé, defendem que o início foi um mês antes quando dois palestinianos foram mortos pela policia israelita)
As "investigações" consistiram na detenção de centenas de pessoas e em bombardeamentos na Faixa de Gaza.
Resultado final.
Civis palestinianos mortos - +/- 1500
Combatentes palestinianos mortos - +/-600
Infraestruturas civis palestinianas destruídas (em dólares) -  4 000 000 000 $
Casa palestinianas destruídas - 18 000
--
Civis israelitas mortos - 5
Combatentes israelitas mortos - 66
Infraestruturas civis israelitas destruídas (em dólares) -  55 000 $
Casa israelitas destruídas - 1

Mas bem, quem é que desatou a prender pessoas a e bombardear sem deixar a justiça funcionar normalmente?

MEC depois diz umas tretas sobre os israelitas de um lado e os palestinianos do outro e que por cada amigo Israel há mil amigos da Palestina.

E depois diz "Nas guerras pelos underdogs, basta fazer contas para perceber que, de todos os pontos de vista numéricos, geográficos e políticos, é Israel que é o underdog."
Pena que não refira que do ponto de vista militar Israel é um dos mais poderoso exércitos do mundo e dispõe de armas nucleares (as únicas não incluídas nos acordos de não proliferação das potências nucleares), e do ponto de vista político tem do seu lado uma superpotência mundial com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU (são só os EUA, que vantagem política é essa?)

"Por cada cem israelitas que querem um estado da Palestina quantos palestinianos querem Israel ao lado da Palestina? Um. Só os mais inteligentes e humanistas. Felizmente ainda são bastantes. Mas não são do Hamas.". Isto é uma idiotice.
Quando o Hamas aderiu ao governo de unidade com a Fatah concordou com as formas de procurar paz da Autoridade Palestiniana que passa pela existência de dois estados. Palestina e Israel. Portanto, MEC só pode ser burro ao afirmar isto.
E adicionamos que por cada civil israelita que morreu, morreram 300 palestinianos. Mas essas contas não interessam a MEC, porque ele não tem qualquer interesse pela vida humana e pelo drama que se vive numa zona superhabitada e debaixo de um bloqueio que até chocolates impediu de passar para Gaza a certo ponto.


http://diariodoanthrax.blogspot.pt/2006/08/ns-tambm-somos-israel-por-miguel.html

No artigo citado no endereço que deixo acima, MEC é por Israel, aja bem ou aja mal. E nem se preocupa em defender a posição dele porque basta-lhe ler e usar os mesmo argumentos que existem na imprensa israelita.
Depois:
"Os israelitas têm, em comparação com aqueles com que guerreiam, algumas grandes vantagens. Não querem a destruição completa do povo a que pertence o exército adversário."

Israel em 1948 e 1967 fez o que muitos historiadores israelitas chamam de limpeza étnica. E desde então (1967) desrespeita como quer as convenções de Genebra e a resolução 242 que defende uma solução de dois estados na fronteira de Junho 1967, com a mudança de estatuto da cidade de Jerusalém, dividindo-a em dois, e uma justa resolução do problema dos refugiados (palestinianos). Desde então o que vemos? Construção de colonatos em território palestiniano ocupado. Recorrentes "operações" que resultam em milhares de mortes do lado dos palestinianos. Resumindo, uma clara intenção em não resolver o conflito da parte de Israel, apoiado pelo grande aliado EUA.
Se os israelitas não querem a destruição de um povo, para quê esta frase?

"If I'm elected, there will be no Palestinian state".

Houve quem dissesse que ele só disse isso para agradar aos votantes, mas então que raio de intenção é que os votantes têm? É que Netanyahu ganhou inequivocamente as eleições. Posso então assumir que grande parte dos israelitas não quer que exista um estado palestiniano.


"Gostam da liberdade de expressão; da democracia liberal; dos direitos humanos."

Quando a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, repetidamente condenaram ao longo dos anos Israel pelas suas violações dos direitos humanos, eis que vem MEC e diz que Israel gosta dos direitos humanos. Podem ler aqui 22 days of death and destruction.
Liberdade de expressão - De acordo com o site Reporters Without Borders, Israel fica em 96º no ranking de liberdade de expressão, atrás de países como o Quénia, Zâmbia, Libéria, Mongólia etc. Gostam muito da liberdade de expressão. Definitivamente há piores, mas para o país avançadíssimo que MEC retrata, esperar-se-ia melhor.

"Pensam no que fazem; têm problemas de consciência; dúvidas que exprimem publicamente e debatem sem pudor."

Como é que MEC espera que um país destruído pela guerra, sem economia, sem ensino, como a Palestina, que está em suspenso desde 1967, possa ter qualquer ambiente construtivo de debate público? Por acaso a culpa disso é dos palestinianos?

"Votam e deixam votar."

Hora para lembrar esta frase excelente de Benjamin Netanyahu "“The right-wing government is in danger. Arab voters are heading to the polling stations in droves, Left-wing NGOs are bringing them in buses.”" Porque, decerto, os árabes não têm direito e nós temos que evitar que qualquer influência que eles tenham seja anulada.

"Enfim, Israel é como Portugal, como a Europa, como os Estados Unidos, como o Japão, como a Austrália e todos os países onde o indivíduo é livre de discordar, rebelar-se e ser do contra. Ou, no meu caso, de não se rebelar - nem sequer contra os que se rebelam."

E aqui MEC atira pela janela aquele que é o único argumento válido para Israel fazer guerra. Afinal, Israel é como Portugal. Então o que têm a temer? Grande parte da opinião de Israel manter o conflito tem a ver com o facto de estar só entre países árabes e o receio de ser atacado. Mas pelos vistos é tudo igual.
Excepto que eu nunca vi o Sócrates ou o Passos Coelho a dizer "As pessoas do Alentejo estão a votar, os comunas foram buscá-los de autocarro!"
MEC é engraçado, porque para além da pretensa intelectualidade está latente esta convicção em deixar tudo como está. Talvez porque a MEC  lhe falte o arcaboiço para discutir objectivamente algo, não sei, mas é muito estranho.

"Faz lembrar Portugal há muitos séculos atrás, quando a ideia de Portugal ainda não era aceite. Os israelitas têm os americanos como nós tínhamos os ingleses. E os restantes europeus, como sempre, vacilam em volta, confundindo a própria confusão."

MEC está confuso. Em 1386 já Portugal era Portugal há 200 anos. MEC confunde a pretensão de conquista por parte dos castelhanos, com a falta de aceitação de que Portugal existe.
Os americanos também eram aliados do apartheid (Mandela era considerado um terrorista até 2008!!!) até deixarem de apoiar. Eram apoiantes da Indonésia, até deixarem de ser. E o que aconteceu quando deixaram de apoiar? O apartheid acabou e a Indonésia deixou Timor Leste em paz. MEC fala de duas alianças. Uma medieval entre dois países cuja preocupação era França e Espanha, e a outra entre uma superpotência, que domina o mundo, com Israel. Quando Israel deixar de ser útil aos EUA o que acontecerá?
Ah e os outros países vacilam. Isto é mais uma parvoíce. Só o que MEC diz que está bem é que está bem. Os outros não têm direito à liberdade de expressão e decisão. Se têm opinião ou uma visão diferente dos assuntos "vacilam".

"Não é em Israel nem aqui que existe unanimidade ou se procura alcançá-la. Essa é a razão do meu apoio: poder concordar. Também é uma liberdade. É onde há unanimidade - e onde se procura impô-la - que está o que se deve temer e contrariar. "

Mais uma vez, MEC troca-se todo. Entre a Fatah e o Hamas não há unanimidade (nota que o artigo é de 2006, altura em que não existia qualquer governo de unidade). Portanto mais um desvario incrivelmente idiota do intelectualóide português.
Já agora, no blog onde está a transcrição deste texto há três comentários todos em concordância. Espero que o MEC vá lá contrariar.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/viva-tuvia-tenenbom-1706134
"Não conseguiu entrar nem no Hamas nem no Hezbollah mas foi muito bem recebido por outros dirigentes palestinianos que elogia e defende, apesar de confirmar o que já se sabia: que não são anti-semitas nem anti-judeus mas, por não aceitarem o estado de Israel, acabam por ser."

Reparem bem. Eu já disse antes, que a resolução que a Autoridade Palestiniana procura baseia-se numa solução de dois estados. Palestina e Israel. É incrível como apesar de procurar essa solução, os palestinianos, mesmo assim, querem a destruição de Israel. Quando Israel tem o poderio militar que tem, o que tem Israel a temer da Palestina?
Não conseguiu entrar no Hezbollah. O Hezbollah desde 2006 que nem representa perigo para Israel, quando Israel invadiu o Líbano com o propósito de destruir o Hezbollah. Hezbollah é libanês e não palestiniano, mas a burrice de MEC tolda-o de ver o óbvio. (note-se que MEC refere-se a um livro escrito por alguém que foi a Israel)

"Nem os palestinianos nem os israelitas são sempre as vítimas. A União Europeia e, dentro dela, a Alemanha intrometem-se muito mais do que deveriam."
O MEC tem de ir aprender a escrever. Se os palestinianos e os israelitas não são sempre as vítimas, quem são elas então? A UE e a Alemanha intrometem-se?! Espectacular.

Conclusão
MEC, não tem qualquer pudor pela vida humana. Para ele as coisas são a preto e branco e não consegue aceitar as nuances e os factos que destroem qualquer teoria que ele tenta erigir. Chega ao ponto ridículo de dizer que aja bem ou mal eu apoio na mesma. É uma lógica tão idiota e absurda que me pergunto, mais uma vez, o que é que MEC tem de extraordinário.
Eu compreendo que hajam pessoas a apoiar Israel, porque o lado palestiniano está longe de ser perfeito, mas não compreendo a insensibilidade e a maldade com que MEC dispara acusações sem se dar ao trabalho de justificar. É assim porque é assim. Que se lixem as crianças que estavam a jogar à bola na praia e foram bombardeadas na praia. Que se lixem as pessoas que tinham uma casa e ficaram sem ela e agora andam a endireitar ferro dos escombros para, quem sabe, reconstruir qualquer coisa da sua casa. "O resto é cobardia, aldrabice, desprezo e estupidez." A cobardia de MEC em nunca assumir uma posição sólida baseada em factos é incrível e isso é também uma aldrabice. O desprezo de MEC pela vida humana é outra coisa incrível e para qual não há palavras. A estupidez é patente em toda e qualquer palavra que se leia de MEC.
Ainda gostava de um dia compreender este tipo de pessoas, mas, francamente, ultrapassa-me o nível de maldade e indiferença para com o próximo. E impressiona-me a ignorância com que Miguel Esteves Cardoso o faz.

Um dia no Planeta naMEC

Viste o que o Miguel Esteves Cardoso escreveu. Já dizia o Miguel Esteves Cardoso "(citação de MEC)". Toda a gente diz esta merda. Então de há uns meses para cá tenho vindo a ler o ancião. E, embasbacado com semelhante palhaçada, escolhi várias crónicas de MEC, todas recentes para não dizerem que andei a escolher as piores do homem, e decidi, de certa forma analisá-las e mostrar que as crónicas pouco mais têm para além do nome.
Ainda vai haver alguém que um dia diga que isto é um ataque com inveja (95 simples que é mais barata) como combustível. Mas não é. Tento ser o mais objectivo possível e, no fim de tudo, é a minha opinião.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ticiano-kardashian-1704857

Informação e aquela afirmação que de nada serve "Hoje em dia um crítico conseguir provocar é ainda mais difícil do que um artista chocar." Há-de haver muita gente a citar isto. Isolado até parece interessante.

Falar do selfie (ou da selfie) da Kim Kardashian e pôr-lhe defeitos do género "mal enquadrado e mal iluminado". Já estou a ver muitos casais no meio do seu sexting "Querida, belas mamas, mas, citando o MEC, está mal enquadrado e mal iluminado.
Afinal o que é que o MEC queria, uma obra de arte?
3º e 4º
Kim Kardashian daria tesão a Ticiano diz o sub editor do Guardian. E esta foto teria impressionado Ticiano. Mas MEC diz que é tímido, banal - e comercial (duas grandes semelhanças com uma certa crónica)
Ficamos então a saber que MEC queria uma foto bem enquadrada e iluminada, com a Kim esparramada de pernas abertas, um butt plug enfiado e com os dedos na xoxota a mostrar o feto dentro do seu útero para provar que estava grávida enquanto o Kanye "rappava" freestyle.

Mas "Ah, é a silly season" bem sabe MEC e dá as boas vindas ao clube. Não sei se o clube dos que reconhece a silly Season ou o que fabrica a Silly Season, mas os grandes homens são assim. Falam por metáforas.
Depois diz "Mas, para começar a ser provocador, não basta dizer que Ticiano ficaria impressionado com KK. É preciso dizer que o selfie de KK é superior a Ticiano ou melhor por ser mais actual e menos pintado e preocupado com a luz do que o obsessivo, masculino e antiquado Ticiano."
Eu li o artigo e não li lá nada disso. O artigo falava de mulheres sentirem-se liberadas com o seu corpo, principalmente as mais gordas e põe em equaçao "modelos" de vários pintores, um deles Ticiano, que assim eram e eram consideradas sexy. (Podem ler o artigo aqui)

Kardashian é uma nulidade (verdade de La Palisse) que não se torna mais interessante porque algum crítico se finge interessar nela. Exceptuando o que disse acima. Podemos concordar ou não, mas o artigo acaba por ser menos sobre Kim Kardashian do que MEC quer fazer parecer.

Conclusão: MEC ficou indignado porque Jonathan Jones ficou excitado com a fotografia (deve ter-se divertido com ela) e decidiu escrever um post sobre a foto e as percepções de beleza na arte antes e agora. MEC, não ficou excitado (ou ficou e não quis admitir, porque ele é demasiado inteligente para isso) e decidiu vingar-se distorcendo um artigo do Guardian. Tiramos MEC da equação e isto é cómico.

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/tudo-sera-como-antes-1705252


Introdução, whatever.

McEwan fez-se de parvo e Pinker espalhou-se ao comprido, e, de repente, MEC fala de assuntos que o seu comum leitor não quer saber. Obviamente alguns conhecerão, mas MEC nem sequer se importa de referir o quê, o quando e o porquê da sua afirmação. Quando a coisa poderia ser interessante, MEC actua altivo e continua em frente.
3º e restantes
Longa citação sobre a especialização científica ser cada vez mais fragmentada e depois MEC diz que essa citação também se aplica às "teorias sobre tudo". É quase como dizer "Um pc velho trabalha mal, mas isso também se aplica a um pc novo".

Conclusão: MEC faz de uma citação uma crítica sem explicar porquê. ("Ah tem pouco espaço!" oiço dizer, mas não podia ele dedicar um bocadinho do seu espaço em dias seguidos para nos iluminar sobre a má interpretação de Wittgenstein?) E depois faz de outra citação o resto da sua crónica adicionando uma generalidade no fim. Mais uma crónica digna de um site irrelevante qualquer.



http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ate-ela-voltar-1705433
Nem vou por parágrafos nesta e nas seguintes. Leiam e vejam.
MEC teve de ficar à espera de alguém enquanto via uma série. E depois escreveu uma crónica. isso também já me aconteceu a mim. Contratem-me por favor.


http://www.publico.pt/sociedade/noticia/as-condicoes-do-banho-1705633
MEC estava na praia e decidiu inventar parâmetros para ir ao banho para poder dizer no dia seguinte que foi à Praia das Maçãs e apanhou limos. E então explana a sua teoria sobre o que é necessário para tomar banho na Praia das Maçãs. Isto é cómico. Há mais alguém que seja pago para escrever este tipo de material em Portugal?

http://www.publico.pt/portugal/noticia/nao-custa-nada-1705781
MEC vai ao mecânico. Pergunta o preço da reparação e o mecânico diz que é barato e MEC não tem coragem (fazendo justiça a MEC que por razões obscuras livremente traduz "turn on" para tesão, noutra crónica, deveria substituir coragem por tomates?) para perguntar quanto. Então anda a arranjar aquilo a que ele chama coragem e eu chamo arrogância para proferir a seguinte parvoíce.
"Não me interessa nada saber se vossa majestade acha barato ou caro o artigo em questão. Diga-me imediatamente o preço concreto, sua abstrusidade!" (SEM POR FAVOR)
Porque dizer "Mas dê-me só uma estimativa, para eu poder ficar a contar com a despesa" é demasiado marciano para MEC.
Pelo caminho ficamos a saber que ele tem um Volkswagen. Eu também tenho um Volkswagen e nunca me perguntaram se achava que a Volkswagen é uma caridade. Assim sendo, tenho mais tempo para me preocupar com coisas interessantes e objectivas em vez de devaneios sobre idas ao mecânico.

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-musica-1706044
MEC encontra um post sobre as músicas mais ouvidas por década. Só o 5º lugar é que anima a fé na humanidade porque é de uma banda que tem muito mais notoriedade pela morte do seu vocalista (o que é natural e justificado, mas não deixa de ser verdade) do que propriamente pela sua música.
MEC sobrevaloriza o digital face ao não digital e supervaloriza os dados do artigo que encontrou caracterizando isto como aquilo que "...o povoléu eterniza".
MEC ainda vai a tempo de dizer que este post deixa de fora os anos 50 e para trás que é onde está a melhor música. Alguém tem de dar a este homem uns óculos de massa e um chapéu tipo Fédora

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/amigos-ausentes-1705931
MEC fala de amizades. Dá-nos a sua teoria sobre perder amigos que estão vivos ou perdê-los para a morte. A amizade é superior ao amor, porque apesar de inquantificáveis e intangíveis, a amizade está a oferecer 50% grátis nas suas embalagens.
E francamente, a teoria de amigo e amor fazerem confusão porque começam com as mesmas duas letras, significa que para MEC os países de língua latina são constituídos por semi-extraterrestres. O que diriam os ingleses sobre este mirabolante ideia? Love and friend?! That doesn't make sense pal! A amizade e o amor variam de país para país, às tantas.


http://www.publico.pt/sociedade/noticia/benditos-sustos-1706395
Esta é gira.
"Que vamos todos morrer é uma certeza. Mas o que é que esse facto chato tem que ver com a vida?"
Tanto quanto a crónica tem a ver com esta afirmação.
MEC, egocentricamente, como de costume, fala de como as suas filhas nasceram prematuras e ficou assustado. Alguém lhe dê um troféu, porque isso não acontece a mais ninguém e mais ninguém se assusta com coisas do género.
E depois fala de como os sustos servem para nos preparar mas não nos preparam. E o que é que a morte tem a ver com a vida? Tem tudo e não tem nada. É o é e não é. Quantas palavras faltam? Ah, pois, mas sabem e o que é que a vida tem a ver com a morte. Tem nada e tem tudo. Já chega?

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/estar-a-frente-1706239
MEC deu o seu lugar a alguém na fila. E depois diz que ninguém se atreve a pedir para deixar passar à frente, apenas usam o "Não se importa que...". MEC, obviamente nunca nos cruzamos, porque eu faço a pergunta toda. E mais, recuso, às vezes, ceder à pressão de quem está atrás, por causa das palavras mágicas. E se de acaso um por favor não é seguido de um obrigado espero que caiam por uma ravina no regresso a casa.
Mas bem. Mais uma vez, alguém acharia isto interessante se não fosse escrito pelo Miguel Esteves Cardoso?

http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/viva-o-bookerly-1706333
MEC lê em Kindle e agora custa-lhe a ler em papel. A mim acontece-me ao contrário, mas o Público ainda não me pagou para escrever essa crónica. Adiante.
Ficamos a saber que tem não um, não dois, mas três kindles! meninas e meninos, senhoras e senhores.
Eu tenho três guitarras e a mim o Público não me paga para escrever crónicas (esqueçam o pagamento, não me dão o espaço).
Depois MEC, signatário da superioridade do digital ao não digital profere.
"Os livros impressos só têm uma maneira de resistir: serem bem impressos."
Esqueceu-se de adicionar o "não arderem". E curiosamente, tenho alguns livros que têm uma impressão um bocado fanhosa. Quando chegar a casa vou verificar se ainda existem.

Conclusão das conclusões.

MEC escreve sobre temas banais, com um estilo de escrita banal, desinteressante e desprovido de factos ou informações que deêm qualquer tipo de vontade de continuar a ler. Sempre que fica perto de ficar interessante perde-se em mais tretas irrelevantes, sempre sem chegar a nenhuma conclusão interessante ou dignificante do espaço que dispõe.
Em si, isto não tem nada de mal. Mas há alguém que sinceramente ache isto interessante? Farto-me de ver pessoas a citar MEC, todos os dias alguém me fala das crónicas do MEC. Na minha opinião as pessoas já não leem as crónicas, mas sim Miguel Esteves Cardoso, o tipo interessante que escreve sobre parâmetros para tomar banho na Praia das Maçãs. Não há nada de interessante nisto. É quase como aquelas pessoas que gostam incondicionalmente de uma banda e que, seja um bom disco ou um mau disco é sempre espectacular, e quem lê MEC é assim. Lê de olhos fechados e procura soundbites que poderá mais tarde reproduzir no seu blog ou twitter ou nas suas conversas do dia-a-dia. "Ya pois, já dizia o MEC, mal enquadrada e mal iluminada".
Talvez MEC nem tenha tanta culpa porque escrever todos os dias sobre algo para leitores ávidos que ficam à porta da morte sem a sua dose, é difícil. Tal como as bandas que acabam por se editar coisas que não têm interesse nenhum, MEC publica crónicas que para nada servem e em nada nos enriquecem
Só que MEC, intelectual, já devia ter percebido isto devia já ter parado de publicar este spam. Ter a noção de si próprio e saber ajustar é o que distingue, muitas vezes, as pessoas inteligentes das não inteligentes. É ter a noção de si próprio e saber ajustar.
Os leitores, obviamente, ficam já diagnosticados de morte cerebral, porque, por amor de deus. Até me sinto revoltado quando essas pessoas falam como pseudo-intelectuais e sobre o que o MEC disse.
O que eu disse em relação a alguns posts é verdade para quase todos. Alguém acharia mérito nestas crónicas sem o nome do autor associado?
Finalmente, não me venham com os livros. Eu não estou a falar dos livros e, sejamos francos, por muito que tenham vendido, a grande falange de seguidores de MEC segue-o através das suas (ahem) crónicas. 

Enfim. Há uma parte dois.