Inocência

Ao longo da minha vida ouvi muitas pessoas a dizer o mesmo. Ricos, pobres, famosos e desconhecidos. A inocência é algo de muito bonito.

"We all lose our innocence, it's impossible to hold,
I didn't know it then, I had a pocket full of gold"

É algo que nunca podemos recuperar. Os tempos em que acreditávamos que tudo seria bom e tudo parecia estático e sem risco de mudar. Tinha os amiguinhos, a família, a escola, a tv, a consola, a bicicleta etc. Tudo o que era meu de direito.

Com o crescimento e o conhecimento as coisas mudam ligeiramente. Os amiguinhos deixam de ser amigos, a consola já não nos preenche, a bicicleta deixou de ter piada porque descobrimos que fingir que somos o Lance Armstrong e que comigo vai um pelotão numa corrida que eu ganho sempre, já não tem assim tanta piada e afinal de contas com 12 ou 13 anos quem é que me quer ouvir? Pareceria ridículo certamente.
Descobri também que andar pelo quarto aos saltos a cantar ou segurar qualquer coisa na mão esquerda e fingir que tocava guitarra não era assim tão espectacular. Com os meus 16 anos ainda o devia de fazer, lembro-me que até gravava cds com um alinhamento ao qual cada vez se tornava mais difícil chegar ao fim. Cada vez era mais difícil fazer de conta e cada vez mais imaginava-me visto de fora e acabava por ir dormir triste porque tudo aquilo não passava de fantasia. Felizmente tive a possibilidade de aprender a tocar guitarra. Sempre sozinho e ainda hoje admito que me imagino muitas vezes num concerto ou qualquer coisa do género, mas quem nunca o fez estando a tocar um instrumento? Emulamos os nossos heróis.

O fim da escola é um momento precioso. É o momento em que tudo passa a contar. Quando se anda na escola poucos se preocupam com o futuro. Sabemos que vamos trabalhar e que outros vão para a universidade. No meu caso o trabalho era meu destino.

O problema é que quando andámos na escola queremos trabalhar para sair daquele mundo de aparências vãs das miúdas emproadas e dos tipos armados em maus. Queremos entrar no mundo das mulheres onde seremos reconhecidos pelo que fazemos e não pelo que aparentamos fazer.

Ainda que possam haver casos distintos, o facto é que no trabalho existe apenas uma acentuação desse mundo de aparências. "À mulher de César não basta ser, é preciso parecer".

Quando andei na escola tive alguma matéria na área das relações humanas e até eu, um ilustre desconhecido, percebi as teorias motivacionais. Num mundo em que muitos heróis de hoje em dia são heróis da psicologia, José Mourinho, Steve Jobs etc. Neste mesmo mundo é-me impossível perceber como é que alguém, com educação superior, não tem a mais pequena noção de como motivar as pessoas e como mantê-las satisfeitas. Nem um gesto pequeno como dar as condolências a alguém que perdeu um familiar, sabem dar. Se nem isso conseguem fazer, como é que é possível fazerem o resto? Não é.

Da mesma forma que quando as avaliações são superficiais caímos num grande erro. Quando há pessoas que nos momentos difíceis mantêm, quase sozinhos um "barco" em andamento e depois são ultrapassadas por alguém que nada faz mas que aparenta fazer, como é que é possível as pessoas que se sacrificaram sentirem-se motivadas? Não é. Principalmente quando quem aparenta facilmente se espalha em qualquer pequeno pormenor seja pelo que diz ou pelo que faz.

Saber de certas coisas que ocorrem longe da nossa vista é muitas vezes mau. É mau porque eu sou obrigado a sentir a injustiça. Embora mais tarde redescubra o caminho correcto é-me difícil ignorar estupidez e injustiça.

Quando vejo aquele anúncio da Optimus "All Together Now" é um pouco impossível não sentir repulsa por esta sociedade. Quando vejo a grande flash mob em que está toda a gente a divertir-se e todos juntos, sei que essas mesmas pessoas são as que gozam comigo e com a minha namorada quando vamos no comboio porque temos coisas fora do comum, embora nem eu sei bem quais são, mas pelos vistos temos pelas reacções. Essas pessoas "All Together Now" são as mesmas que têm blogs e facebooks extremamente livres de preconceito, mas sempre que são contrariadas convocam uma flash mob para insultar o opositor. Distorcendo ao invés de rebaterem as opiniões contrárias com argumentos lógicos.

O que eu não consigo compreender no meio disto tudo é porque é que as pessoas são más? Porque é que as pessoas não são sinceras? Porque é que as pessoas não vencem por serem quem são mas sim por aparentarem ser alguém diferente? Porque é que as pessoas não são justas quando olham para os outros?

Há uma pergunta recorrente na minha cabeça. As portas foram feitas para as fecharmos ou para as abrirmos? E tenho a mesma pergunta em relação ao saber. Devemos querer saber mais ou não querer saber nada?

Há pouco tempo alguém me disse que é preciso conhecer o que é mau para valorizar o que é bom. Saber o que é feio para valorizar o que é bonito. Tirando a morte e certas lesões físicas, nada é permanente. Tudo muda num piscar de olhos. Contudo o que se faz não se pode desfazer. Tal como a inocência de outros dias se perde e não volta.

E eu sinceramente não acho que isto seja um defeito de pessoas rancorosas. Até porque rancor é um ódio secreto e profundo e não se trata disso. Trata-se apenas que algumas pessoas têm acções com as quais eu nem sempre consigo compactuar e isso muda toda a perspectiva que se tem de alguém. Por muito que por vezes as acções não tenham a ver com o trabalho dessa pessoa. Tudo fica em perspectiva a partir de certo momento. Ainda há pouco tempo andei viciado num comediante do YouTube porque achava piada sim, mas porque ele me parecia ser uma pessoa igual a qualquer outra. Podia ser eu, podia ser o vizinho. Um tipo que só fazia vídeos porque gostava de fazer vídeos. Mas que agora faz vídeos porque é um negócio, não mantém a mesma linha de qualidade nos seus conteúdos e age como se fosse uma superestrela deslocando-se em limusines com tipas com ar de prostitutas lá dentro. Por muito que o seu trabalho até aí tenha sido bom, tudo muda, porque a minha perspectiva muda. Eu sei que ninguém é perfeito. Mas há coisas com as quais não consigo compactuar.

Enfim. Eu sinceramente gosto quando saio com pessoas que são divertidas, sinceras e verdadeiras. Mas as pessoas são cada vez menos assim.

Fica o amor pelas coisas belas que no fim deste texto me voltam a parecer meritórias do meu esforço.

Eu sei que sou um hater

Em Portugal há muito esta confusão entre contrastes, contradição, paradoxos.. Parece que é tudo a mesma coisa.

Mas não é. Mas em Portugal como toda a gente é super e... bem mais vale citar aqui o grande

"Ainda há muitos 'haters'. É sintomático de os ouvidos estarem viciados. As pessoas estão habituadas a pessoas que em estúdio nunca dão notas erradas, que tratam todas as suas ideias como se fossem as melhores. O meu desprendimento em relação às minhas ideias também incomoda"

Estejam descansados. Não fui eu o autor deste hediondo parágrafo.Isto vem na Ípsilon do dia 23 de Dezembro. O autor não é digno aqui do blog. Como diriam os ingleses "Too bad".

Mas sim isto veio com o Público, por vezes imagino se fosse eu a dizer uma coisa daquelas. Aposto que já teria o meu router a atirar raios laser para me decapitar.

Eu não gosto deste tipo e não percebo qual é a dele para dizer uma coisa destas. É típico do artista que não acredita numa palavra daquilo que diz ou canta. Os ouvidos estão viciados mas ainda deram para dar sucesso a este tipo, só por acaso. Que tem um ar de intelectualóide que até me faz impressão. Como grande parte dos músicos de Portugal. Manuel Cruz é bom exemplo em termos líricos.

A contradição por si só é estúpida. Mas isto é o problema de quem não consegue ver o paradoxo permanente em que vivem. Isso sim é interessante. O paradoxal. Aquilo que não faz sentido nenhum, mas no entanto estas pessoas satisfazem-se com a contradição, porque em Portugal as pessoas não entendem que quem se contradiz, ou não sabe o que diz, ou então é vira casaca.

"Quero que os homens tenha um machismo feminino e as mulheres um feminismo machista. É daí que nascem as contradições e os contrastes, que é o que me interessa"

Ora aí têm mais uma pérola. O que interessa são as contradições e os contrastes. Aos portugueses basta dizer muitas vezes coisas do género "Quero morrer para viver melhor" que é tão válido como dizer "Quero amputar uma perna para ficar mais leve" coisas sem sentido e sem objectivo.

Mas eu sou um hater. Um hater que se tivesse proferido estas duas frases era um estúpido de cima a baixo e que seria fulminado pela multidão enraivecida. Mas como foi quem foi, é maravilhoso.

Mas eu é que sou hater.

"And fiercely proud of it"

E estava eu...

    Muito bem em casa do meu adorado namorado, quando decidi, desviando-me da minha conduta habitual, ligar o aparelho televisor. Usufruindo o mais que tudo de um pacote de não sei quantos canais, decidi investigar as mtvs, que não vejo há épocas (obviamente). E não é que no dia em que decido ligar a televisão, logo numa mtv (as minhas incursões televisivas debruçam-se sobre o travel channel quando existentes), e não é que TCHARAN!! LED FUCKING ZEPPELIN! Pois é, foi mesmo pontaria. A maravilhosa versão ao vivo da Kashmir com toda a grandiosidade de todos os membros com a minha atenção especial ao supremo mestre Jimmy, também ele, FUCKING Page. Ou não fossem estes senhores os divinos todos poderosos senhores do rock (não estou a ouvir nenhum nada do que vós estais para aí a dizer, apareceram os Led Zeppelin quando liguei a tv logo o vosso argumento é inválido). 

   Admito que o que não estava à espera era da SPANISH INQUISITION classificação do top dada aos criadores do que é hoje o rock, ou seja, número 8. Não sei onde é que a MTV vai buscar a imaginação para tais blasfémias (visto número 1 ser a mais óbvia e única correcta opção) logo num top intitulado "Top 100 monsters of rock". Ainda para mais quem vinha a seguir eram os Muse com Plug-In Baby, e como nunca conseguirei descrever a minha indignação (superficial, visto no fundo a mtv não ser absolutamente autoridade nenhuma - a história tem, HAHA), direi apenas que as escolhas da mtv devem ser feitas no mais etílico dos estados (se bem que também eu aprecio isso), e deixarei aqui a prova viva deste acontecimento histórico. Watch and LEARN, que eu não duro para sempre para vos mostrar o que é bom. :)

E quem não sabe ler levante a mão...

 
   No caso de não estar visível o suficiente, clique aqui (mas só se quiser queimar o cérebro devido ao elevado nível de parvoíce em estado puro, com frustração a 99.9999%).

Bem, para começar, eu disse que não voltaria a referir este não-assunto no blog, mas este comentário é demasiado deliciosamente parvo para eu conseguir resistir. Aliás, para vocês continuarem a acreditar que eu sou uma idiota que tira "excertos" do DN, e não uma pessoa inteligente - não me vão acusar novamente de pertencer a uma elite! Hèlas!- cito, (que vem de citação, não excerto, normalmente é uma frase ou extrato pequeno, daí ser apenas uma frase) uma vez mais, Oscar Wilde, I can resist anything but temptation.

Caro Nuno Chaves,

Obrigada por tanta importância atribuída às nossas pessoas. Nunca pensámos poder vir a ser tão importantes na vida de alguém que não significa, nem significará, nada para nós. Na verdade até estou a responder porque sabe, procrastinação é o meu mote e está ali um montinho de trabalhos da universidade para fazer, então como já arrumei todas as gavetas e já enchi os gatos de mimo, creio que este seja o próximo passo natural do meu comportamento, no que toca a adiar coisas que terão, inevitavelmente, de ser feitas.

Então, só para as mentes ficarem mais elucidadas, começo por dizer que o que se passou no blog onde teve a gentileza de deixar um comentário, que por acaso vi devido a um mail que recebemos por parte de uma pessoa de lá direccionada, que também lá deixou o seu comentário, nunca foi uma troca de galhardetes. Neste momento, como poderá ter percebido uma vez que veio ao nosso blog (pela sua conversa apenas numa incessante busca de nomes por onde pudesse pegar) o nome desse blog já aqui não está, visto que foi referido como exemplo e não adicionou nada ao conteúdo do post em questão, e dado o escabeche que proporcionou indevidamente, foi retirado, e o post mudado de nome e publicado de nome com os devidos anúncios. Porquê? Porque o blog ainda é nosso, não somos realmente regidos por uma regra da internet que diz que o que está está, logo como podemos mudar, mudámos. Afinal, num blog repleto de coisas boas como o nosso, seria uma pena um post ser dos mais vistos por causa da reacção exagerada de um rapaz que, continuo a dizer, se deu demasiada importância e interpretou mal as coisas. Seja como for, se tivesse lido o nosso post, teria entendido, se não for estúpido de todo (neste momento já tenho algumas dúvidas) que nunca esteve em causa as pessoas gostarem de livro X ou livro Y, de este ser bom ou mau, ou do fim do mundo que vem de se gostar de mais de um tipo de literatura - LE GASP! Só dissemos que, independentemente de se gostar ou não, é incoerente dar notas semelhantes a livros de qualidade tão oposta. Mas mais uma vez insisto que, quer queiram quer não, é APENAS a nossa opinião e não um decreto nacional. por isso podem ignorar-nos, coisa que não percebo porque é que não fizeram. Seja lá como for o rapazito do blog lá achou que foi um insulto aos seus gostos (...) e abriu não as hostilidades, mas a parvoíce. Portas abertas de par em par! E quando lá fomos explicar o tão óbvio mal entendido, foi mais uma vez mal entendido. Porque é que sequer esperámos que fosse compreendido? "Lol" para mim.

Anyway, toda a gente, inclusivamente o Nuno, foi lá defender a honra do rapaz, mostrando que nós é que somos um elitistas - aliás vê-se pela nossa interacção na blogosfera - e mostrando uma vez mais que há uma razão para lerem, aquilo que na nossa opinião são maus livros: não é necessária qualquer compreensão, apenas aspiração de palavras. Bem, mas passemos à parte hilariante da questão!
Por ordem de escrita, claro está! Tchan tchan tchan *tambores*,

Diz que está farto destas "pseudo merdas". Nós também, e por isso é que tivémos o cuidado de esclarecer que não se passou merda nenhuma. Logo, deduzo que esse comentário seja para o blog visado, que criou toda esta pseudo merda. E diz o Nuno que está farto? Não sei para que é que, então, se deu ao trabalho de vir aqui à nossa fonte de ácido sulfúrico, que nem leu, só para terminar em tentativas de insulto às nossas pessoas - lamento, mas nós não somos insultáveis. Passa-nos ao lado tudo o que tenha um teor de estupidez pura superior a 45%. A sua rebentou a escala, por isso imagine!

É claro que a credibilidade é subjectiva! Parabéns, atingiu, finalmente, o ponto que tentámos frisar no post inicial! Não é necsssário ligar ao que os críticos dizem, porque também eles são incoerentes, e logo o que importam? É claro que o Nuno faz parte da mesma corja do menino do blog ofendido, que são os aspirantes a críticos, logo atingiu. Oh, os corporativismos deste país até aos mais imateriais assuntos e actividades chegam!

Ficámos contentes por saber que o nosso blog, tal como a nossa música, são azedos para si - é o objectivo. Só quem for realmente worthy é que pode apreciar, e daí o Nuno não gostar. Mas bem, é apenas a nossa opinião, e se vocês se podem armar em importantes, porque é que não podemos nós ser um pouco arrogantes? De qualquer forma nós nunca aspirámos à perfeição.
Este blog não é um  Feel good blog, e os livros que são lidos por nós, não são feel good books - facto já mais que afirmado. Deixam-nos contentes pela leitura e intelectualmente saciados, mas não nos fazem sentir melhor. A música é natural que não goste, para mim é uma belíssima peça de violino com um piano arrepiante e uma distorção admirável - mas também já foi Led Zeppelin. Não, não vou explicar quem são. Volte para os seus Dan Browns e Sparks e sejam felizes para todo o sempre :) A escolha do modo de encarar a vida é pessoal e intrasmissível, e nunca tentámos incutir a nossa a ninguém.

Para quem diz que respeita, mandou para aí umas belas postas de pescada. Mas não se preocupe, porque o nosso lema é que os gostos não só se discutem como se educam. Mas a conclusão é que afinal o Nuno, tal como as outras pessoas e ao contrário de nós, não é muito tolerante em relação a opiniões diferentes da sua, e assim sendo a porta é serventia da casa.

Nós também nunca lemos Margarida Rebelo de Pinto nem Victor Hugo - contudo sei a revelância histórica que cada um teve. Porque lá está, a literatura não é só as letrinhas mas também o fim - e se um é execrável, o outro foi extremamente importante para uma fase histórica de um país e para um movimento literário. Não me vou dar ao trabalho de explicar, afinal para vós tudo é o mesmo. E nós também podemos ter uma opinião, como vocês, e a nossa é que nem tudo é igual. Somos autorizados a ter a nossa (própria, oh!) opinião? Sim, somos, por isso se não se importa, avancemos que já estou farta de explicar isto. Ah, só mais uma coisa. Eu também gosto de alguns livros "light", como o Nuno diz, a única diferença é que sei bem o valor deles e sou incapaz de os pôr no mesmo pedestal que outros. Uma crítica é saber avaliar a qualidade do livro, e não apenas se gostámos ou não. Seria um bocado arrogante achar que tudo o que gostamos é bom, e o que não gostamos é mau, não lhe parece?

Oh o ultraje! A blasfémia! Acabei de me aperceber (com a ajuda do João X, não percebi bem à primeira devido ao elevado grau de cretinice) que quando diz excertos de Wilde, se refere aos livros da biblioteca de verão do jornal! OH MEU DEUS, como é que eu fui capaz de tal coisa? Como é que me permiti adquirir alguns livros de uma edição de jornal? Será porque, por dentro, são iguais aos mesmos publicados noutras edições? Ou porque, se é pequeno, não quer dizer que seja mau? Ó caríssimo senhor Nuno, peço imensa desculpa de não termos a nossa lista de livros actualizada há, pelo menos, um ano e tal, porque entretanto já lemos outros, lemos alguns daqueles que ainda não tinham sido lidos e já comprámos outros. Entre esses posso dizer que em relação a Wilde, adquirimos a Importância de Ser Earnest, já somos dignos? São umas 500 páginas, já que para si a quantidade é qualidade, então já podemos ser dignos de citar Oscar Wilde? Espero que sim. No entanto, gostaria de saber se o Nuno já leu nem que seja esses pequenininhos do Wilde, já que só deve ter lido os grandes. E sim, faz uma diferença colossal, tendo em conta que o escritor pensou desde logo que seria apenas para os burros, então seria diferente do resto do tipo de escrita dos outros livros. Aliás, até sei de fontes fiáveis que Wilde redigiu aquele livro mais pequeno, apenas porque o cão dele esteve disposto a, por mais duas taças de comida por dia e umas festinhas na barriga, ditar o livro em questão. Pois é.
Gostaria de acrescentar que "dar trabalho a ler" é um conceito deveras misterioso para mim. Tendo em conta que leio por prazer e não por obrigação, ou para dizer que li... Não, nem os grandes me dão trabalho, lamento lamentar, para usar uma belíssima expressão da autora do blog d'A Gota de Ran Tan Plan.
Ah, e vocês podem gostar dos vosso livros maravilhosos, porque é que veio criticar os nossos? Nós não julgámos os vossos, apenas temos a nossa opinião. Não vos vamos atirar isso à cara no entanto. Fez um esforço tão grande para vir pegar (como as crianças) com os autores aqui presentes, que é incrível, nós em momento algum fizemos isso. Não podemos gostar de nada então, já agora? Ah, e se eventualmente foi uma tentativa sua de justificar a má qualidade dos autores que falou, lamento dizer-lhe que só por acaso, são autores que sobreviveram aos séculos, ou aos anos noutros casos. Quanto tempo durará Sparks ou Brown? E não acha que isso quer dizer alguma coisa, independentemente de gostar ou não?

Eu gostei de Jane Austen e não gostei de Nicolas Sparks, e de acordo com o que li, garanto-lhe que nada tem a ver. Se Austen seria o Sparks da altura dela? Não sei, mas tenho um palpite muito forte em que Sparks não ficará na história da literatura, já Jane Austen já lá está. (Não é por acaso).
Se Proust fosse aborrecido eu não leria. Diz que vou devagar, efectivamente vou. Porque se calhar tenho mais uns livrinhos em francês para ler para a universidade que me ocupam o meu tempo de leitura. E porque se calhar, nos meus tempos livres, estou a ter actividades extra-curriculares em vez de gastar o meu tempo a dizer parvoíces. Das quatro ou cinco vezes que peguei no livro, já passei metade. Porque é envolvente. Mas para quê explicar? O Nuno lá me conhece, e aliás, se sabe há quanto tempo o livro lá está é porque já lê o nosso blog há uns meses, o que não deixa de ser engraçado. Já nos poderia ter transmitido os seus sensatos pensamentos! E ainda vai a tempo, está ali um e-mail de contacto, não é preciso fazê-lo através dos compinchas. E só para que saiba, Tolkien nunca é demais. Para nós claro, aliás, vós que sois tão politicamente correctos, qual é o limite máximo por autor? 350 ml? Explique-se melhor. Ou melhor, não o faça, viria aí mais um oceano de idiotice com muita presunção à mistura (e, quem sabe, água benta também).

Acho piada dizer que as nossas análises são uma porcaria, porque a verdade é que, tcharan! nós não fazemos análises a nada. Oh, logo agora, não é? E esteja descansado que não temos familiares internáuticos, e fazemos questão de não entrar no seu blog. O Nuno já deu uma amostra da sua essência e nós já ficámos estupefactos com a idiotice, por isso não é preciso mais. Ah, e nós não somos intelectuais, apesar de todos vós gostarem de nos chamar isso. Complexo de inferioridade? Talvez, mas vá lá rapaziada, não é necessário visto sermos todos seres humanos e valermos o mesmo, ok? Toca a arrebitar a auto-estima. Quem sabe ainda arranjam uma namorada para não se terem que preocupar com estas ovelhas negras que nós, muito orgulhosamente, somos. Nós nunca pedimos credibilidade, nem sei porque é que de repente se tornou um termo tão utilizado. Se bem que agora que penso, devem ter aprendido o seu significado e como qualquer pessoa que goste de ler e essas coisas, faz bem repetir e aplicar o termo em vários contextos para uma melhor assimilação. Nesse caso só tenho que felicitar por serem tão convictos do método e logo serem, muito certamente, muito melhores alunos do que eu alguma vez fui.

E não, senhor Nuno, nunca lemos nada disso nem nada desse senhor e nem conhecemos e não temos vergonha por isso. E gostaria agora de fazer um breve apontamento. Disse que somos coisas, que somos imbecis, mandou-nos à "puta que nos pariu". E agora falarei a sério (mais). Se estas entidades na net que eu e o meu colega de blog representamos no mundo virtual o fazem sentir-se assim tão frustrado, ou revoltado, ou whatever, deveria começar a ocupar a mente com outras coisas. Isto é um mundo de opiniões e nós, em algum momento, tentámos incutir a nossa. O que se passa é que damos a nossa opinião que não muda de acordo com quem estamos a falar, e as outras pessoas quando não gostam, reagem. Desta vez, reagiram da forma errada, e penso que não seria assim tão difícil admitir que estamos errados por vezes. O Nuno e o Tiago inventaram, ou suposeram, coisas sobre nós que nunca demos a conhecer. Nem vamos dar. E isso apenas para suportarem as vossas ideias, que se basearam numa coisa que não foi escrita, que não aconteceu. Nunca insultámos ninguém, ao contrário de vós. Nunca tivemos de sujar o nosso latim, como vós, e não nos sentimos ultrajados se o que escrevem não vai de encontro à nossa opinião. Ao contrário de vós. As pessoas não têm nada a provar. Para que é que perdem tempo com isso? E no fundo, isto é tudo um assunto nascido de um mal-entendido sem valor. Vai insultar as pessoas por causa disso? A sério? É assim tão mal-formado? Pelos vistos é. E não estou à espera que compreenda isto, mas bem, sou livre de escrever o que me apetece. Fala-se agora do vídeo com os erros dos estudantes, sinceramente, o que mais me aflige é pensar que a maioria das pessoas é como aqueles estudantes, e como se não bastasse a falta de interesse pelo que nos rodeia e constitui a nossa história (mesmo sem saber obviamente tudo ou perto disso), é a grande falta de educação que se faz sentir, reflectida, por exemplo, em comentários com o o seu. Assim é que não vamos a lado nenhum. Mas enfim.

E com uma boa noite me despeço.

PS- E se fôr para continuarem a divulgar assim o nome do nosso blog avisem que é para eu pôr uns anúncios para fazer uns trocos :)

UPROAR!!! CONSTERNATION!!!

A Sábado fez um vídeo em que vários estudantes deram respostas estúpidas a perguntas relativamente básicas de cultura geral. Uma disciplina que por acaso ninguém tem, logo ninguém é obrigado a saber, pelo que dizem por aí. O vídeo essencialmente goza com os estudantes e realça a sua ignorância em assuntos que nos são esfregados nas fuças praticamente todos os dias.

Parece que já há processos e tudo ao barulho e houve um passarinho que me disse mais notícias.
Os Deolinda vão escrever uma música sobre isso (Parva que NÃO sou), o Michael Moore vai fazer um documentário (Bowling for ignorance) e as escolas vão ter a disciplina de cultura geral, mas só naqueles cursos em que as pessoas precisam mesmo de saber essas coisas, que francamente é quase ninguém.

Na verdade é só para as elites.

Agora a sério.

Já toda a gente sabe, ou devia de saber, que a juventude portuguesa tem bons e maus jovens. Da mesma maneira que tem jovens que andam de olhos abertos e outros que andam de olhos fechados.
Porque só alguém que ande de olhos fechados é que pode dizer que não precisa de saber essas coisas e então não sabe.

Sei lá, até eu que não vou nada com os livros de Saramago sei que ele escreveu o Evangelho Segundo Jesus Cristo. Ainda por cima este livro foi envolto em polémica porque o governo não deixou que representasse Portugal num prémio literário internacional.

E se alguém não soubesse de todo quem era Saramago, porque afinal ele não é nada conhecido, podiam sempre raciocinar que se é segundo Jesus Cristo então é porque teria sido ele o autor. Embora a resposta estivesse errada ao menos demonstrava raciocínio.

Agora um dos jovens que diz que a Sábado manipulou as respostas dele, porque em 10 falhou 1, que foi precisamente a que foi mostrada no vídeo, diz que vai processar a Sábado por uso indevido das imagens. Não creio que vá muito longe com esse processo. Diz também que passou uma grande vergonha, mas bem eu se cometesse o erro que ele cometeu limitava-me a aceitar e aprender. Mas bem, ficou muito envergonhado e agora há para aí grande consternação, parece que assassinaram a honra dos estudantes.

Eu acho que as pessoas estão simplesmente a tentar tapar o sol com a peneira, lançando ainda mais estupidez para o ar dizendo que quem sabe cultura geral são as elites, que não precisam de saber isso e que não lhes interessa política, religião (que curiosamente nem sequer foi referida na entrevista, tanto quanto me lembro) etc etc. Basicamente, não interessa nada.. Excepto a data do próximo jantar de curso, que aí estão batidinhos.

Eu pelo menos tenho a noção que a maior parte das pessoas da minha idade não sabe nada do que não estuda e o que estuda apenas sabe para a altura dos testes, muitas vezes com copianço.


Por exemplo, quando se está a falar com alguém sobre o Senhor dos Anéis é sempre engraçado quando de seguida dizemos que gostamos de Tolkien, porque 90% das pessoas da minha idade não sabe quem é o Tolkien. Mas gostam do Senhor dos Anéis, pelo menos logo que sabem que são livros antes de ser filmes. Gostam muito, mas do Tolkien ninguém ouviu falar.

Contudo, quando se pensa que a hipocrisia não podia ir mais longe. Diz o aluno que quer processar a jornalista que deviam era falar do corte de 50% nos passes sociais porque faz todos os dias 3 horas para chegar à universidade e, como vai deixar de ter o benefício vai passar a pagar 85€ e que lhe ficará mais barato andar de carro.

Dou-lhe toda a razão, deviam falar do corte dos passes sociais.

Citação presente aqui http://www.tvi24.iol.pt/aa---videos---economia/transportes-passes-sociais-passes-descontos-idosos-estudantes/1297753-5797.html

"«A subsidiação do transporte público só deve ser feita para aqueles que têm menor rendimento», disse em entrevista ao «Correio da Manhã» o secretário de Estado dos Transportes."

Portanto muito sinceramente acho que quem pode pagar, deve pagar, por muito que tenha pena de alguns velhinhos que terão de pagar para andar de autocarro. Dos jovens não tenho pena nenhuma porque têm bom arcaboiço para andar a pé.

Diz também que faz 2h30 / 3h00 de viagem até à universidade. Na melhor das hipóteses 1h15 em cada sentido. Portanto, razoavelmente, uns 20 km até à universidade. Ou então uns 50km se for de comboio. Mas vou ficar pelos 20km senão fica estúpido.
Assim sendo 40 km por dia, mas vamos reduzi para 20 porque os autocarros e comboios não andam pelas nossas horas e ele pode ter que esperar bastante tempo pelos mesmos.
Eu faço 26 km por dia e gasto em média 120 a 150€ de gasolina. O jovem em questão diz que fica mais barato ir de carro, porque o carro é de borla e anda a água do poço certamente.

100 x 12 = 1200 + 200 (reparações, pneus, mudanças de óleo e já estou a dar por baixo) = 1400/12 = 116€ por mês.
Contando que não tem de pagar o carro porque senão acresce sempre uns 90/100 euros por mês.

Tudo isto para dizer que até na sua argumentação o jovem em causa mostrou que apenas ficou ofendido porque era ele, porque se fosse outro era giro, se calhar. Aliás, ele até perguntou se iam fazer como o "5 Para A Meia Noite" faziam. Que é muito diferente, porque goza com os estudantes e realça a sua ignorância em assuntos que nos são esfregados nas fuças praticamente todos os dias.

Se quiserem ver os vídeos estão sob o nome de "Anda o meu pai a pagar um curso para isto" num YouTube perto de si.

E, no fundo,

o que é que importa tudo o resto, o que é que alguma vez importou dar-me ao trabalho de ligar aos outros, quando tenho minha lição aprendida há tanto e sei, no fundo, que volto a ouvir coisas como esta e o resto, que não as coisas a que dou importância, são absolutamente irrelevantes.

Ouve-se isto e para quê preocupações com idiotices quando temos esta grandiosidade e o privilégio de a ouvir? It's Led Zeppelin, fuck the rest. A sério que, pondo o cd pra ouvir, ou o mp3, ou o vídeo, whatever, volto à submersão no meu mundo privado de indulgências. Não é preciso mesmo mais.


Para quê deixar-me pela felicidade quando tão facilmente posso ter a euforia?

Como não ter credibilidade.

Há por aí muitos críticos e cronistas que invariavelmente encontram uma maneira de perder credibilidade de forma extremamente rápida.

E há uma área em que é escandalosa a falta de critério que é possível ter.

Isto porque, enquanto alguns podem ter gostos diferentes acho que a coisa é como o Oscar Wilde dizia:

"There is no such thing as a moral or an immoral book. Books are well written or badly written."

Como é que é possível esses críticos em estrelas darem 3 e 4 estrelas a livros de Nora Roberts, Dan Brown etc? Onde está a credibilidade nisso, quando qualquer autor decente diz, sem papas na língua, que Dan Brown é horrendamente fraco. 
O que me dá a impressão é que as pessoas não querem ter trabalho de mergulhar nos verdadeiros pormenores do livro. Consomem os livros como se de fast food se tratasse em que ler Nicholas Sparks, que escreve o memso livro todos os anos e ler Salman Rushdie que leva 3, 4, 5 às vezes 10 anos para escrever um livro exactamente a mesma coisa.
Em que ler Tolkien, que é simplesmente a "Mastermind" da literatura de fantasia é o mesmo que ler o parvalhão do Christopher Paolini que inventa personagens no final do livro para dar sentido à história.

Será que é mesmo a mesma coisa? É que se é então andamos a ler livros diferentes. Porque os que eu leio do Tolkien estão sobrecarregados de pequenas lutas interiores descritas com a qualidade de um mestre que fazia-me sentir como se estivesse a ler a trilogia há anos, quando li os três livros em mês e meio. 

O que me dá a entender é que as pessoas lêem por ler e não se querem cansar a entender tudo o que se passa, os ambientes, os sentimentos e as ideias das personagens e das histórias. Querem apenas ler livros que de preferência terão um final feliz e que no fim tenham percebido a história e  na cabeça deles o essencial deve ser o personagem fez isto e isto encontrou este e aquele que lhe disseram isto e aquilo e depois aconteceu isto e o personagem fez aquilo e viveu feliz para sempre. Porque de facto os autores escrevem mais duzentas ou trezentas páginas só para dar despesa. 

Por muito que tente não consigo compreender como é que para as pessoas tudo é igualmente fantástico e espectacular. A não ser com o facto das leituras serem incipientes e sem desejo de entender, sem desejo de participar na construção da história e sentir aquilo que sentiríamos se realmente estivéssemos ali, ao lado dos personagens fascinantes vindos das mentes dos bons escritores. 

Enfim, é pena, porque se houvesse mais discernimento não havia tanta porcaria à venda nas livrarias e toda a gente leria mais e melhor.

Como fiz ali a citação do Oscar Wilde tenho de vos deixar mais algumas aqui por baixo :)



Faço minhas as palavras do Oscar Wilde, mais uma vez "There is only one thing worst than being talked about, and that is not being talked about!"

P.S - Este post referiu um blog, mas como as pessoas se vomitaram completamente em entusiasmo pela minha referência, esse nome desapareceu, pois felizmente apagando esse excerto o essencial continua no post, coisa que a maior parte das pessoas parece não entender, mas agora fica mais claro.

Facto

Este blog tem quase cem mensagens.
Há delas interessantes, há delas estúpidas, há delas exlusivas etc.

É com muita tristeza, que vejo que as pessoas apenas comentam no nosso blog quando sentem o seu espaço ou atitude em causa. Quando assim é, vêm logo pessoas dizer que ou somos estúpidos, ou somos arrogantes, ou só vemos futebol ou então escrevem posts de retaliação sobre coisas que não foram ditas, mas bem as pessoas são o que são, mas nós é que somos estúpidos.

Na verdade, durante a nossa vida, a vida dos dois autores deste blog, já estamos mais que habituados a ser mal interpretados e a apenas receber atenção quando incomodamos alguém. Alguém esse que vai usar de infinitos subterfúgios para contrariar coisas que dissemos mas que não foram bem entendidas.

Quando criamos este blog, pensamos que bem, poderíamos escrever e as pessoas poderiam ler e entender e comentar se quisessem, para o bem e para o mal. Mas definitivamente pensamos, eu sei, estupidez a nossa, que as pessoas pelo menos iam prestar atenção a certos conteúdos, mas bem. Em que é que estaríamos a pensar? Não é?

Se na vida real estando fartos de ouvir as porcarias infantis do costume, também acabamos por nos fartar de ler as porcarias do costume na internet, por isso, tal como na vida real em que simplesmente ignorámos as coisas estúpidas, também este blog vai deixar de ter a possibilidade de comentários.

Se alguém quiser dizer alguma coisa tem o nosso email lá em cima e nós responderemos a tudo que achemos relevante e meritório de resposta.

Tal como na caixa dos comentários as pessoas eram encorajadas a "atirar tangerinas, desde que tivessem sabor próprio" nós queriamos que pelo menos quando comentassem pensassem com a vossa cabecinha para estimular uma troca saudável de ideias. Mas mais uma vez, de que é que estaríamos à espera? Estupidez.

Portanto já sabem, se tivermos insultado a vossa honra enviem-nos email para thetasteoforange at gmail dot com.

Terminamos mais uma vez com um video para que vocês não fiquem tristinhos. Este até tem legendas, talvez entendam melhor o conteúdo.

A Auto Estima das Pessoas


Ontem, aqui foi publicado um post acerca de uma coisa que está lá bastante bem descrita.

Contudo sinto-me um autêntico déspota, porque parece que destrui a auto estima de um blog, cujo um dos autores teve de escrever um post de infinito tamanho para rebater o que eu disse ontem.

Tenho a dizer várias coisas.

Só para irritar começo com...

"There is only one thing the world worst than being talked about, and that is not being talked about!"

Só para vocês saberem que o que todos dizem ou não é para o lado que durmo melhor.

Insinua-se que se tenho uma opinião pré-formatada de livros clássicos.


"Temos opiniões pré-formatadas sobre um clássico, sobre um bestseller. Queremos sentir-nos integrados num determinado grupo social, é isso?"

Não, não é caro autor do Lydo e Opinado. Se fores ver os comentários deste blog dá para entenderes que eu não me integro num grupo social e pelo contrário repudio qualquer tipo de subdivisão entre as pessoas. Mas bem, se olhares para o teu blog sinceramente, reparas que se alguém se integra num grupo social , és tu.

Mais digo, eu não pré-formatei as minhas opiniões sobre os clássicos, eu li clássicos, alguns, e tenho a devida opinião deles. Mas em certo tempo também li Paulo Coelho e não me arrependo disso, mas hoje, tenho a noção das diferenças e é sobre isso que o post de ontem fala, apesar de ninguém ter reparado.

Quero agora ABRIR ESTE POST A TODAS AS PESSOAS QUE AGEM DA MESMA FORMA (Em caps lock porque no outro post ninguém percebeu que ao fim de 1/4 do outro post deixei de falar do Lydo e Opinado).

É inacreditável que a vossa auto confiança seja abalada por uma coisa que um perfeito anónimo escreveu. Eu usei uma informação para basear a minha opinião de forma concreta. Não fosse toda a cagança que se armou e eu já hoje podia apagar a parte do Lydo e Opinado porque o post continuaria a ter o mesmo valor. Obviamente agora não apago porque senão vão dizer que me acobardei.(Acabei por apagar porque estou-me nas tintas para o que as pessoa dizem ou acham e estou farto da palhaçada).

O que eu escrevi prende-se com a minha discordância da forma como as pessoas lêem os livros. Tal como o Tiago do Lydo e Opinado, a maior parte das pessoas não vê problema em ler o Crepúsculo, eu também não vejo, mas vejo problema em ler o Crepúsculo e atribuir-lhe uma excelente nota. Porque o Crepúsculo é um livro sofrível. Assim como o Código Da Vinci também é. Ponto final.

Quantos autores, mais ou menos conhecidos, e já via a expressarem o seu desagrado, dado que o seu trabalho e dedicação durante anos foi menos valorizado, que o de uma tipa que teve um sonho e escreveu um livro medíocre e de um tipo que carregou um livro de falsidades comprovadas com o objectivo de levantar ondas. Se corroboram esse tipo de coisas, é-me indiferente, contudo a minha opinião é minha e eu posso emitir. Não vejo é onde está a infâmia que eu disse que motivou tamanha resposta do outro blog.

Por outro lado, tal como se lêem livros sem qualquer critério de julgamento e sem dar qualquer importância ao que os livros representam, o post de ontem foi lido exactamente da mesma forma. Não se leu todo e não se compreendeu que não era acerca do Lydo e Opinado, mas acerca de 95% do mundo de pessoas que lê. Temo até, que toda a gente visada amanhã irá fazer uma manifestação em frente a minha casa, porque eu insultei a honra das pessoas.

Finalizo dizendo, para todos os nossos leitores e para os leitores de passagem.

Eu não pertenço a qualquer elite literária, pois a elite literária promove o José Luís Peixoto, autor medíocre na minha opinião. Se o Tiago tivesse lido o meu post de ontem tinha percebido que a minha crítica se dirigia também à "Elite Literária" que ele acha a que eu pertenço. Mas bem, não sei porque esperei ser compreendido, mas é o pão nosso de cada dia para nós, autores do Taste Of Orange.

Podia aqui desfiar parágrafo a parágrafo o post de resposta (?) do Lydo e Opinado, mas não o farei porque obviamente não é algo a que dê assim tanta importância. Apenas quis realçar a falta de interpretação e o excesso de imaginação que levaram a este rebuliço, que me causa enorme tédio pois é mais do mesmo.

P.S - Triste é que este post num dia teve 117 visualizações, a entrevista em português com o Mauro Pawlowski, que é só um dos maiores músicos europeus só teve 39. Só para se ter noção da motivação das pessoas. E ainda há quem diga "Quem não gosta, tem bom remédio: clicar no x ao canto superior direito" imagino que devem ter adorado o que eu disse.

P.S.S - Não irei fazer mais qualquer post ou comentário sobre este assunto, pois já está tudo dito.

Adenda Efémera: em resposta aos últimos comentários no blog em questão.

Jovens, não dissemos nada contra aquilo que vocês defendem, acho que exageraram totalmente uma reacção em relação a uma mera opinião, sendo esta tão "credível" como a vossa. O mundo é relativo e aquela é a nossa verdade, o que não implica de vivermos em harmonia com a vossa. A única diferença é que temos uma opinião e uma selectividade que vamos defender (tanto na net como na vida real) digam o que disserem, ou seja, não mudamos consoante o vento. Temos esta opinião, é levada até ao fim, e que defendemos face seja a quem for. Não dissemos, em ponto algum, que vocês estão errados, ou que são totós, seja o que for. Apenas dissemos que é incoerente, e injusto para autores que se dedicaram à escrita toda a sua vida, sem serem reconhecidos, colocarem as suas obras de arte ao lado de caixas de cereais, veneradas e idolatradas como se fossem algo de bom (apesar das escritas miseráveis!). Mas lá está, esta é a nossa opinião, que não tem de ser, e ainda bem, a vossa, porque muito felizmente somos todos diferentes no mundo. 


Agora isto é um exagero em relação a uma opinião tão válida quanto a vossa. Nós fizemos um apontamento para explicar um ponto geral. Vocês levaram a parte que vos dizia respeito, mas tendo em conta o contexto, o circo é escusado, só isso. E se conhecessem o nosso blog, veriam que não foi com maldade ou intuito de vos acusar a vocês que demos o vosso como exemplo. Ou seja, no fundo, estás a defender um ponto que ninguém pôs em questão. Se soubesse, o João X teria escrito precisamente o mesmo, sem dar qualquer fonte, que foi meramente a título de exemplo. E já não tinha dado aso a tudo isto, inclusivamente várias acusações no teu texto ridículas, que nem me darei ao trabalho de puxar senão, nesta plataforma de entendimento, nem daqui a três mil anos sairíamos daqui. 
Ponto assente: nós não vos estamos a julgar, não é preciso estarem sempre com a conversa do "oh, que falta de credibilidade que nós temos mimimi" qual criança de sete anos, que não era a vocês em concreto que o texto se referia, mas sim ao mundo da crítica literária em geral. No fundo, demos a nossa opinião e tentar passar a mensagem de: O que é que importa o que é que dizem os críticos se são tão incoerentes (para nós)? Mais vale cada um ler e olha, gosta do que gosta, nós gostamos de "boa literatura", se vocês gostam de tudo, então melhor para vocês e melhor para o mercado editorial, muito sinceramente, mas eu tenho direito a achar que há livros de pura e simples porcaria, e há livros que valem o mundo. Porque é que vocês querem tanto fazer ver que tudo o que é livro é bom, e nós não podemos te a nossa opinião de que não, há coisas boas e há porcarias. Ninguém está a dizer que nós estamos certos ou que vós estão certos, e não podemos nós ter a nossa opinião também? Tentámos levar a um ponto de "decide tu o que é bom e não ligues ao que os outros dizem", e vocês acusam-nos de dizermos que não, ninguém deveria ler coisas más, o que é totalmente mentira e não é, definitivamente, a nossa opinião. Estamos a favor de cada um fazer as suas escolhas, tal como nós fizemos as nossas, porque é que vocês insistem em que "tudo é bom e mesmo se eu não gostar vou torturar-me a ler até gostar"? Porque é que não podemos gostar de umas coisas e de outras não sob o signo de que tudo o que vem com uma capa e páginas com letras é válido? Não tem de ser, e para nós não é! Devido a um leque imenso de factores. Se não concordam, ainda bem, podemos todos viver em harmonia, sinceramente. Ainda bem que és alegre, nós também, aliás, não fosse o vídeo dos Monty Python sugerir um final de post leve e alegre, num tom de "paz". Se não querem entende o ponto, problema vosso. Só me chateia teres ido por imensos caminhos desnecessários, em coisas que nós NUNCA tocámos em relação a ti, porque quero lá eu saber, demos a nossa opinião e pronto, tu dás a tua e pronto, valem as duas o mesmo apesar de podermos, ou não, achar coerentes. É só isso rapaz. Mais nada. 


E só um pequeno apontamento em relação ao tão referido por vós ponto sobre a data da leitura: eu quando era pequena também lia muita porcaria, como toda a gente antes de ler algo melhor (para mim) ou de continuar no mesmo tom. Com vocês, aconteceu o mesmo. Mas uma crítica é uma crítica, e não quero saber da data: está feita. Eu não tenho de saber da vossa idade quando leio isso (queres saber da idade ou da altura da vida dos críticos quando lês críticas em revistas?) e por ora, não tenho nada a ver com isso, para mim não é válido enquanto de uma crítica se tratar. Por isso esquece a idade, está feita, está feita, se já não concordas com o que escreveste, problema teu, se concordas, ainda bem, mas está feita e é tão válida quanto as deste ano. E por isso, a minha opinião é formada com base no que está escrito e não a ter em conta uma data de factores com os quais não tenho anda a ver. É tudo, não tenho nada contra vocês apesar de achar que em alguns pontos foste um bocado longe demais pois não nos conheces (aposto que nem o blog leste para ter noção da essência dele), mas ao contrário de ti, ultrapasso isso e aqui me esclareço em relação ao nosso ponto que em nada precisa de todas essas explicações. O texto é grande porque achei necessário para uma melhor compreensão, mas não volto a escrever nem aqui, nem no teu blog, nem sobre esse assunto, pois nem as tuas ideias têm nada a ver com as minhas nem a conversa está a ir numa direcção ascendente, fazendo mais o percurso de uma bola de ténis. Aliás, o último post já tem comentários e imensas "views" o que é absolutamente injusto quando temos outras coisas tão exclusivas neste blog, que não arranjas em mais nenhum, como uma entrevista a um dos melhores músicos europeus contemporâneos de imenso valor e ninguém quer saber, o que está bem, mas só mostra que as pessoas só querem saber de quando há "discordância" ou supostos ataques, que no fundo são um não-acontecimento. Aliás, com esse músico, e muitos outros, passa-se a mesma coisas que com a literatura: pessoas de criatividade infindável, na obscuridade duma Europa toldada por sons de sintetizadores e clichés repetidos.
Ps. Não estou à espera que concordes, visto que a tua opinião também tem algo de volátil, mas também não preciso que o faças. Peace out, muito honestamente, e pelos nosso lados, finito nisto.

The Reverb Of Time Is Our Vantage Point

Por muitas vezes falo com pessoas, que têm filosofias de vida completamente diferentes da minha, para o bem e para o mal.

Uma das coisas que mais me faz confusão é pro exemplo quando afirmo que só faz sentido termos relações sexuais com a pessoa que amamos. Isto porque as pessoas dizem que sexo é bom, o que eu subscrevo.

Contudo também afirmam, que sexo, como namorados/as, deve ser com várias pessoas diferentes para descobrir-mos a pessoa de quem gostamos realmente. Isto é, devemos experimentar para saber como são as coisas.

Pois bem, eu digo NONSENSE!!!

Porque bem não é melhor simplesmente esperar por aquela pessoa que realmente é a indicada para nós? Não é melhor esperar por essa pessoa que vai ser a nossa metade e com ela partilhar-mos tudo aquilo que temos de mais intimo? Física e psicologicamente.

Não será melhor apenas partilhá-lo com a pessoa certa que sabemos que estará connosco durante toda a vida?

E acho que é uma estupidez quando as pessoas dizem esse tipo de coisas. É como dizer que preferem comprar dez pares de sapatos para ver se ficam bem e se são confortáveis ao invés de comprarem um par que será o ideal para os seus pés.

Obviamente eu tenho noção de que esta ideia de relação amorosa é extremamente romântica eu que pouquíssima gente a segue hoje em dia, mas eu ainda penso desta maneira e não me estou a dar mal, definitivamente.

Neste e em muitos outros tópicos em conversas (porque aqui só há um comentário de cem em cem anos) recebo muitas vezes os elogios mais lisonjeantes.

"És arrogante! Tens a mania! Achas que sabes mais que os outros!" etc etc.

E eu acabo sempre por dizer que quem me acha arrogante tem toda a razão, porque para todos os efeitos as opiniões dessas pessoas não me interessam absolutamente nada.

Eu sou um crente de que através da observação do mundo podemos verificar quais são os melhores comportamentos a adoptar. Eu vejo uma pessoa a falhar por motivo x, identifico o problema e soluciono a imprevisibilidade, sem garantias de que isso evite que eu falhe, mas pelo menos reduzo a probabilidade, e esta acção repetida muitas vezes reduz as parvoíces muitas vezes. Porque vendo os erros dos outros também podemos aprender a não os cometer.

Embora eu como muitos outros tenha cometido erros e aprendido com eles, dando lógica ao dizer "Aprender com os seus próprios erros" sou apologista de que devemos aprender com os nossos erros e com os erros dos outros. Porque se temos a possibilidade de evitar certas coisas através da observação porque não fazê-lo? Simplesmente os resultados não são tão imediatos como abrir uma conta no Facebook e depois ir sair com os nossos mil amigos, apanhar uma bebedeira e fazer sexo com uma pessoa ao acaso. É mais divertido talvez, mas no fim, não é mais que uma perda de tempo.

O que eu constatei por diversas vezes ao longo da vida, foram pessoas a tomar decisões mal pensadas, que eu na mesma posição não tomei porque preferi esperar para ver em que davam as coisas, e mais tarde as pessoas que tomaram as más decisões vieram dizer-me que deviam ter feito o mesmo que eu. O mesmo em relação a atitudes para com outras pessoas, quem me conhece sabe que eu não sou arrogante, porque simplesmente as pessoas não aguentam que alguém não lhes ligue nenhuma ou que as achem desinteressantes  e então nessa altura sou arrogante porque não quero saber daquela pessoa, mas no fundo não sou porque a minha indiferença prende-se com o facto de eu ver nessas pessoas coisas que me afastam delas. A partir daqui a escolha é minha em dar-me ou não com pessoa x ou y. É preciso entender que eu não sou obrigado a ser simpático com toda a gente e a ser amigo de toda a gente. E isso leva-me a um ponto de vantagem, que é o momento em que se deixa de estar preso ao aspecto social para passar a viver a nossa felicidade espiritual fazendo as coisas que queremos como queremos, porque é a única coisa que nos dá satisfação garantidamente. Não é o número de amigos ou o número de pessoas que nos ligam, isso são apenas números para massajar o nosso ego quando queremos desviar o foco da nossa atenção.

O que nos faz feliz são as pequenas realizações que nós tentamos e conseguimos.

Durante o tempo têm sido várias as vezes em que o tempo mostrou-me que eu estava certo em ponderar as minhas acções.

E tudo isto vem da capacidade para parar e pensar. Pensar no que se passou e no que se pode passar. É o que toda a gente devia fazer, pelo menos um pouquinho mais!

Slow
Would be the tempo of the restless mind
You've seen what a listless life can bring
And wait and then he waits until he's waiting for
For the latency of everything

Gently behind the beat
We shuffle on ancient streets
The reverb of time
Is our vantage point
We slept for a million years
Lived through a million fears
We are not nervous
We will not ask for more
Pawns of the troubled times
And kings of our petty crimes
The minds will function
With a small delay
See what the past has planned
The future's a beggar's hand
The more we understand
The slower our days

Ifyou can slow up I'm gonna slow up too

YouTV

Hoje em dia o Youtube já não é mais aquele site, sem anúncios, em que as pessoas punham os seus vídeos amadores ou gravados da TV para que toda a gente pudesse ver.

O Youtube, desde a sua venda à Google, transformou-se num meio de negócio sustentável.

Actualmente para além dos vídeos que qualquer um já colocava à disposição, como videoclips, excertos de concertos ou vídeos pessoais (Videoblogs) há um outro universo paralelo de vídeos.

Vídeos com conteúdo original, apenas disponíveis no Youtube através dos "partners" com quem o site tem uma relação recíproca. Nomes como Ray William Johnson, KassemG, Nigahiga, MysteryGuitarMan, entre muitos outros, sendo os que eu referi principalmente comediantes, são agora nomes conhecidos e bem conhecidos no espaço cibernáutico.

A maior parte destes artistas é suportada por uma rede de estúdios que têm contratos com o Youtube e que recebem dinheiro para fazer os vídeos e fazem dinheiro com esses vídeos. O site é sem dúvida um dos mais populares da Internet. Talvez apenas o Google e o Facebook sejam mais populares.

Contudo este formato de Youtube não é para continuar, principalmente para os produtores de conteúdo que pretendem que um dia a TV online ultrapassa a TV convencional.

Maior parte das pessoas que eu tenho ouvido falar está bastante certa que isto vai acontecer num futuro muito próximo, o final das emissões televisivas em prol de emissões online "On Demand".
Eu contudo tenho as minhas dúvidas que a TV seja totalmente aniquilada. Por vários motivos,

O primeiro é saber até que ponto os produtores de vídeos de cinco minutos conseguiram reinventar os seus conteúdos para que durem vinte, trinta ou sessenta minutos. É uma questão que a mim, olhando primariamente para os melhores artistas de comédia do youtube não me parece viável. É preciso que deixem o conceito de vídeo curto para adoptar o conceito de vídeo de longa duração. Sendo que muitos fazem um ou dois vídeos de cinco ou seis minutos por semana tenho dúvidas que o consigam fazer de forma continuada em vídeos mais longos.

O segundo, é saber até que ponto a população mundial está disposta a, dentro de um ano por exemplo (é uma perspectiva dada como viável para muitas produtoras), abdicar da facilidade do televisor com emissão contínua, até porque muitas pessoas, inclusive eu faço isso, simplesmente ligo a televisão para ouvir o barulho como se de uma estática se tratasse.

A terceira questão é saber se é possível financiar uma tv on demand sem exigir uma grande prestação por isso. A questão do financiamento é importante porque se for demasiado cara estará condenada ao fracasso ou ao desconhecimento, pelo te que arranjar novas formas de se financiar, como por exemplo publicidade, mas mais uma vez têm de o fazer de forma cuidada porque ninguém gosta dos anúncios na TV normal e se os anúncios da Tv On Demand se tornarem tão fastidiosos como os da TV bem as pessoas preferem ver TV.

A quarta questão é saber se em inglês e esporadicamente em espanhol a coisa funcionará. Apesar de a maior parte das pessoas hoje em dia conseguir falar, ou aprender a falar o que é certo é que é sempre uma barreira de distanciamento. Vão as pessoas querer ver sempre programas noutra língua que não a delas?

A quinta questão é o facto de muito do conteúdo exibido e mais visto ser normalmente conteúdo protegido como desporto etc. Será que se vai conseguir criar um canal que tenha poder financeiro para garantir por exemplo a transmissão de jogos da Liga dos Campeões? 

Finalmente há a questão do espectador por vezes gostar de ver programas fracos. Não porque gostem deles mas porque há uma certa necessidade de ver coisas que não prestam para depois voltar às coisas "boas". Estarão os espectadores com vontade de ao fim de 30 minutos escolher outro programa, ou preferem as emissões corridas dos canais actuais?

Eu pessoalmente acho que ainda falta muito tempo e quando muito acredito numa espécie de fusão entre a TV e a Internet. Vejo as emissões normais a continuarem mas espero também o aumento e eventual cobrança em conteúdos On Demand e talvez um dia a TV convencional desapareça, mas não creio que seja tão cedo.

Cavaco não dá Cavaco

O nosso nobre presidente da república mantém-se afastado das conversas dos portugueses, por vezes em alturas em que era bem preciso que falasse.

Porém nestes últimos dias o Presidente que nada diz quando certas coisas passam abriu a boca para dizer besteiras que, obviamente, vieram provocar uma certa divisão entre os portugueses.

Aparentemente agora passa-se a ideia de que há portugueses de primeira e portugueses de segunda com os cortes a que a função pública foi sujeita.

Porque o presidente decidiu dizer que estava em causa a equidade fiscal entre funcionários públicos e privados. Os cortes de subsídios são definitivamente algo de complicado. Eu compreendo isso, mas é preciso ver que os cortes que precisam de ser feitos têm de ser feitos na despesa do estado e não nas despesas das empresas. É um pormenor pequenino.

De seguida, em média qualquer funcionário público ganha mais do que qualquer funcionário privado com anos equivalentes de casa, ou de carreira na função pública. Por exemplo um funcionário privado com cinco anos de casa recebe menos, normalmente, que um funcionário público com cinco anos de carreira. Actualmente as progressões nas carreiras públicas devem estar congeladas, o que não é normal, mas enfim é um mal necessário para impedir que certas pessoas que já ganham muito ganhem ainda mais.

O Presidente da República diz que um dos seus deveres constitucionais é o de preservar a coesão social e o bom funcionamento das instituições.

Pois então o Presidente da República fez o favor de lançar uma bomba na coesão social ao afirmar que a equidade fiscal entre privado e público estava a ser violada pelo próximo Orçamento de Estado.

O que Cavaco Silva se esqueceu foi de dizer que no fundo os sacrifícios estão a ser exigidos a quem mais os pode pagar. Pessoas que ganham mais de 1000€ por mês não têm razão alguma para ficar a aguardar pelos subsídios para pagar as contas. Estas pessoas só precisam desse dinheiro porque pura e simplesmente vivem acima das suas possibilidades. Eu já digo isto há muitos anos. O português é o tipo de pessoa que se ganhar 500€ gasta tudo, o que não é difícil, diga-se de passagem. Contudo se esse mesmo português passar a ganhar 1000€ o seu orçamento vai esgotar-se todo na mesma, porque vai começar a viver como um novo rico, vai começar a ir ao restaurante sempre que possível, vai comprar um bom carro e alugar ou comprar uma boa casa e depois, quando o cinto aperta aparece aquele casal que ele e ela em conjunto ganham 2050€ por mês mas coitados não se conseguem governar o ano todo com apenas 28 000€ anuais. Eu sozinho não chego aos 11000 que daria 22000 se fosse um casal com o mesmo salário, mas eu trabalho à noite e por isso ganho mais um bocado, de contrário apenas faria 8000€. Para aquele casal de professores eu serei certamente um sem abrigo.

O que o Presidente da República se esqueceu de dizer foi que nunca houve igualdade entre funcionários públicos e privados. O acesso à saúde de um funcionário público é mais barato e mais prioritário do que um comum funcionário privado. Onde está a equidade nisto? Um funcionário público goza de constantes tolerâncias de ponto ao passo que os privados fazem uma ponte de mil em mil anos. Onde está a equidade nisso?

Um funcionário público ganha uma excelente reforma se tiver sempre trabalhado no Estado, porque no fim da carreira vai sempre receber acima de 1000€ à vontade. Um recepcionista de hotel, no máximo, se chegar a chefe de recepção recebe 1000€ senão ficar-se-à para sempre pelos 800€. Um recepcionista de um museu no final da carreira recebe para cima de 1500€ independentemente de ser bom ou não. É apenas mais um recepcionista que até podia muito bem ser incompetente. Onde está a equidade nisso?

E perante isto preocupa-se o Presidente com a equidade fiscal? Acho que definitivamente quem recebe mais e tem mais regalias deve fazer um esforço maior para evitar que famílias, já de si em situações complicadas atinjam o limite. Mas bem. Eu só gostava de ver um funcionário público a queixar-se em frente de outros portugueses que estão em situações periclitantes. isso é que eu gostava de ver, porque então existiria a confrontação de realidades e os funcionários públicos calariam a sua boca para sempre.

A ironia é que nos anos 80 quando os funcionários do privado vinham para a rua fazer greve os funcionários públicos diziam que os privados eram preguiçosos e chamavam-lhes comunistas. Talvez seja o Karma não é?

Queria acabar dizendo que o Presidente deveria ter dito era que na verdade os esforços são muito grandes e de exigência nunca vista, mas que na verdade a haver esforços devem ser os mais desafogados a fazê-los, para que os outros possam aguentar por estes tempos difíceis. E assim manteria a coesão social.

Os Traxistas

Good evening,

Li no Diário de Notícias que os taxistas de Lisboa foram considerados uns dos melhores da Europa numa avaliação que entre outros parâmetros tinha a seguinte:

"A relevância do táxi no meio de transporte urbano"

Pois bem, paritlho então convosco a seguinte narrativa.

No dia 31 de Julho de 2011 estiveram cá os Bon Jovi.  Nós fomos ver, tal como mais 55998 pessoas foram, acorrendo para tal ao Parque da Bela Vista. No final do concerto era meia noite e o metro prolongou o seu serviço até à 1:30 da madrugada. Obviamente à 1:15 ainda tinha o metro filas que vinham até à rua.

Pois então e estando alojados num hotel tinha pedido na recepção do hotel, não um, mas DOIS números diferentes de Centrais de Táxis (daqueles que são dos melhores da Europa) aos quais recorri dada a impossibilidade de apanhar o metro.

Ligo para a primeira central e sou atendido. Peço um táxi para a Estação de Metro da Bela Vista e obtenho a resposta de que só com o nome da rua é que se pode pedir um táxi, ao que respondi que a Estação era um ponto de referência tão óbvio que não percebo porque raio é que era preciso a rua.

Liguei para a segunda central e obtive a mesma resposta.

Caminhei então na esperança de ver uma placa que tivesse o nome de uma rua, coisa que diga-se foi muito difícil na nossa fabulosa capital. Deparei-me por fim com uma placa que dizia Avenida da Ucrânia  e pensei, "Que bom, já posso ligar para o táxi".

Liguei para a primeira central e disse o nome da rua ao que me responderam que não tinha conhecimento de tal rua, porque não aparecia no google maps. Depois fui posto em espera, pois a senhora ia perguntar a alguém se sabia Esperei 15 minutos, até desistir.


(As referidas Centrais de Taxistas foram a Autocoope e TeleTáxis. Devo assinalar que não me lembro qual foi a primeira para onde liguei e qual a segunda, contudo isso pouco interessa.)


Liguei para a segunda que me respondeu que também não aparecia no Google Maps. Quer dizer, onde é que eu tinha a cabeça, é claro que se não aparece no Google Maps, não existe.

A segunda perguntou-me por pontos de referência, pedido ao qual respondi com a Estação de Metro, Pingo Doce da Bela Vista, o PARQUE DA BELA VISTA. Obtive a resposta de que devia de me dirigir ao Pingo Doce enquanto me punham em espera para requisitar o taxista. Obviamente uma espera demasiado longa de 15 minutos à qual sucumbi porque ainda precisava de dinheiro no telemóvel para eventualmente chamar alguém.

Caminhei sem rumo, sem saber bem onde estava e sem qualquer direcção para o hotel, o qual dotado de um recepcionista fabuloso se limitou a dizer que não poderia fazer nada.

Havia um autocarro parado no trânsito, que era muito. O motorista, apesar de estar parado, não abriu a porta do autocarro para que lhe perguntássemos o caminho de volta ao hotel. Espero que tropeces vás com o focinho contra essa porta meu cabrão.

Por um lance de sorte apanhamos um autocarro apinhado em direcção ao Oriente onde por outro golpe de sorte apanhamos um táxi para o hotel.

Tudo isto para dizer que os taxistas de Lisboa são na sua maioria uns valentes traques ambulantes. Porque nem sequer têm a desculpa de quando estão parados no trãnsito não cobrarem porque o táximetro continua a contar mesmo com o carro parado. E eu não me importava nada de pagar 50€ pela corrida. Mas ali os traques não se quiseram dar ao trabalho de ir para o meia da confusão. Porque ninguém me diga que esses cornudos não sabem o caminho para o Parque da Bela Vista e não sabem onde é a estação de metro da Bela Vista.

E pro Diário de Notícias e todos os outros jornais que reproduziram a notícia tenho a dizer que Lisboa é uma capital ridicula em termos de tamanho face às outras capitais europeias, junto das quais foi classificada. Não sei qual é a alegria.

Mais ainda, não foi apenas por uma vez que tive para ter acidentes por causa dos táxis de Lisboa que pensam que só porque têm uma faixa reservada podem andar à velocidade que lhes apetece e ignorar os sinais de mudança de direcção de todos os carros que não são pretos nem amarelos.

Portanto tenho a dizer aos traques que conduzem táxis em Lisboa que bem podem enfiar a vossa classificação pelo cu acima, pois a mim ninguém me apanha mais a depender de vocês, meus grandes cabrões.

Gangsta!

Um dia destes numa das minhas raras viagens de autocarro apareceram dois miúdos com um ar muito parvo mas muito armados em durões com as suas roupas à bad-ass.

Não pude deixar de os achar um bocado estúpidos, mas o que mais me chamou a atenção foi estarem constantemente a cantar aquela canção da Adele, Someone like you.

Para começar não gosto da Adele, porque só essa música já jorra cliché pelas narinas. (Eu sei que a tipa agora tem muito sucesso, mas bem... é o que eu acho)

Depois, bem, antigamente os jovens com sangue na guelra ouviam o que vocês estarão a ouvir se tiverem o som ligado enquanto leem isto. Sei lá, música com power. Digo eu.

Hoje em dia é um bocado ao contrário, quer dizer os tipos ali a gozar com quem passava, baixinho claro e a conversar tipo:

"Ya eu sou bué mauzão ...Someone like you... Ya é verdade, olha aqui (mostra a carteira com os cinco euros de ganza)" e outro "Ya ...Someone like you..."

Foi mais ou menos assim que aconteceu. Não tão gay, ou se calhar mais gay ainda...

Há pessoas que fumam ganza e até ouvem coisas mais ou menos, mas outras fumam e ouvem uma grande merda, o que agora que penso, funciona exactamente da mesma forma com as pessoas que não fumam.

De qualquer das maneiras resolvi dizer isto porque de certa forma é curioso e faz-me rir.

25 de Setembro de 1980

Eu sei que já é dia 27. Atrasei-me.

Ainda assim quis prestar homenagem ao grande homem que morreu no dia 25 de Setembro de 1980.

John Henry Bonham foi baterista dos Led Zeppelin. Na minha opinião o maior baterista de sempre.

Ainda está para aparecer alguém com a simplicidade dele, que tenha tanto "power" como ele. Apesar de tocar numa bateria relativamente simples em termos de composição e apesar de ser tímido, de não gostar de estar muito tempo longe de casa e de ser bastante modesto, este homem tocava bateria com uma força e capacidade fora do normal.

Não é por acaso que a música do nosso blog é a "When the levee breaks" retirada do Led Zeppelin IV. Apesar de ser uma batida relativamente simples, a potêncuia de John Bonham torna toda a música um esplendor do rock incomparável.
É curioso que muitos bateristas tenham tentado replicar a entrada poderosa de "When the levee breaks" e todos eles não tenham sequer chegado perto da potência da original
.
Como acontece com Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones, sem John Bonham os Led Zeppelin nunca teriam existido.

Algo que ilustra bem aquilo que é John Bonham é a forma como ele apareceu nos Led Zeppelin. Jimmy Page procurava um baterista para a banda quando Plant lhe disse que tinha um amigo que tocava baterias. A intensão de Jimmy Page era ter um baterista com 'power'. Depois de ter visto Bonham, Jimmy Page afirmou que nunca tinha imaginado algo tão poderoso.
John Bonham era tão brutal que em muitos concertos a bateria não precisava sequer de microfone para ser ouvida em perfeitas condições nos recintos.
John Bonham recriou o efeito do pedal de bombo duplo, com um pedal normal. O que é bastante espectacular e ainda não vi mais ninguém a conseguir fazê-lo.

Há muitos baterista virtuosos hoje em dia e sempre houveram. Mas ninguém consegue misturar a força e virtuosismo tão bem como John Bonham.

John Bonham morreu no dia 25 de Setembro de 1980 afogado no seu próprio vómito após um dia em que bebeu excessivamente, na continuação de um problema que já o tinha feito desmaiar em palco durante um concerto. O alcoolismo.

É nestes momentos que penso que as coisas não estão certas. Uma lenda morrer de uma maneira tão aleatória. Aleatória ao ponto da sua posição de sono ser virada para cima e não para o lado, dado que se estivesse de lado (tal como se faz com os bebés) não afogaria.

Presto-lhe homenagem 31 anos volvidos do aniversário da sua morte.

John Henry Bonham.
Bonzo's Montreux


A depressão é a festa

Neste fim de semana tive de trabalhar numa festa, daquelas festas que não gosto e em que as pessoas se vestem especialmente para a ocasião como se de um casamento se tratasse. Misturas de djs recheadas de clichês etc etc.

Apesar de ser tudo, na minha opinião, bastante deprimente, as pessoas divertem-se muito, sabe-se lá porquê. Vi pessoas em êxtase e a dizer "Oh, isto está fabulástico" e uma afluente excessiva de seres ao mesmo lugar, tendo em conta que não se passou nada que não se tenha passado em um milhão de festas pelo país fora na mesma noite.

Chegando ao título do post, fiquei com a sensação de que as pessoas se deixam inebriar demasiado por estes momentos de convívio (?) social e ficam deliciadas e completamente atrapalhadas de tanta espectacularidade (eu sei, é estúpido, mas as pessoas são assim). E fico a pensar, se estas pessoas ficam tão maravilhadas com uma merda de uma festa inútil que nunca mais ninguém na sociedade se vai lembrar e que eventualmente desaperacerá perdida nas páginas do Face(vaca)book, é muito natural que fiquem extremamente deprimidas com a vida miserável que levam no dia seguinte em que acordam sóbrios para mais um dia de inutilidade.

São pessoas que só lêem merda. Ouvem merda. Pensam merda e jorram merda por todos os poros e orifícios "on a daily basis".

Há uma pessoa que admiro especialmente que diz bastantes vezes "Not get too high, not get too low" isto realtivamente ao estado psicológico. E é verdade e aplica-se a tudo.

Devemos ser centrados e fasear as nossas emoções. Isto é, há coisas que eventualmente podem ser espectaculares. Por exemplo, se eu pudesse abrir o meu frigorífico e entrar e quando saísse estivesse em los Angeles e fosse 25 de Junho 1972 e eu pudesse ir ver o concerto dos Led Zeppelin no LA Forum, certamente iria delirar e seria um momento alto da minha vida. Ou quando fui ver as minhas bandas favoritas. Isso foram ocasiões memoráveis. Ou quando conheci a minha Cerejinha e comecei a namorar com ela. Andei a planar centímetros acima do chão durante semanas. Foi um momento único.

Agora ir a uma festa, onde estão imensas pessoas para ver djs relativamente desconhecidos a põr música que passa em qualquer discoteca... É que nem sequer era o David Guetta (que por muito merdoso que possa ser, sempre é mais conhecido e era natural que o viessem ver, porque como eu disse as pessoas só ouvem merda e quanto a isso não há nada a fazer).

E depois a euforia à volta de uma coisa que acabou em bebedeira e sem forma de voltar a casa para algumas pessoas. É isso que vão contar aos vossos netos?

Neto: Avô conta-me uma estória.
Avô: Um dia fui a uma festa que se chamava...Hmm... Bem não interessa. Estava lá muita gente conhecida...Hmm...E havia muitas luzes e uns Djs muito bons que eram...Hmm...Não me lembro e então no fim tropecei e entornei o copo. (gargalhada)
Neto: (corta os pulsos)

E depois da euforia sobre uma coisa insignificante é natural (dada a desregulação de emoções que para ali vai) que quando se deparam com a vida do dia-a-dia fiquem deprimidos, porque não sabem relativizar as coisas. Ou é tudo muito espectacular ou é tudo horrível. Ou então vêem-se ao espelho e é tudo uma merda (não resisti).

Anyway, escrever isto e ouvir When the levee breaks ao mesmo tempo é um bocado desconcertante, por isso peço desculpa se o texto não fizer lá muito sentido.

Mas deixo aqui um vídeo sobre relativização das coisas.

Profecias

Um post mais pequeno.

Imaginem que eu tenho um papel e um isqueiro. E que digo que, consequentemente, vou ter um incêndio.

Tenham cuidado. Porque este é o tipo de argumentos de desconfiar.

Se papel é A e o isqueiro é Z e só tivermos em conta os dois então teremos um incêndio.

Contudo eu estou-vos a omitir todo o alfabeto de factos e elementos a considerar entre A e Z.

Por exemplo, o papel pode estar a muita distância do isqueiro. O isqueiro não se acende sozinho. Pode estar a chover. Pode o isqueiro estar sem gás. Pode o papel estar molhado. Pode o isqueiro não ter pedra. Etc.

É preciso ter cuidado quando lêem coisas na internet. Nem tudo é verdade e devemos questionar sempre o que nos aparece, porque muitas vezes aparece-nos com factos obliterados ou omitidos o que turva a visão real das coisas.

E sobretudo, não acreditem em profetas que usam este tipo de argumentação. Porque os profetas de hoje em dia são personagens relativamente perigosas porque aparecem como heróis e que nos levam a sítios sem saída e sem resposta.

É só isto por hoje, porque acho que há demasiada a gente a vender gato por lebre e a espalhar coisas que não fazem lá muito sentido be vistas as coisas.

Back and forth and back again...

Olá.

Já há muito tempo que não vinha cá escrever nada. Na verdade desde que publicamos a entrevista com o mui nobre Mauro Pawlowski, achamos por bem não publicar nada para que pudesse ser dado o devido destaque a algo de que muito nos orgulhamos.

Como devem saber Mauro Pawlowski é um dos nossos artistas favoritos e foi com muito agrado que tivemos a honra de o entrevistar. Principalmente porque nunca pensamos que seria possível que acontecesse. Mas graças a uma tentativa aleatória lá conseguimos a entrevista em questão.

De qualquer das maneiras entretanto passou-se o verão e as férias e agora está tudo a trabalhar que é para ver o que é bom. As férias correram bem, apenas o senão de terem acabado, o que na minha humilde opinião é uma parvoíce porque não deviam de acabar muito obviamente.

Actualmente o blog tem um leitor de música na qual está a ser reproduzida a música Constant Now dos dEUS, que vem no disco que sai agora no fim de Setembro. Eu sei que se calhar é chato entrar e ouvir sempre a mesma coisa, mas bem, dá-me jeito pelo menos até ao disco sair porque assim sempre que quero venho aqui e ouço, o que é fixe. Quando o disco sair mudaremos as coisas para que não reproduza automaticamente e provavelmente também mudaremos a música em questão. Se não gostarem podem sempre comentar mas aviso já que não vale de nada. Eu gosto da música e dá-me mesmo jeito vir aqui e ouvir.

Bem, de resto não há muito mais para já. Tenho visto o melhor programa de comédia da actualidade, que para quem não sabe chama-se Telejornal, no qual me tenho deleitado com as medidas do governo de Pedro Passos Coelho, que afinal também anda de PEC em PEC a saltitar, excepto que ele não lhe chama PEC, o que faz toda a diferença porque aí passa a ser totalmente diferente e muito melhor. Agora que penso acho é que as pessoas estavam fartas de ouvir PEC e votaram num partido que faz o mesmo, mas com outros nomes.

Até o Carlos Abreu Amorim deve andar sem sono. Só de participar num governo (ou partido) em que tem de compactuar com tudo aquilo que vai contra o que o senhor escrevia nas colunas da revista Notícias não deve parar de dar com a cabeça na parede. Pelo menos era o que eu faria. Sei lá, acho que tenho uma consciência (eu sei, palavra cara não é? Aposto que nenhum de vocês sabe o que isso é!)

Mas bem, para finalizar com um bocado de nonsense (só mais um bocadinho) aqui fica um vídeo daquele grupo que é só o maior de sempre em termos de comédia.

Só para dizer que Michael Palin é um excelente actor. Provavelmente o melhro, na minha opinião.

Interview - Mauro Pawlowski (English and original version)

Hello everyone! Yesterday, we published the Portuguese version of an interview with Mauro Pawlowski. Mauro, one of the best musicians in the actual European musical scene, was so kind to accept our invitation to answer some questions for our blog.

By NansieDN
Mauro Pawlowski became known for having started his band Evil Superstars (in 1994), after winning the Humo Rock Rally. With two albums and an EP released, the band was over and from that moment on, Mauro started several projects, solo or in a band. So many that we don't even dare to enumerate. Some of the most recent are Mauro - Songs From a Bad Hat (a solo and sweet album), Mauro and The Grooms - Black Europa (quite refreshing), Somnabula - Swamps of Simulation (a rock fantasy - something completely different in music), and the most recent of all: Radical Slave - Damascus. You can watch some videos on youtube. We would like to note the recent (last year) collaboration of Mauro in NieuwZwart, for the contemporary dance company Ultima Vez.


Nowadays, Mauro Pawlowski plays guitar in the belgian group dEUS, and you can hear in our automatic player the single (the album will be released in September).  

Having said this, we can only add: enjoy!

The fotographies were kindly provided by NansieDN
For more information about Mauro's work, visit MauroWorld
Mauro Pawlowski in concert with Radical Slave by NansieDN



Taste of Orange: What's your creative process? Is it always the same or changes from project to project?
Mauro Pawlowski: What I do first is go figure out a good reason to create. Because I’m perfectly happy with all the music already available. I mean there’s enough of it. But I have to do something, since I’m a professional musician. Also I like playing music. A lot. Anyway, I just book gigs and make promises without anything in mind so I’m obliged to come up with stuff. I really have to get myself in trouble. That’s how most ‘projects’ come about. Then I just start. Pick up an instrument and push record. Call the usual suspect and tell them they’re in a new band with me. (‘Hope you like the tunes, we’re playing next saturday.’) 

TO: From Evil Superstars to Radical Slave, your wrote so many lyrics, there are such sweet lyrics and at the same time others so mad, so what's your inspiration to write them? It's from books, or real life, or any other thing?
MP: I do read a lot. I love books more than anything. People who don’t indulge themselves in classic literature don’t know what they’re missing. But when I’m writing English lyrics, I don’t spend a lot of time on them. Usually it’s only a cool sounding title with some extra lines. That said, this is also why I don’t think my rock lyrics are any good. Nowadays of course I feel rather sorry about it, not taking it seriously enough. I’m actually quite embarrassed about the whole thing. Maybe I’m getting old. Wait a minute... I am. But this is about to change because I recently started to write songs with lyrics I spend more than half an hour working on. You’ll hear them next year. Just me and my guitar and, what do you know, real songs. Might be boring to some. I’m sorry.

TO: What types of projects do you have to release soon?
MP: I think I will release everything soon. There’s hours of fine stuff. And even more bad stuff.

TO: What was the idea that led you to write Somnabula – Swamps Of Simulation? 
MP: A fantasy I considered entertaining enough to release in public. Some caped rocker who flew in from reality singing to everybody’s surrogate concioussness. Not unlike a cardboard version of The Matrix or so, I don’t know. Next came Otot: half man half shodow puppet who only exists in erased
text messages. 


TO: How do you get the ideas for your videos? Because they're not conventional at all (in a good way).
MP: Hmm, I only made one video myself: Satan Is In My Ass by Evil Superstars. I wanted to know if it was any fun (it wasn’t) and just bluffed my way through it, by analysing some Bon Jovi video first and then tell everybody what to do as if it was my fifth motion picture for Dreamworks. I never prefered film, too showy. 

TO: What are the differences to you between writing for an album and writing for a project like NieuwZwart? 
MP: For NieuwZwart we had to follow the dancers, such a blast. I think they are totally awesome and very, very inspiring. Then we could do some of my favourite stuff. Irregular riffing, free rock, moody scapes... wonderful. There’s more to come in 2012.
         
Mauro Pawlowski by NansieDN
TO: Is there any difference between playing live for big audiences like you do with dEUS and playing in smallest concerts for fewer people like it happens in other projects of yours? Do you adjust your behaviour on the stage or is it always the same?
MP: There is a difference. I’m not going to walk on stage waring a cape in front of let’s say 20.000 people awaiting dEUS, and kick all equipment off stage halfway our set. I might get some unnecessary curious looks in that case. But mainly I like to move on stage. People normally pay to see you and - call me old fashioned - I believe you have to offer them some show element. They are watching you, for God’s sake! 

TO: In all of your projects, there is always the same “high-quality line”. How are you able to keep it?
MP: Well, thank you. Some might disagree though, which is fine. Basically I take my job seriously. I do have a work ethic. Still I get lots of people shaking their heads why I tragically waste all my supposed talent. I like it when an audience loves what I’m doing but let’s just not exaggerate.
And I say that in a friendly voice, not as a statement.  


TO: Do you have any favourite guitar in particular? Because when you’re playing with dEUS we see a lot the Fender Telecaster, however we have already seen you play with many others. Do you have any preference? 
MP: My Telecaster Thin Line is my best sounding one. That’s why I use it the most. A guitar needs to look good upon you. It’s like a piece of clothing. Like I said, they are watching you anyway.
I don’t treat my guitars nice. I like kicking them around every now and then. If only they weren’t so expensive...

TO: Your songs are part of some people’s special moments, memories, a part of their life. Are you aware of the impact of your music in people’s life?
MP: Not really. Sorry, I know this sounds bad, but I mean it. I do occasionally get strange, fanatic reactions from folks. So I know there’s impact somehow, sometimes, on whatever level.
Then again I find it important to present myself as a member of the audience who needs to get on stage for a while but ‘be right back to continue civilian life in a minute’.
On the other hand I’m not very social with strangers. For instance: I hate phonecalls. It’s like talking to a ghost, if you permit me to act a bit artistically for a second here.

Mauro Pawlowski by NansieDN
TO: Considering all the music you’ve made, do you have any you like specially? If so, why? 
MP: I like most collaborations because I like the people.
Some stuff I made I like more than others. But that’s just because of the way I made it. I never finished off song like I said before. Now I want to change that. I bet this will make more people really like me more. Whatever, I’m 40. I can handle nonsense more than I ever did. Bring it on.  


TO: Why and when did you decide to be a musician?
MP: I grew up in a very musical family, so it was sort of normal to rock out as a hobby. Then at 8 years I saw my uncle’s band rehearse in my grandpa’s garage. A bunch of Greeks, Italians and Turks jamming some slow, heavy 70’s riffs. In the actual fucking 70’s. Very cool. I saw the light. And their girlfriends.

TO: What advice would you give for someone aspiring to be a musician?
MP: It’s everyman for himself in showbiz.

TO: What are your most important musical influences? 
MP: Guitar heroes (Page, Iommi, Van Halen, Belew, Hendrix, etc.), Modernist composers (Feldman, Scelsi, Xenakis, Cage etc.), godlike drummers (Bonham, Rashied Ali, Billy Cobham, Ginger Baker, Bill Bruford, Andrew Cyrille, John French/Drumbo, Tony Allen etc.), female voices (Joni Mitchell, Julie London, Dinah Washington etc.), non-Western sounds, non-musicians, local people/friends/collegues and Crazy Horses by The Osmonds. 

TO: What do you like the most about Portugal? 
MP: I truly love it when they sing in Portuguese. 


We give our greatest thanks to Mr. Mauro Pawlowski for this interview.