Portugueses esgotam iPad 2


Cada iPad, custa à volta de 800€ não me venham dizer que as pessoas não têm dinheiro porque quando se dá 800€ por uma coisa que é uma reconversão de computadores portáteis, que hoje em dia cada vez estão mais baratos, adquirem-se desde 300€ hoje em dia, é porque se tem dinheiro.
De qualquer das maneiras foi despoletada a crise política na semana passada. Confesso que não estava à espera que este governo caísse. Aliás, estou convencido que o PSD também não. Passos Coelho estava a preparar paulatinamente o seu futuro e era isso que me parecia mais que planeado pelo partido. Esperar que José Sócrates tomasse as medidas difíceis e depois aparecer como salvador de uma pátria injustiçada.
Contudo e tanto quanto entendo, Sócrates precipitou-se, de propósito ou não, no compromisso de um novo plano em Bruxelas. O PSD não se querendo comprometer com mais coisas decide que não aprova e não negoceia este plano. Obviamente o governo cai e o caminho mais natural é ir para eleições. Não havia qualquer outra opção para o governo. Admito que José Sócrates não tenha agido propriamente bem. Se calhar até fez de propósito para precipitar esta situação. Obviamente este governo demissionário está esgotado de um mar de polémicas que sempre rodearam a governação. Polémicas essas muitas vezes de foro pessoal. Relembre-se o caso Universidade Independente. O Freeport. O presumível suborno a Luís Figo etc etc. Polémicas que ultrapassaram em muito o razoável, mas enfim. É o jornalismo que temos que infelizmente é muito fraco.
Neste momento o que me irrita mais é o PSD ter recusado o plano na assembleia mas não ter apresentado uma única solução válida que representasse uma proposta séria e alternativa. Foi não porque não. E pronto.
Agora veio dizer que se for governo avançará para privatizações da CGD e da TAP. Contudo todo o tempo de Passos de Coelho na oposição foi a pregar que se devia cortar na despesa em vez de aumentar a receita. privatizações são receitas e são propostas de merceeiro. É olhar para o que podemos vender para fazer lucro rápido em vez de olhar para o que temos a mais que não é necessário e que empanca totalmente a máquina do estado, que é desorganizada e que consequentemente é injusta e emperra toda a competitividade que o país possa ter. Se o Estado não funciona bem, o que funcionará?
Obviamente o Presidente da Republica também foi ridículo. Não dirigiu uma única palavra aos portugueses. Na campanha muitas vezes referiu que a maior arma do presidente é a palavra. Mas nem disso usou, preferindo ficar à margem do que se foi passando. Agora há-de vir dizer que não pôde fazer nada e que é tudo um grande problema. Mas que não pôde fazer nada. A palavra é que ficou no fundo do bolso. Pelo menos devia ter dito, se achava bem ou mal, a falta de consenso à volta do novo programa. Era apenas isso que deveria ter feito. Mas obviamente Cavaco também parecia interessado na queda do governo.
Enfim, agora resta-nos ver o que se passa a seguir e o que dizem os candidatos. É previsível o que se vai dizer.

José Sócrates - Portugueses! Todos vós vistes o que se passou. Não me deixaram governar e agora fazem as mesmas propostas que eu já tinha feito! (Eu avisei!)

Passos Coelho - Queremos pôr Portugal nos eixos e para isso é preciso medidas corajosas e é preciso mais sacrifícios. Mas apenas os pediremos uma vez, não o faremos às pinguinhas. (Recessão é fixe, por isso é tudo de uma vez.)

Paulo Portas - É preciso defender os reformados! (Nota: que ganham mais de 1500€ e coitadinhos não têm dinheiro para pagar a água)

Jerónimo de Sousa - É preciso atacar a banca. Eles é que têm dinheiro" (Esses pulhas)

Francisco Louçã - Há muitaxx maroxcaxx por aí! (xxxxxxx)